Aconselho a ouvir a música durante o capítulo para uma melhor amplificação das sensações.
Tenham uma boa leitura :)
...Oh, eu simplesmente não consigo parar
Quanto eu preciso pra me completar?
Isso é tão bom que só pode ser amor
— Colbie Caillat, You Got MeEDA
Segurei a firme a alça de couro da mala de viagem, amaldiçoando o peso da bagagem ao arrasta-lá pelo chão. Parei, tentando frear a minha respiração ofegante. Eu não deveria ter tanta coisa assim.
Bufei. Malditas indecisões da moda!
Aposto que Serkan era decidido acerca do seu vestuário. Sempre elegante e bem vestido, deve ter escolhido cada peça precocemente, pensando em cada dia que passaria fora dos limites territoriais britânicos.
Serkan.
Esse nome em minha mente outra vez. Praguejei baixinho e fechei os olhos apertado, tentando desacelerar o ritmo dos meus pensamentos acerca dele, principalmente, sobre a noite de ontem. Em seus lábios quentes, macios e... Merda!
Quando acordei horas antes, meu cérebro já havia começando a arquitetar cenários diversos em relação à maneira de como eu deveria agir, se é que eu deveria agir. Porém, isso não queria dizer que eu estava pronta, embora ansiasse em vê-lo.
— Bom dia.— A voz de Serkan me recebeu na porta da hospedagem e me vi travar por um instante por sua aparição.
— Bom dia.— Prendi a respiração ao vê-lo tomar a mala de minhas mãos com uma facilidade impressionante.— Obrigada.
— Dormiu bem?
— Sim. E você? — perguntei sem jeito, colocando minhas mãos dentro dos bolsos traseiros da minha calça jeans enquanto o observava colocar a mala dentro do porta-malas.
— Ah, dormi muito bem, obrigado.— Ele coçou a nuca, hábito que descobri que sempre fazia ao estar sem graça ou envergonhado, e deu uma risadinha.
O olhar dele se prendeu em meu rosto. Seus orbes esmeraldas passeavam por cada milímetro de mim e senti-me aquecer pelo desejo ardente de que me tocasse. Umedeci os lábios e seu olhar baixou para minha boca e o escutei arfar, seu pomo de Adão mais evidente após engolir em seco.
Olhei para suas mãos agora abaixadas nas laterais de seu corpo grande tal como uma fortaleza e me vi tentada a me jogar em seus braços, porque sabia que lá encontraria o abrigo que tanto procurava e que agora eu conhecia bem.
Quando Serkan percebeu que seu olhar estava demorando-se tempo demais para o devidamente aceitável, desviou o olhar para qualquer ponto que não fosse o meu rosto e soltou um suspiro de alívio ao deslumbrar algo atrás de mim.
— Bom dia.— Ele refez seu caminho até a entrada.
— Bom dia! — Aydan exclamou sorridente, aparecendo mais animada que o habitual. E invejei por um momento esse seu bom humor matinal.— Bom dia, querida.— Ela beijou minha bochecha e me derreti diante de seu alento maternal.— Que dia lindo!
Concordei com um acendo e ajeitei-me no banco traseiro do carro após Serkan guardar a mala da mais velha e segurar a porta para a minha entrada.
— Ah, Eda! — Aydan chamou.— Você se importa de ir na frente? Eu realmente adoraria esticar um pouco as pernas aí atrás.
Pisquei, aturdida com o seu pedido repentino.
Depois dos curtos cumprimentos recentes entre mim e Serkan, encarei a distância do assentos como uma barreira protetiva. Mas agora, sentar ao lado dele...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cartas para Julieta| EdSer
RomanceEm uma viagem à cidade italiana de Verona com seu noivo, a jovem aspirante a escritora Eda Yildiz visita um muro onde desiludidos de todas as partes do mundo deixam cartas em busca de conselhos da trágica heroína de Shakespeare, Julieta Capuleto. Ao...