XXVIII. Back home

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As férias de verão não começaram como os gêmeos esperavam. A cada dia que passava a preocupação de Canopus e Therion com o pai apenas aumentava.

Eles estavam na casa do avô há pouco mais de uma semana e meia. Remus havia enviado uma carta no dia que chegaram, dizendo que estava bem e confirmando que ficariam por lá até arranjar outro emprego e uma nova casa para eles, mas não deu as caras uma única vez.

Não era a primeira vez que ficavam numa situação difícil e os garotos precisavam ficar com o avô, mas Remus sempre aparecia para ver como eles estavam. Daquela vez, foi diferente.

Eles dormiam no antigo quarto de Remus, o qual possuía várias coisas ainda da juventude do homem que haviam sido deixadas lá. Algumas roupas eles acabaram usando, pois a maioria das suas já não serviam mais. Se divertiram vendo algumas fotos antigas de quando o pai era mais novo, embolado em seu uniforme da Grifinória perfeitamente arrumado, e observando alguns rabiscos que ele fizera na parede para passar o tempo, já que na maior parte dele estava trancado em casa.

Tinha o nome de seus amigos marcados ali, junto com pequenos desenhos e trechos de livros em inglês e francês. Um conjunto enorme de figuras e palavras em uma parede quase inteira. Lyall nunca teve coragem de apagar.

O velho Lupin cuidou muito bem dos netos, mantendo o filho sempre informado sobre como eles estavam. Trocava os curativos todas as manhãs e lhes dava poções para ajudar na recuperação, levava para eles um café da manhã bem reforçado e atendeu suas necessidades mais lupinas na hora do jantar. Ele deixava que eles aproveitasse o dia como quisessem, desde que não se machucassem.

Os gêmeos jogaram muitas partidas de xadrez bruxo com o avô e usaram o telefone para falar com Merliah. Canopus sequestrou uma dezena de livros de criaturas mágicas que o avô possuía por causa do trabalho e levou para o quarto para ler, enquanto Therion usava um caldeirão velho para tentar fazer sozinho uma poção revigorante seguindo as instruções de um de seus livros e roubando ingredientes na dispensa.

Estavam no quarto, Canis deitado de bruços com o rosto quase colado num livro e Therion com sua poção no chão, quando uma pequena explosão espirrou fumaça verde e um líquido vibrante no rosto do gêmeo mais novo.

O mais velho começou a rir, enquanto o outro xingava alto. Dois livros de poções flutuavam ao lado do garoto no chão e havia ingredientes variados ao seu redor.

— Devia ter colocado mais cascas de Wiggentree — disse ele.

— Ou amassar o verme gosmento com mais força — falou Canis, ainda rindo, e usou sua varinha para apontar no livro — Tem que esmagar bem até sair bastante muco.

— Eu sei disso, eu sou o especialista em poções aqui! — Empurrou a mão do irmão para longe. — E estou tentando fazer uma poção bem mais eficiente que a Wiggenweld, não vou seguir a risca.

Lyall adentrou o quarto correndo, preocupado com o barulho que ouviu. Olhou ao redor do cômodo e encontrou uma verdadeira bagunça de livros espalhados sobre as duas camas, frascos de poções, roupas e vassouras jogadas e muitos pelos caídos.

Os garotos olharam para o avô, sem dizer uma única palavra, paralisados. Já começaram a pensar em formas de explicar a bagunça e fugir de um sermão.

O homem voltou a atenção para eles, olhando para Therion, que estava sentado em frente ao caldeirão que saía uma fumaça esverdeada sobre o fogo baixo, com os cabelos presos, a blusa de mangas rasgadas suja e amassada, e o rosto sujo de alguma coisa verde, com livros de poções flutuando ao redor dele e a varinha atrás da orelha; e Canopus, que estava na cama vestindo apenas uma calça verde, com os cabelos bagunçados e caindo sobre o rosto, rodeado de livros e anotações.

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