☆ Capítulo 15 ☆

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Morgana

— Eu não nasci em uma família rica — revelou ela — Eu e meus pais morávamos em um bairro simples, meu pai trabalhava em uma alfaiataria e minha mãe cuidava da casa e ficava comigo. Não tínhamos muito, mas éramos felizes. Até que perdi meus pais em um acidente quando tinha 17 anos. Foi muito doloroso. Eu fiquei completamente desamparada e sofrendo muito. No dia em que eles morreram e que foram enterrados, eu não consegui entrar em casa. Era doloroso demais. Ver cada cômodo, cada coisinha me lembraria deles e eu teria que encarar a realidade de que eles não voltariam mais para casa e isso delacerava meu coração. Naquela noite, eu passei muito tempo sentada na varanda apenas observando o pôr do sol e tentando não desmoronar.

"Eu não podia. Eu tinha que ser forte. Um homem que estava passando me viu e se aproximou, mas eu não me importei, nem ao menos olhei para ele. Ele me perguntou se estava tudo bem, se eu queria alguma coisa, se precisava de ajuda. Eu só queria que ele me deixasse sozinha, eu não queria conversar, não queria encarar o fato de que agora eu não era mais a filha de alguém. Então eu olhei para o céu e disse a ele a primeira coisa que me passou pela cabeça: "Eu quero as estrelas e a lua".

Ela parou e riu suavemente, antes de continuar.

— Eu achei que aquilo faria com que ele fosse embora, mas não foi isso que aconteceu. Ele ficou ali de pé, em silêncio, por tanto tempo que não tive outra escolha se não olhar para ele. E desejei não ter feito isso. Porque o homem na minha frente era muito bonito. Cabelo escuro, ombros largos, pele clara e olhos castanhos incrivelmente lindos. Seu olhar se suavizou quando nossos olhos se encontraram e ele sorriu. E meu coração acelerou como nunca tinha feito. O homem misterioso não disse mais nada, apenas se virou e caminhou para longe de mim. E eu achei que tinha conseguido o que queria, mas estava errada. Alguns minutos depois o homem apareceu, carregando uma xícara branca fumegante e com um olhar determinado no rosto.

Ele parou bem na minha frente, olhou nos meus olhos e disse: "Se eu pudesse te daria a lua e as estrelas, te daria o mundo todo se isso fizesse com que essa tristeza desaparecesse do seu olhar. Mas sei que isso não é possível. Então eu fiz isso para você, era uma coisa que minha avó sempre fazia para mim quando eu estava triste, ela dizia que faria eu me sentir melhor".

— Ele se abaixou na minha frente até nossos olhos ficarem na mesma altura, depois me estendeu a xícara. Percebendo meu olhar, ele explicou encolhendo um pouco os ombros timidamente: "É chocolate quente. Sempre funcionou comigo e espero de coração que funcione com você também".

Ela sorriu carinhosamente.

— Ele estava me olhando de um jeito tão intenso que não tive coragem de recusar. Depois de tomar um pouco do chocolate quente, meu coração já não parecia mais tão pesado. E aquilo era realmente muito bom. O homem sorriu novamente e disse:

"Meu nome é Nathaniel, a propósito. Nate para os mais íntimos, pode me chamar de Nate. Caso a senhorita queira saber a quem agradecer". Eu achei graça e me surpreendi de ainda conseguir sorrir. "E o que exatamente eu devo agradecer, senhor Nate?"

Ele riu. "Talvez o fato de eu ter me empenhado um bocado em fazer chocolate quente para a senhorita, quando eu nem ao menos sei o seu nome". Eu realmente não queria sorrir, mas isso aconteceu mesmo assim. "Eu sou Mary, e obrigada pelo chocolate quente. Foi muita generosidade da sua parte".

Ele fingiu um falso assombro. "Estou impressionado, senhorita Mary, eu não achei que a garota que estivesse tentando se livrar de mim soubesse ser tão educada". Lancei a ele um olhar irritado, que não pareceu fazer efeito algum, pois ele acrescentou: "Na verdade, ainda estou me perguntando como a senhorita foi capaz de fazer isso comigo. Quer dizer, já olhou para mim? Sou irresistível, não a como negar. É um fato". Eu revirei os olhos, tentando muito não rir e disparei: "Leve você e essa sua carinha bonita para longe de mim!".

Como Seduzir Um Lorde Onde histórias criam vida. Descubra agora