☆ Capítulo 11 ☆

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Morgana

Decidimos que seria melhor que ele não me acompanhasse, eu não queria prolongar isso ou acabaria desabando. Eu estava me sentindo boba, essa não seria a última vez que eu o veria, mas de algum jeito eu me sentia como se fosse. Eu estava com medo que fosse. E ele também.

Eu me troquei e sai daquela bela casa deixando uma parte de meu coração ali. Aquelas pessoas todas que eu tinha conhecido, sem perceber tinham roubado um pedacinho de mim. Mas eu também tinha pegado um pedacinho delas, sabia disso, sentia isso.

Caminhando pelas ruas até minha casa, eu revivia cada momento, queria me lembrar de tudo, porque queria contar tudo a Jane. Um sorriso desenhou meus lábios quando imaginei seu rostinho, seus olhinhos azuis atentos em mim.

Levantei meus olhos e congelei no lugar, meu sorriso morreu no meu rosto e meus olhos se arregalaram.

Nunca senti tanto medo na minha vida.

Ele nunca veio tão perto da minha casa.

Nunca ousou se aproximar mais, eu nunca deixei. Tento manter o máximo de distância entre esse maldito e a minha preciosidade, que agora eu sabia que estava a quatro casas de nós.

Fergus me encarou como se olhasse para um animal que vai abater, de certa forma é isso que ele quer fazer comigo. Eu sei o que ele quer, se eu correr vai ser pior, aprendi isso da pior maneira.

Ele não desiste, eu já disse que não, inúmeras vezes, mas além de canalha ele também é surdo ou decide encarar minha rejeição como um desafio.

— Você demorou — ele observou, podia ver a raiva dele só com essas duas palavras — Eu não gostei, você deveria estar em casa a muito tempo!

Me controlei para não me encolher.

— Onde você estava? — ele deu um passo em minha direção, foi preciso cada grama do meu autocontrole para não me mexer.

É sempre pior se eu me afastar.

— Tive que limpar tudo na confeitaria hoje, demorou mais do que eu esperava — Consegui fazer minha voz sair firme, ele não poderia sequer imaginar que eu estava com outro homem.

Seus olhos viajaram por meu rosto, depois parecendo contente com minha resposta, ele deixou seus olhos vaguearem por meu corpo, meu estômago se revoltou quando percebi o desejo em seus olhos.

— Pensou melhor na minha proposta? — ele continuou olhando para meu corpo, eu tinha vontade de arrancar seus olhos fora, mas respirei fundo, fundo mesmo.

— A resposta continua sendo não — com isso, ele ergueu a cabeça.

— Você acha mesmo que vai conseguir alguma coisa melhor? — ele soltou uma risada desdenhosa — Olhe bem pra você. Se não se casar comigo, não casa com ninguém. Acha mesmo que outra pessoa além de mim te aguentaria? Acha que qualquer outro vai aceitar ser pai do filho de outra pessoa?

Parecia que estava no orfanato de novo, encurralada em um canto, enquanto os insultos e maldades das outras meninas me atingem.

Escutei a voz delas com o mesmo ódio e desdém que Fergus, me dizendo sempre a mesma coisa: Ninguém vai querer você. Você vai apodrecer aqui, como o rato que é. Ninguém amaria você. Quem vai querer alguém como você? Você não serve pra nada. Você não devia sequer ter nascido. Nem sua mãe te quis, por que outra pessoa iria querer?

Não consegui conter o tremor que essas lembranças me trazem.

Quando o cheiro horrível de Fergus me atingiu é que percebi que ele se aproximou de mim, muito. Balancei a cabeça tentando recobrar meus sentidos, ergui meu olhar, ele estava perto o suficiente para me tocar agora.

Como Seduzir Um Lorde Onde histórias criam vida. Descubra agora