~Capítulo 15~

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     Ao contar de cada amanhecer, o tempo da guerra era próximo, e não se prolongaria muito mais para que estivéssemos sobre o campo frente á frente, eu não tinha mais pesadelos com o Minho, mas agora eram sobre a guerra, sobre o sangue que seria derramado. Jamais em todas as eras que se passaram já havia me sentido assim, dividida, eu sabia que para haver paz antes haveria a guerra... Mas a guerra sempre nos leva algo, sempre nos desespera e nos parte o coração pela perda, por outro lado os mortais sentem essas dores todos os dias, sem que possam lutar por uma vida melhor.

     Sendo assim, alguém deve lutar por eles... E somos os únicos que podem. Tudo no universo tem seus lados bons e ruins e eu não posso levar em conta apenas um deles, tenho que levar em conta o mais considerável, a guerra é realmente inevitável. Eu me troquei e saí do quarto, andei pelos corredores do palácio que se encontravam vazios, normalmente o Chan viria ver como eu estava, era estranho que ele não estivesse aqui mas podia ser algo relacionado á preparação do exército. Saí do palácio indo até o curral que ficava bem ao lado do palácio e entrei no mesmo já indo até Celegorm.

      Quando mais jovem eu andava pelas florestas, era o meu lugar favorito em todo o mundo, eu já conseguia controlar os meus poderes e ali eu conseguia ajudar toda e qualquer criatura que precisasse de socorro, em uma das tardes onde o sol poente iluminava parte das árvores com seu alaranjado brilhante, eu andava pelas trilhas que formei com o passar dos anos, quando ouvi um barulho, tentei me concentrar e descobrir de onde ele vinha e não demorei pra que chegasse ao animal. 

       Um potro estava caído no chão, ele era mesclado em preto e branco, eu me apaixonei na mesma hora em que o vi, o casco dianteiro direito dele estava preso á uma das raízes que passavam pelo chão, me aproximei com calma para que não se assustasse e acabasse torcendo o casco, fui até onde estava preso e o libertei. Ele levantou rapidamente, e ficamos de frente um para o outro, ousei me aproximar dele e para a minha surpresa ele não recuou nem ao menos demonstrou desconfiança. 

        Desde aquele dia eu o tenho cativado, abri a porta deixando que ele saísse e então fechei.

—O que acha de respirarmos ar puro novamente? —Pergunto acariciando seu rosto.

        Ele bateu seu casco como se concordasse e então eu montei.

A Luz e a EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora