Morgana
— Minha filha — papai me espelhou, assentindo como se isso resolvesse tudo.
— Não, minha filha — corrigi, porque parecia que ele ainda não tinha entendido. Me virei para Anya, preocupada — O que ela tem? É muito ruim?
Enquanto isso, meu pai parou e arregalou os olhos. Parecendo finalmente ter entendido e prestes a surtar.
— Você tem uma filha? — perguntou mamãe com um brilho encantador no olhar.
— Eu não sei, senhorita. O bilhete dizia apenas para que a senhora fosse até o médico o mais rápido possível — respondeu Anya.
Eu assenti, enquanto dedos gelados de pânico apertavam meu estômago. Eu respirei fundo duas vezes, antes de perceber que meus pais me encaravam em expectativa.
Ah, sim!— Sim, mamãe. Eu tenho uma filhinha. Jane, ela está quase completando nove meses.
Meu coração apertou de pensar nela em um hospital. Eu tinha que ir. Agora.
Meu pai soltou um assobio alto de repente, me fazendo pular de susto.
— Eu sou avô! — ele berrou com um sorriso gigantesco no rosto.
— Eu tenho uma netinha! — exclamou mamãe, sorrindo encantada.
Mesmo preocupada com meu bebê, eu sorri diante da reação deles. Eu cheguei a achar que eles não aceitariam bem eu ter uma filha e não ser casada, mesmo que eles soubessem a verdade sobre Jane. Mas aqui estou eu, surpresa, porque eu nem cheguei a contar sobre a Jane. Eu não poderia ter pedido pais melhores.
— Sim, pessoal — falei, dando um sorriso pequeno — E a netinha de vocês precisa da mãe dela, então eu preciso ir.Eu estava pronta para disparar pela porta da frente, quando meu pai pousou a mão no meu braço.
— Você não vai sozinha, querida — falou ele, me dando um sorriso encorajador.
E eu queria abraçá-lo de novo.
— Vou pedir a Joseph para trazer a carruagem — avisou, já saindo apressado da sala.
— Obrigada por me avisar — falei para Anya, que sorriu.
Mamãe veio me abraçar, e eu aceitei o gesto de conforto.
— Vai ficar tudo bem com ela — disse, acariciando minhas costas — Tenho certeza que ela é muito forte, como a mãe dela.
Eu sorri contra seu ombro e me senti melhor. Ela me soltou e fomos para a frente da casa, onde a carruagem acabava de parar. Papai saltou e abriu a porta. Procurei Luke pelo jardim e o encontrei de orelhas em pé, chamei por ele, que veio correndo. Minha mãe entrou, e eu fui logo atrás, Luke saltou para dentro com um pulo só e meu pai sorria orgulhoso para ele ao entrar.
Durante todo o trajeto até o hospital eu contei a eles sobre a verdadeira história de Jane, porque mais cedo ou mais tarde eles descobririam que eu não era uma mulher casada. Eles se comoveram com a história dela, assim como eu, que chorava todo vez que contava.
A carruagem mal parou e eu já estava saltando, agoniada. Passei apressada pelo jardim de entrada do hospital, desviando de enfermeiras e pessoas, eu estava praticamente correndo pelos corredores a essa altura.
Um choro sentido e estridente chegou aos meus ouvidos e meu coração parou. Jane. No próximo segundo, eu a vi. Nos braços de Griselda, chorando tanto que seu rostinho estava ruborizado. Elliot estava segurando a bolsa de Jane no ombro e andando de um lado para o outro como um animal enjaulado.
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Como Seduzir Um Lorde
Romance✨ Trilogia Nobres Devidamente Enlaçados ✨ Livro 1 ✨ Cada livro conta a história de um casal diferente, mas recomendo ler em ordem para melhor compreensão. Viver em uma sociedade tão rígida e crítica pode ser um dos maiores desafios de uma garota...