Como Seduzir Um Lorde

☆ Capítulo 27 ☆

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Morgana

Ele parecia cansado. E verdadeiramente chateado. Sua expressão além da preocupação evidente, também revelava sua profunda tristeza.

Olhando em seus olhos tão lindos, que eu tanto amava, eu sentia. Eu sabia que ele deveria ter uma explicação, que deveria estar querendo conversar e me contar tudo, mas eu não conseguia. Não agora.

Meus sentimentos estavam muito confusos, meu coração ainda doía quando a imagem dos dois naquele corredor surgia na minha mente. E agora minha saúde também estava precária, receio que esteja resfriada pela chuva forte que tomei ontem.

Sem conseguir olhar em seus olhos amedrontados nem mais um minuto, eu desviei o olhar e respirei profundamente antes de quebrar o silêncio:

— Eu não consigo fazer isso agora — minha voz não passava de um sussurro rouco, e minha garganta doeu quando engoli em seco.

Christian franziu as sobrancelhas daquele jeito que eu amava.

— Fazer o quê? — perguntou ele, lentamente.

— Falar sobre o que aconteceu — esclareci e reuni coragem para erguer meus olhos até encontrarem os seus. Eu precisava que ele soubesse que minhas próximas palavras eram sinceras, verdadeiras — Eu sei que você tem uma explicação sobre o que houve. Acredite em mim, eu sei. Eu te amo e confio em você. Sei que alguma coisa deve ter acontecido ontem para ter chegado àquele ponto. Eu só não estou disposta a falar sobre isso agora. De jeito nenhum. Estou me sentindo terrivelmente doente aqui e não consigo raciocinar direito ainda. Preciso de tempo.

Sua expressão me permitia ver o enorme esforço que estava fazendo para mascarar seus sentimentos, mas eu ainda podia ver o medo de me perder claro em seus olhos, junto com todo o amor que ele sentia por mim. Precisei de cada grama de controle para não abraçá-lo bem ali e lhe dizer que tudo ficaria bem. Eu não podia fazer isso. Não até organizar meus pensamentos e sentimentos. Precisava pensar em mim primeiro agora.

Ele engoliu em seco e pressionou os lábios em uma linha fina para evitar desmoronar.

— Tudo bem. Eu entendo — ele respondeu, sua voz suave como a meia-noite.

Prendi a respiração quando ele começou a se aproximar mais da cama, ele parou bem ao meu lado e se inclinou para beijar minha testa carinhosamente. Depois recuou e olhou bem dentro dos meus olhos ao sussurrar:

— Eu amo você. Nunca se esqueça disso. Nem por um maldito segundo.

Meus olhos se encheram de lágrimas e tentei com todas as minhas forças não deixá-las caírem. Christian caminhou até a porta do quarto lentamente, como se não quisesse me deixar, mas estava sendo obrigado a isso. Ele segurou a maçaneta e olhou por cima do outro uma última vez, havia lágrimas em seus olhos também, quando ele disse com a voz rouca:

— Eu sinto muito, meu amor — ele passou pela porta, mas antes disso eu ainda vi as lágrimas descerem descontroladas por sua bochecha.

Eu sinto muito, meu amor.

Aquelas palavras tão cheias de tristeza me fizeram desmoronar completamente, lágrimas deslizaram descontroladamente por meu rosto, enfiei o rosto no travesseiro para que ninguém ouvisse meus soluços.

Eu precisava me levantar e tomar alguma coisa para me ajudar a melhorar, porque minha cabeça doía a ponto de latejar, minha garganta estava muito dolorida e pensei que meu corpo todo tivesse levado uma surra, tudo estava doendo. Mas naquele momento, eu só conseguia deixar que a dor em meu peito se manifestasse no formato de uma enxurrada de lágrimas e soluços sofridos. Acho que a exaustão me venceu em algum momento, porque tudo ficou preto de repente e eu me perdi no mundo dos sonhos.