☆ Capítulo 21 ☆

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Christian

Caminhei pela grama verde segurando um buquê de rosas brancas contra o peito. A cada passo meu coração se apertava mais, a cada respiração eu sentia como se estivesse lutando contra o vazio na minha alma.

Havia mais pessoas aqui, perto dos túmulos de seus entes queridos, deixando flores e conversando. Eu segui meu caminho de cabeça baixa até chegar a lápide que sempre me tirava o fôlego.

Alice Allister
Filha e irmã amada
1814 - 1819

Me abaixei e coloquei gentilmente o buquê no chão, com um suspiro eu passei levemente os dedos por sobre as palavras gravadas na lápide, desejando que de alguma forma eu conseguisse senti-la.

- Oi, querida - murmurei e senti meu coração se partir em mais um pedacinho - Espero que você esteja bem, pequena. Eu peço por isso todos os dias. Espero que onde quer que você esteja, tenha muitos doces e quero que saiba que estou cuidando bem do seu Frederico. Sei que era isso que você iria querer.

Eu respirei fundo sentindo uma dor tão profunda que achei difícil respirar.

- Eu conheci uma pessoa - contei, e parecia que de algum jeito, eu pudia sentir que ela me ouvia, como tem feito desde a primeira vez que vim aqui conversar - Ela me bateu. E muito melhor que muitos homens que eu conheço, que ela não me ouça admitir isso. Ela foi a primeira pessoa que conseguiu me fazer sentir alguma coisa de verdade novamente. Pela primeira vez eu não me senti como uma concha vazia. Eu me senti vivo. E fiz uma coisa que a muito tempo não conseguia, eu consegui sorrir de verdade. Um sorriso genuíno e não um falso ou uma máscara para enganar aqueles ao meu redor. Você teria gostado dela. Você é tão corajosa quanto ela e com certeza vocês duas dividem o mesmo brilho no olhar. Aquele brilho especial e único.

Eu parei e a próxima coisa que falei saiu como um sussurro quebrado.

- Mas eu não a encontro. Ela desapareceu - sussurrei - E eu tenho muito medo de que eu tê-la conhecido não passou de um sonho. Parece bom de mais para ser verdade. E isso me destrói. Não sei o que vou fazer. Me ajude, pequena. Me dê uma luz.

Uma brisa de vento passou por mim e todo o meu corpo se arrepiou em resposta, eu senti como se fosse um abraço caloroso. Inclinei a cabeça para cima e fechei os olhos, apreciando a sensação. Quando o vento se acalmou eu respirei fundo e olhei para as rosas brancas no chão.

- Eu sinto sua falta. Sinto muito a sua falta. Todo dia. A cada segundo. Cada fôlego. Tem dias que sinto tanto a sua falta que só consigo dormir quando vou no seu quarto e sinto o cheiro do seu perfume ainda no ar. Frederico também sente muito a sua falta. Ele cresceu, sabia? E é muito tagarela. Sabe o que ele me disse ontem? Ele queria que você pudesse voltar. Eu também. Queria mais que tudo.

Lágrimas rolaram por minhas bochechas, gordas e sentidas. Meu coração doeu.

- Eu sinto muito, querida - sussurrei e minha voz tremeu - Eu sinto muito. Me perdoe. Eu não fui capaz de protegê-la. E era meu dever. E não o cumpri. Sinto muito. Eu te amo tanto. E falhei com você. Me perdoe. Não me abandone também, me ouviu? Onde quer que você esteja, não me deixe sozinho. Fique do meu lado, por favor. Eu sei que não mereço isso, não mereço você, mas por favor, por favor, não me abandone também. Eu não suportaria. Seja meu anjo da guarda e fique do meu lado, pequena. Por favor.

Meu peito doía tanto que eu estava achando muito difícil colocar ar nos meus pulmões, meus olhos ardiam e minha cabeça começava a latejar. Eu respirei profundamente e doeu, e eu merecia isso.

Como Seduzir Um Lorde Onde histórias criam vida. Descubra agora