Gizelly

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Oi gente, antes de começarmos esse capítulo vamos aos anúncios: primeiro queria informá-los que, quem é meu leitor a mais tempo sabe que gosto muito de mesclar os acontecimentos passados com o que está acontecendo no presente, e bom, isso vai acontecer, já tá acontecendo. Segundo que este lugar que a Rafa ta é totalmente fantasioso e nada disso é real. É isso, espero que gostem ehehehehehe

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GIZELLY

de: gizellyb.abreu@gmail.com

cc: rk2005@yahoo.com

Assunto:

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Encaro a página ainda vazia, tamborilando os dedos na escrivaninha do escritório. Apenas seu email ali, o meu e o assunto em branco com o cursor piscando. Quem é que hoje em dia ainda usa um endereço eletrônico do Yahoo? Achava que essa plataforma já tivesse sido extinta há muito tempo.

Eu deveria começar com 'cara Rafaella, agradeço imensamente o convite', não, isso soa formal demais e nós francamente já passamos dessa fase. Como dizer-lhe que por mais que eu queira largar tudo e correr a seu encontro tenho responsabilidades?

Afasto a cadeira da mesa e descruzo as pernas, estou tensa e eufórica ao mesmo tempo. Meus sentimentos estão a todo vapor e há duas pessoinhas em meus ombros, uma diz: corre mulher, corre, arrume suas malas e vá! E a outra me prende no chão dizendo que tenho responsabilidades, e que posso me frustrar e que Rafaella ainda pode ser um fake, mesmo não acreditando mais nessa última parte ainda sim, havia uma possibilidade, mesmo que mínima.

Levanto de minha cadeira e observo a paisagem do lado de fora. Acredito fielmente que Rafaella é uma pessoa real, ela em si, tem muita presença, enquanto escreve fica muito marcante quem ela é, então por mais que essa dúvida e esse medo fiquem me rodeando não acredito muito nele, Nietzsche uma vez disse "imagine que os seres humanos mentem para si mesmos e vivem em constante ilusão apenas por sobrevivência", eu poderia estar fazendo isso, é claro, mentindo para mim mesma e arrumando desculpas por medo.

Vivendo uma ilusão apenas por sobrevivência, como é se apaixonar todo dia pela mesma pessoa e se conter e se reprimir a cada andar do ponteiro do relógio, o tempo estava passando, mas o sentimento não ia embora, a cada dia que se passava a urgência me torturava em meu íntimo, esse convite é tudo o que esperava durante longos meses, é óbvio que quero a conhecer, é óbvio que quero ir, é óbvio que iria largar tudo e sair o mais rápido que puder para vê-la.

Estou encarando meu reflexo no vidro da janela. Meu olhar estava perdido e me sentia assim, perdida, e completamente certa do que deveria fazer. Assusto-me ao ouvir a porta se abrindo, quase me esqueci por completo de que não estava em casa. Ontem quando recebi o email tentei agir normalmente, fui até a escola para termos a reunião semestral dos docentes, sempre fui contra a ter essa reunião logo em janeiro, pois estamos de férias, mas era protocolo da secretaria da educação então, eu não poderia fazer nada em relação a isso, a não ser ir e ouvir por quase uma hora e meia o diretor dando as boas-vindas a outros anúncios.

Ainda temos quase três semanas de férias, se saísse hoje poderia aproveitar o resto de minhas férias ao lado dela. Ouço a impressora terminar de fazer seu trabalho enquanto observo Ivy entrar na sala e sentar-se na poltrona de sua casa. Sinto minhas bochechas corarem de vergonha, ontem foi um dia em que não me lembro muito bem do que aconteceu, era isso o que eu diria agora porque me lembrava de absolutamente tudo, mas nunca admitiria em voz alta.

- Você demorou, então vim ver como estava... melhor do que ontem à noite? Bebeu todas de todo mundo. – Ela fez graça e sorri ainda evitando seus olhos.

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