XLIII. Hide

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TW: Homofobia
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Sirius ouvia atentamente Canopus falar após o almoço, quase não conseguindo conter a satisfação crescente em seu peito por poder estar com ele por perto falando consigo.

Era apenas o plano para enganarem o Ministério, e ele evitava encará-lo sempre que podia, mas ouvir sua voz direcionada para si era um pequeno avanço que o deixava feliz. Não insistia muito, apenas ouvia o que ele tinha a dizer e por vezes complementava com algo vagamente, mas tendo cuidado.

Pequenos momentos era o bastante por enquanto. O tempo dele era o tempo dele. Respeitaria isso e aproveitaria as chances que lhe eram dadas.

O plano não era extremamente complexo, precisava ser simples, mas convincente, para não haver chance de erros. Ainda havia uma grande quantidade de Poção Polissuco e fios de cabelo do disfarce deixado por Liah para novas ocasiões. O Ministério ainda não sabia que Canopus havia recuperado sua varinha, então teria que emprestar a sua a Sirius — mesmo não apreciando tanto essa parte da ideia. Ele poderia se passar por um bruxo estrangeiro exatamente como na Copa.

Era também a chance de colocar totalmente à prova aquele disfarce. O Ministério não sabia que Sirius era um aninago até então, porém, não usariam desse artifício justamente para não haver desconfiança — afinal, por isso ele conseguiu fugir de Azkaban e em algum momento um auror minimamente conhecedor de dementadores entenderia que animais não são afetados por eles — e ser revelado. Era o pequeno trunfo definitivo deles para grandes emergências com risco iminente.

— Barty Crouch não é mais chefe do Departamento de Execução das Leis da Magia, foi realocado para Cooperação Internacional Mágica, então ele não poderá ter a satisfação de vir aqui para te prender de novo — Remus disse. — E acho que isso também vai te deixar um pouco mais tranquilo.

— O quão tranquilo posso estar perto de autores interrogando minha família a minha procura — Sirius riu sem humor. — Mas com certeza se eu visse Crouch na minha frente, iria querer dar um soco na cara dele.

— Como ele foi de um dos cargos mais importantes abaixo apenas do Ministro da Magia para Cooperação Internacional? — Harry perguntou confuso.

— Não sei. Um tempo após a guerra e as prisões ele mudou de setor — Remus respondeu.

— Prender o próprio filho sem remorso algum talvez tenha mexido com a cabeça dele em algum momento — Sirius comentou.

— Ele mandou o filho para Azkaban?!

— Harry, você precisa entender uma coisa… Na Guerra, o Ministério não queria deixar ninguém escapar, principalmente Crouch. Ele abomina Artes das Trevas.

— A menos que a pessoa tenha um cofre cheio de ouro — Therion murmurou.

— Dependendo da situação... Sim. No meu caso, nem todo o ouro do mundo faria mudar de ideia — Sirius suspirou. — Mas, em geral, Crouch estava louco para prender o máximo de Comensais possível e mostrar que o Ministério estava fazendo alguma coisa… Prender o próprio filho por ser um Comensal é fazer algo. E ele também não estava exatamente preocupado com julgamentos.

Sirius exibiu um fraco sorriso triste. Todos sabiam exatamente o porquê.

— Por que você não teve um julgamento?

— Porque além de todas as circunstâncias contra mim, como eu disse, o Ministério estava preocupado apenas em se mostrar fazendo alguma coisa, não em realmente fazer o certo e descobrir a verdade.

Harry não achava isso justo. Todos deveriam ter a chance de serem julgados por seus crimes e ter suas situações analisadas. Prender alguém injustamente apenas para se exibir para a sociedade bruxa e dizer que está fazendo um bom trabalho quando não está… Nem sabia qual palavra usar para descrever.

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