19 - ela quer viver

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- o que tem a maya? - meu coração bate com pressa, em completo desespero. - me responde andy, o que aconteceu com a maya?

...

maya's pov
eu senti. eu senti que estava vindo. senti o calor consumir meu corpo de um jeito que não estava acostumada. me alertaram sobre as janelas, sobre a alta chance de outra explosão, sobre as paredes frágeis. eu não ouvi. nunca ouço. estou no comando. "não olhe para trás, maya, sempre para frente." foi o que eu fiz pai, eu fiz o que você disse pela primeira vez, e caí. as paredes frágeis despencaram em mim com a pressão e estrondo dado pelo disparo,
meu corpo estava imóvel, tentei clamar por ajuda. no meu rádio, vozes gritavam por mim, mas não consigo responder. por algum motivo, eu não consigo me salvar. então vou esperar...e esperar.

- capitã? - ouço uma voz conhecida. era travis, sua voz trêmula e abafada pela máscara gritavam pelo meu nome. - maya? - tudo que posso fazer é grunhir. não consigo mexer nenhum dos meus braços, e minhas pernas estão imóveis por conta da quantidade significativa de concreto em cima delas. - maya! - ele chega perto, segura minha mão ao chamar por mais ajuda. - vamos te tirar daqui bishop, você vai sair daqui. - fecho e abro os olhos como resposta. e não lembro mais de nada.

acordo, provavelmente em uma ambulância, com travis e jack do meu lado. eles entreolham-se e em seguida suspiram de alívio. ainda não sinto meus braços, nem pernas.
quando o veículo para, sinto mãos em mim, e rostos conhecidos. amelia, teddy, callie, owen, todos estão na porta do hospital, e consigo ler o desespero ao me verem. estou tão ruim assim? eu tinha passado gloss antes de sair de casa.

- bishop, consegue me ouvir? - afirmo com a cabeça, amelia me leva para dentro, com ajuda de alguns residentes. - vamos cuidar de você, entendeu? eu não vou te deixar ir embora. - "ir embora?" eu estou realmente ruim. mas não sinto nada, talvez esse seja o problema.

- trauma 02! - owen grita, e me levam para a sala com esse número. agora umas três pessoas checam o meu corpo, cada parte, com vários aparelhos. ainda não consigo falar, mas queria pedir a carina aqui.

adormeço, mas como não estou sentindo nada, não sei se é um sono, um sonho, ou se estou morta. meu deus, espero não estar morta.

 meu deus, espero não estar morta

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carina's pov
meu corpo todo dói. meu coração apertado, minhas pernas fracas, e a respiração ofegante. ninguém consegue me dizer nada, nenhuma informação, ninguém chegou até mim e disse o que aconteceu. estão me pedindo para ficar calma, quando minha mulher está com risco de vida. eu não posso perdê-la, ela me faz respirar, ela me levanta, me acalma, me revive a cada dia. ela é tudo que eu tenho. por favor maya, fica viva por nós.

a espera da cirurgia é ainda mais desesperadora. cada vez que as portas da ala cirúrgica se abrem, eu espero por um dos médicos virem até mim com um sorriso no rosto, e boas notícias. mas isso não acontece, e me tiram dali antes que essa ansiedade me faça parar também em uma sala de cirurgia.

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