Jantar | Parte 2

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— Estava tudo uma delícia. — Falo afastando o prato.

Ao contrário do que pensei o jantar foi agradável, trocamos meia dúzias de palavra enquanto comiamos uma boa massa acompanhada de um vinho caro.

Pensei que fosse querer conversar mas permaneceu em silêncio, acredito que me deu esse tempo para raciocinar sobre oque disse. Fui pega de surpresa ao saber claramente suas intenções, ele quer me amarrar e fazer aquelas coisas esquisitas, o que as pessoas pensariam de mim se eu aceitasse?

— Não pense tanto Elizabeth. — Chama minha atenção.

— Não estou. — Minto.

— Respiração alterada lembra? Não adianta mentir pra mim baby, eu sempre vou perceber.

— Isso não é justo. — Choramingo.

— Na minha opinião é. — Sorri presunço — Mais vinho?

— Por favor. — Estico minha taça vazia em sua direção.

— Costuma beber com frequência? — Pergunta enchendo até a metade.

— Não, para falar a verdade quase nunca. — Beberico a bebida doce que  me deixa mais leve.

— Então é melhor ir devagar, não quero ter que te levar para a casa bêbada. — Seu tom sério não passa despercebido e eu posso jurar que senti uma ordem em sua fala.

— Eu sei me cuidar. — Dou de ombros bebendo mais um golinho.

A carranca que se formou em seu rosto bonito foi impagável, não sei muito sobre Henrique mas aparentemente ele odeia ser contrariado e por mais esquisito que fosse eu gosto de contraria-lo.

— Se fosse minha estaria nesse exato momento ja teria tomado toda essa garra de vinho a minha ordem e depois Elizabeth eu te foderia você sem pena alguma por estar álcoolizada.

Suas palavras sujas me assustaram a ponto de me fazer engasgar com o vinho, vendo meu desespero ele se levantou depressa para me ajudar.

Depois de torturosas segundos me recupero do susto sentindo minhas bochechas queimarem de vergonha e constrangimento. Deus, se tivesse um buraco aqui eu me jogaria nele sem pensar duas vezes.

— Está tá tudo bem? — Se agacha na minha frente parecendo preocupado —Preciso parar de falar tudo que eu penso, você é sensível demais.

— Não! — Falo surpreendendo a mim mesma — Eu só não esperava ouvir isso, nesse momento.

— Mesmo assim. — Segura minha mãos — Você é tão delicada, boneca.

— Sou? — Indago surpresa.

— Como um anjo, soube disso naquele dia que me olhou pela janela. — Me olha com suas esferas esmeraldas parecendo ler minha alma — E então minha mente perversa decidiu que iria te corromper.

— Corromper?

— Sim linda, se entrar nesse mundo não vai querer sair nunca mais. — Diz calmamente como se conversasse com uma criança.

— Então me mostre. — Murmuro sentindo que essa foi a coisa mais certa que já fiz em toda minha vida.

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