Nos primeiros dias, Canopus e Therion ignoraram a presença de Sirius na casa, tentando seguir a vida normalmente.
Remus tentou conversar com eles. Aceitaram a ideia de manter Black escondido, mas não significa que tudo com ele se resolveria num passe de mágica, mesmo que fossem bruxos. Ao menos, Therion o cumprimentava quando o via, o que já era um bom começo.
Sirius não demorou a perceber com qual gêmeo teria mais dificuldade de se relacionar e que, por mais que Therion estivesse mais adepto a ideia de tê-lo ali e entendesse seu lado, também não era fácil para ele. Entendia o lado dos filhos, mesmo que doesse a distância que ainda havia entre eles apesar de agora estarem convivendo juntos na mesma casa.
Ele ao menos fazia o seu melhor para tornar tudo agradável e se aproximar com cautela, com ajuda de Remus.
Eles começaram a arrumar a casa no dia seguinte que Remus e os garotos se mudaram, limpando a sujeira e arrumando os móveis velhos e empoeirados. Alguns eles levavam para o porão, outros, apenas davam uma limpada ou restaurada.
Certo dia, os gêmeos estavam pintando a parede de seu quarto com uma tinta verde e Remus estava tentando reorganizando a sala de estar, quando uma coruja chegou.
Após certo tempo, os garotos ouviram ouviram Remus gritar:
— SIRIUS ORION BLACK!
Therry e Canis se entreolharam rapidamente.
— Ele usou o nome completo — disse Therion.
— Isso significa que Sirius está muito ferrado — completou Canopus e sorriu de canto. — Vou adorar ver isso.
Os dois correram para fora do quarto e deixaram os pincéis enfeitiçados pintando a parede sozinhos. Eles pararam no meio das escadas e se apoiaram no corrimão, olhando para baixo e vendo Remus segurando uma carta com uma expressão de raiva.
Sirius saiu do porão, onde estava arrumando as coisas que não deixariam na casa. Ele olhou para Remus apreensivamente. Todas as vezes em que já o chamou pelo nome completo naquele tom, ele recebeu um longo sermão. Conhecia bem Lupin e sabia que ele estava irritado consigo por alguma razão.
Não sabia o que havia feito, mas, o que quer que fosse, Remus não tinha gostado nada.
— Oi, Moony… O que houve? — perguntou cuidadosamente.
Remus encarou Sirius seriamente, expondo para ele a carta, um documento e uma chave. Uma chave de um cofre de Gringots. Sirius logo percebeu o que era.
— Eu juro que ia te falar.
— Quando é que pretendia me contar?
— Quando estivesse terminado… Parece que deu tudo certo — disse e forçou um sorriso, aproximando-se devagar de Remus.
Eles ainda não notaram os garotos observando sentados nos degraus e segurando as grades do corrimão enquanto olhavam tudo.
— Quando fez isso?
— Pedi ao Dumbledore quando ele veio falar comigo… Depois da Casa dos Gritos.
— Você pediu ao Dumbledore para conseguir que eu e os meninos tivéssemos acesso ao seu cofre sem me falar nada?!
— É... Ele tem contatos entre os duendes, conseguiria passar pela burocracia bem mais rápido.
— Você só pode estar brincando comigo...
Therion e Canopus arregalaram os olhos, boquiabertos.
Remus ainda encarava Sirius com seriedade, enquanto Black coçava a nuca e desviava o olhar. Ele não tinha o direito de fazer aquilo sem lhe dizer nada.
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LEGACY
FanfictionTherion e Canopus Black. Os últimos membros da família, filhos do renegado Sirius Black. Uma ironia do destino o nome e o legado da nobre família Black estar nas mãos da descendência de um membro renegado por todos e queimado da árvore genealógica...