Oi gente, sentiram saudades? kkkkk Vou começar dando um aviso, eu pensei muito se deveria escrever as personagens assim ou não, mas é como eu quero mostrar e espero que não me odeiem, mas acredito que faça sentido devido o contexto de onde a Rafa está, enfim, o capítulo já adianto que será, talvez, delicado por esse motivo. Espero que gostem, e apesar de eu trazer assuntos reais e sérios o quadro diagnóstico é fictício e dramatizado, são minhas personagens e não tem absolutamente nada a ver com a pessoa real que atribuo ao nome.
Bom é isso, vamos lá...
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RAFAELLA
Na noite em que cheguei aqui, era um dia normal e chuvoso de meio de ano. Depois que me deitei consegui dormir por horas e horas seguidas, o que foi estranho, pois minha insônia me seguia como uma sombra indesejada e cruel. Quando vieram me acordar dispensei tudo o que me fora oferecido, estava cansada demais de todo o resto para pensar sequer em sair do quarto naquele momento.
Não acordei na mesma posição em que me deitei, pelo contrário, estava completamente esticada e estirada na cama, meu cabelo desgrenhado, meu rosto amassado com visíveis marcas do travesseiro e um rastro seco próximo a minha boca era a prova crucial de que a noite fora boa!
Acordei por volta das cinco da manhã do dia seguinte. Afastei os lençóis preguiçosamente, estiquei os braços o máximo que pude, arqueando as costas e comprimindo todos os meus dedos antes de os esticar também, nesse momento pude ouvir alguns ossos estalando dando uma maior sensação de relaxamento. Abri os olhos e fitei o céu daquele quarto, o teto de madeira envernizado e brilhante enfeitado apenas com um mosquiteiro branco amontoado ao lado esquerdo da cama e um ventilador da mesma cor, ele se movia com pouca vontade num sentido horário, assim como eu me movendo preguiçosamente para sair da cama.
Bocejei com o clima calmo e quase nenhum barulho. Virei o rosto e observei as cortinas longas e brancas se movendo quase num ângulo de 45º do chão. Sentei-me ali e arrastei minhas pernas até a beirada da cama, daqui já conseguia tocá-las. Ao colocar os pés no chão senti o tapete emaranhado em meus dedos quentinhos, a sensação era quase de um abraço. O cheiro que entrava se assemelhava a grama e à terra molhada, as cortinas inquietas e a brisa gelada fez com que segurasse uma das pontas que acariciava minha perna, a afastei e fechei os olhos sentindo o frio úmido dançar em meu rosto pouco desperto.
Coloquei-me de pé e estiquei o corpo outra vez tentando afastar o sono que ainda me sondava, contornei a cama e percebi que na cômoda ao lado da porta havia um bilhete escrito numa caligrafia semelhante à escrita médica, se linguagens não fosse minha paixão, talvez não tivesse entendido as instruções postas ali.
Bom dia, senhorita, estamos ansiosos para vê-la conosco. Quando sentir-se disposta, passaremos as informações sobre os horários das refeições compartilhadas e também das atividades das quais deseja se inscrever. E, antes que eu me esqueça, seu carro ainda está aguardando no local em que o deixou, por segurança é necessário que vá buscá-lo.
- Adélia Lenhardt
Não tenho certeza de onde o deixei, mas com certeza daria um jeito. Sobre as atividades, sinceramente não queria fazer nenhuma, além de me dedicar aquele lugar caindo aos pedaços que me propus a cuidar. Penso que já terei trabalho o suficiente cuidando daquela casa, visto que não tenho nenhum tipo de conhecimento com obras, tampouco com reformas.
Deixo o bilhete onde estava, logo atrás dele havia um pote com sequilhos, coloco um deles na boca e o sinto derreter sob minha língua, o leve sabor de laranja fez festa em minha boca. Calço meus sapatos enquanto mastigava mais alguns, a fome estava me cercando e é claro que me renderei sem lutar. Passo a mão na camisa para tentar parecer mais apresentável e não tão amarrotada, encho a mão com mais bolachinhas sequilhos e no mesmo momento em que abro a porta, ouço alguém gritar do outro lado me fazendo despertar completamente com o susto. Se havia algum resquício de sono com certeza ele se foi com toda essa adrenalina.

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Procura-se
FanfictionO que fazer quando se encontra um celular no metrô? Gizelly, uma jovem professora de literatura, pensou que o dono logo apareceria, mas depois de semanas sem noticias sua curiosidade para encontra-lo falou mais alto. O que será que encontrará nessa...