Abro a porta do carro e desço, olho o lado que sofreu o impacto e fico surpresa por não ter sofrido mais que um arranhão, as poucas pessoas que viram o carro batendo no meu param para falar comigo, fico com medo pois é quase madrugada, os bombeiros e a polícia passam por mim, ignorando os sinais de alguns motoristas, meu telefone toca dentro do carro.
- Oi. Escuto um suspiro alto de alívio.
- Oi, está tudo bem?
- Está sim, mas vem pra cá, está tarde e estou sozinha.
- Manda a localização que já chego aí.
Uma senhora de mais ou menos sessenta anos para o carro.
- Você está bem minha filha?
- Estou sim, já chamei ajuda.
- A batida foi feia ãm?
- Sim, estou viva por milagre.
- Agradeça a Deus minha jovem.
- Sim, graças a ele.
- Quer ir pro hospital?
- Não, não estou sentindo nada, pena que Destruíram meu carango.
- Acho que não tem mais concerto.
- Tem, meu pai é bem capaz de arrumar ele todinho de novo, no máximo a janela não vai fechar nunca mais, mas deve ter concerto.
Me sento na calçada e continuo conversando com a senhora, os futriqueiros que pararam pra olhar foram embora ao perceber que eu não sofri um arranhão.
- Oi, aí está você, está tudo bem, fiiiuuu!
Apollo assobia ao ver o desmantelo do carro.
- Bateram em cheio, não sei como ele aguentou o impacto.
Ele me analisa da cabeça aos pés, procura ferimentos.
- Vamos no hospital, talvez haja algum ferimento interno.
- Não, vamos pra minha casa.
Ele liga pra alguém, e abre a porta do carro.
- Entra.
Entro sem discutir.
- Preciso que busque aquele mesmo carro - usa muita ironia pra falar carro - e dessa vez não quero que leve pra minha casa, jogue ele em algum lugar onde ninguém mais vai achar.
- É claro que não! Manda lá pra casa, painho concerta, painho concerta tudo.Não vou desfazer do meu carro, foi presente.
- Eu te dou outro.
- O negócio não é esse, aquele foi um presente do painho e não vou me desfazer dele assim. Ele volta a falar sem paciência ao telefone.
- Leve para o endereço que vou te mandar.
Assim fico mais tranquila, mas não percebi que estava indo em outra direção, Apollo para em frente a um hospital particular e me faz descer.
- O que estamos fazendo aqui? Preciso falar com mainha.
- Precisamos ver se não tem nada quebrado, ou se você não tem nenhum machucado interno.
- Vou avisar eles primeiro, porque não cheguei ainda.
Pego o celular e ligo.
- Rayssa cadê você minina, quer matar nóis do coração?
- Mainha o carro quebrou no caminho, um amigo vai me levar pra casa, vou demorar mais um pouquinho.
- Tá, vem logo, tá muito tarde e amanhã você tem entrevista.
- Tá, inté.
- Inté.
Sou prontamente atendida, após uma breve consulta e os exames confirmarem que não quebrei nada, sou liberada, Apollo me acompanhou como se fosse meu marido, entro no carro e assim que encosto a cabeça no banco pego no sono.
- Ei dorminhoca chegamos.
Acordo com um carinho no rosto.
- Obrigadaa- abro a boca ainda com sono, desço do carro automáticamente, o portão de casa abre e painho sai de casa vestido apenas o calção de dormir, ao mesmo tempo que o guincho chega com meu carro, ele sai na calçada.
- O que aconteceu com seu carro minha fia?
- Bateram em cheio, graças a Deus a lataria é forte e não machuquei.
Ele me abraça forte.
- Graças a Deus, graças a Deus...
Repete, realmente grato por me ver.
Mainha sai também com roupa de dormir e uma touca na cabeça, também me abraça apertado e agradece, Apollo fica de longe observando.
- Quem é o rapaz?
Painho aponta em sua direção.
- Ele é o Apollo e acabou de me salvar de dormir na rua, é meu amigo. - ele vem na direção do meu pai e se apresenta.
- Apollo Razanne, e se o senhor permitir e sua filha aceitar, gostaria de namorar ela. Ele manda na lata me fazendo prender a respiração momentaneamente.
- Por mim, ela não namoraria agora, ela tá estudando, vai atrapalhar.
Painho é direto, olho para Apollo possessa, e surpresa ao mesmo tempo.
- Rayssa, você aceita namorar comigo? Se você quiser eu me ajoelho aqui no chão.
- Oxente eu não, não precisa se ajoelhar - falo chateada, e minha mãe arrasta meu pai para dentro de casa.
- Por que não? Está com vergonha de mim? - Um vinco se forma entre suas sobrancelhas.
- Não, claro que não oxe, é porque você não falou comigo, e hoje... Ontem pela manhã você disse que não estava pronto, disse que não queria compromisso, o que mudou agora?
- Você veio embora, mas sua presença ficou na minha casa, mandei limpar tudo, seu cheiro saiu mas não consigo olhar para a mesa de centro, a bancada da cozinha...
Sinto meu corpo arrepiar, me traindo.
- Preciso pensar.
Escuto a voz da minha mãe dentro de casa.
- Larga de besteira, ômi abestalhado, isso não existe mais não.
- Eu não vou aceitar um homem daquele tamanho com nossa pequena, você já viu o tamanho dele?
- Você esqueceu do que você fez comigo?
Esqueceu? E ainda ia fugir com a filha do Tonhão.
- Você nunca mais vai esquecer aquilo, eu me arrependi e voltei.
- Mas eu era virgem, tinha dezessete anos e você veio me ludibriou e ia me abandonar grávida.
- Eu não te obriguei a nada, e eu voltei e me casei com você num foi?
- Pelo menos esse rapaz veio falar com a gente, parece ser gente boa, se ela quiser vai aceitar e o senhor num vai dizer nada, de bico calado, não estamos mais no século dezoito, e tem mais, o rapaz tá pedindo nossa filha em namoro, o que é raro hoje em dia, então você vai aceitar sem falar um piu.
Escutamos a conversa e quando olho para o rosto do Apollo ele está com uma expressão engraçada.
- Você é igual sua mãe?
- Um pouco, por que?
- Nada não.
- Vocês não vão entrar não? Tá esperando ser assaltado aí fora? Abre o portão Adalberto, é perigoso o rapaz ficar lá fora com um carro daqueles.Escuto o portão abrir, agora não tem volta, Apollo vai ter que entrar.
- Você não é obrigado, se quiser ir embora a hora é agora.
- Quem disse que eu quero fugir? Já que estou aqui vou lá conhecer o sogro.
Ele sorri como se fosse o gato que pegou o passarinho.
- Depois não diz que não avisei.
Ele coloca o carro na garagem e desce.
- Entra meu fii, tá muito tarde pra ficar andando por aí.
- Obrigada, senhora.
- Pode me chamar de Raimunda meu fii.
- O que um rapaz rico como você quer com minha fia?
Painho pergunta sem dar chancha a ele.
- Eu sou um homem sério de negócios, e quero firmar um compromisso com sua filha.
- Rayssa tá muito nova pra casar.
Apollo engasga.
- Não falei em casar, ainda... - Apollo arregala os olhos, tenho vontade de rir.
- Fia minha não vai ficar emancebada, ela é moça de família, é pra casar.
Apollo me olha e vejo passar em seus olhos tudo que a moça de família é capaz de fazer, meu rosto esquenta e abro a boca fingindo sono, olho no relógio e já são quase duas da manhã.
- Estou com muito sono, cansada, vamos deixar isso pra manhã.
Painho abre a boca para falar alguma coisa porém dona Raimunda é mais rápida.
- Vamos meu véio, amanhã meu amô trabalha.
- E ele? - Ele ainda tenta. - Ele não vai dormir aqui, vai?
- A Rayssa toma de conta dele, e se ele quiser pode ficar, ele ajudou nossa filha e é namorado dela.
Painho fecha a cara e tenta se impor mas a última palavra como sempre é da dona Raimunda.
Minha cabeça chicoteia na direção da dela, que me olha significativamente, pisca um olho e sorri, ela arrasta seu Adalberto para o quarto. Entram no e fecham a porta, nos levantamos ao mesmo tempo.
- Parece que está muito tarde pra ir embora. Abro a porta do meu quarto e Apollo me segue como quem não quer nada, olha a mesa onde coloco o material da faculdade, olha diretamente para a cama, o quarto é simples, organizado e limpo, sinto um comichão na barriga ao ver Apollo tocar a colcha colorida, ele senta na beirada da cama, e de forma natural retira a blusa, me fazendo salivar, ômi gostoso da porra!
Ele deita em minha cama e pega meu travesseiro, cheira e geme, aumentando o comichão na minha bacurinha.
- Não vou dormir com você aqui, mas não podemos fazer nada.
Ele me olha safado.
- Sem gracinha Apollo meu pai está logo alí.
- Juro que não vou fazer nada.
- Vou tomar um banho e você fica aí.Pego uma roupa de dormir no guarda roupa, minha toalha pendurado na parede, e começo a tirar a roupa, escuto a respiração do Apollo alterar e quando olho em sua direção ele está segurando a enorme ereção.
- Tem certeza que...
- Tenho.
- Não me provoca mulher, estou desde ontem com as bolas doendo por sua causa.
- Não estou te provocando, tem um único banheiro e o cesto de roupa suja fica aqui.
Jogo a roupa suja no cesto e antes que ele me agarre e jogue na cama, saio do quarto, tomo um banho rápido, ansiosa, sabendo quem me espera, volto para o quarto, a casa está silenciosa, abro a porta e me pergunto se estou sonhando, Apollo está com um dos braços sobre os olhos, seu abdômen sarado, musculoso e cheio de gominhos à mostra, sinto minha piriquita escorrer, a calça jeans com o botão e zíper abertos, esconde meu parque de diversões preferido, mas a ereção evidente me faz ter uma ideia do desejo que desperto nele.
Fecho a porta silenciosamente, e ele me olha, estou vestida uma das minhas roupas de dormir menos atraentes, ele sorri de canto.
- Essa roupa não me impede de saber que o que tem por baixo é gostoso.
Minha respiração acelera.
- Vamos dormir, não inventa gracinhas.Deito um pouco afastada e ele me puxa para seus braços.
- Apollo...
Não sei se imploro para ele parar ou gemo por mais, de mansinho ele coloca uma mão dentro da blusa do baby doll, tocando meus seios, a outra ele segura minha cintura me fazendo saltar com o contato.
- Apollo, acho melhor você ir embora, desse jeito eu não vou conseguir dormir e daqui a pouco eu tenho uma entrevista.
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Nos Braços De Apollo
ChickLitUma nordestina do pé rachado que tenta a todo custo focar na faculdade de fisioterapia, para pagar seus estudos ela faz diária de faxineira, e quando conhece Apollo tenta fugir para não se apaixonar pelo moreno café. Apollo por outro lado é um homem...