XXXVIII. The World Cup

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Draco nunca imaginou ter seu coração quase saindo pela boca ou mal conseguir respirar como naquele exato momento. Nem o quanto poderia ser difícil manter-se firme em sua pose prepotente e indiferente.

Não demonstre o que sente ou pensa, isso é o mais baixo ato de fraqueza, e Malfoys não são fracos. Isso é o que seu pai sempre disse.

Quando viu os Black junto de Potter e Stuart, precisou de toda sua força e auto-controle, embora, por um breve momento, ele não pôde se impedir de parar e observar Canopus, sentindo tantas coisas que não entendia e nem poderia descrever se revirando dentro de si. A última vez que o viu, ele estava acabado; aparência frágil — mesmo que suas atitudes ameaçando todos pela frente mostrasse o contrário —, corpo repleto de curativos e ataduras, mal conseguia andar sem mancar… Agora ele parecia muito melhor.

Mais alto, aparentemente saudável e recuperado dos ferimentos daquela fatídica lua cheia. Os cabelos estavam mais compridos, metade amarrados no alto com duas pequenas tranças nas laterais e outra parte solta, caindo abaixo do seu queixo, na altura do pescoço, com uma franja aparada e fios caindo pelas laterais do rosto. Os braços antes cobertos por ataduras, agora estavam escondidos sob uma longa jaqueta de couro junto a uma blusa verde claro. Também havia um contorno preto em seus olhos, que logo reconheceu sendo maquiagem, que destacava as orbes azuis-acinzentadas, deixando-as ainda mais chamativas e marcantes.

Droga! Não deveria pensar nele como um garoto tão bonito…

Não deveria, mas não era fácil. 

— E terno me parece formal demais para um jogo de quadribol, Dragãozinho — Canopus falou, com seu típico sorriso de canto no rosto, enquanto cruzava os braços.

— Precisamos seguir um código de vestimenta trouxa, e ternos são muito mais elegantes para grandes eventos — respondeu, arrumando a barra de seu terno.

— Me parece um pouco exagerado.

— Devo comentar sobre a sua maquiagem, então? Já que você parece tão simplista sobre o vestuário para um jogo de quadribol.

— Se for elogios, aceito, mesmo vindos de você — falou num tom galante e convencido. — Não estou tão formal, mas ainda estou muito bonito.

Draco riu, cruzando os braços.

— Parece que as férias deixaram seu ego ainda maior, Estrelinha.

— Oh, sinto muito se você não tem tanta autoestima e precisa de roupas formais e exageradas para se sentir tão bonito quanto eu.

— Estamos na presença de vários bruxos de todos os lugares do mundo, e bruxos muito importantes, aliás. Meu pai está agora mesmo conversando com o Chefe do Departamento de Leis Mágicas da Rússia, por exemplo. É necessário estar muito bem vestido para grandes ocasiões.

— Infelizmente, terei que concordar com o Malfoy nesse quesito — Merliah comentou, recebendo o olhar dos amigos em sua direção. — O que foi? Acham que eu me produziria toda para ficar jogada no sofá assistindo futebol nas férias? 

— Oh, existe algum bom senso em você, afinal, Stuart.

— Você adoraria me conhecer se não fosse um idiota tão preconceituoso com bruxos de famílias trouxas. 

— É difícil para famílias supremacistas simplesmente estudarem o mínimo de história bruxa — Therion comentou. 

— Quem sabe assim veriam o quanto essa ideologia de supremacia é uma besteira que nunca existiu e não há um único bruxo realmente puro no mundo — disse Canopus.

— Você não sabe do que está falando, Black.

— Eu sempre sei do que estou falando, Malfoy — rebateu. — E, me diga, é sério que você decidiu trazer pavões a um jogo de quadribol? E ainda os deixou amarrados?!

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