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- Isso tem dedo dele. Eu tenho certeza! - Ouvi do meu quarto meu pai berrando no andar de baixo falando com a minha madrasta. Ele tinha acabado de desligar o telefone com a minha mãe. E pelo pouco que eu ouvi, se fosse pessoalmente, eles iriam praticamente se agredir.

Escutei minha madrasta falar alguma coisa. Mas, como ela estava calma, não dava pra ouvir.

- Ele quer acabar com a minha vida! - Eu quase ri! Meu pai estava tendo um ataque de histeria. Ouvi uma música e atendi o celular. Era a Alice.

- Ahn… Tá tudo bem? - Ela perguntou.

- Tá. É que minha mãe pediu minha guarda. Mas só isso.

- Hm… Eu preciso te pedir um favor.

- Se eu não tiver que levantar, tudo bem.

- Idiota. Minha psicóloga pediu pra você ir lá.

- Eu? Mas… Eu fiz alguma coisa?

- Ela nem sabe a sua cara. Ela só quer falar com você. Não sei pra que.

- Hmmmmm… Então, você fala de mim…

- Eu falo sobre tudo pra ela.

- Falou o quanto eu sou lindo?

- Eu não minto pra ela, Justin.

- Não seria uma mentira. Se fosse no seu lugar, eu iria dizer que você é linda. - Ela ficou quieta.

- Isso seria uma mentira. - Alice disse rindo depois de um tempo.

- Cala a boca. E quando eu tenho que ir lá?

- Semana que vem. Eu marquei as 16h30.

- Por que marcou mais tarde?

- Porque você tem treino até 15h30. Não sabia se você ia aceitar, então achei melhor marcar mais tarde dessa vez.

- Hm… Obrigado. Tá afim de sair? - Disse olhando no relógio e me lembrando da lista.

- A gente vai voltar tarde?

- Não. Você quer?

- Tudo bem. Eu tenho que me arrumar? Se não, só vou me trocar.

- Hm… Acho que não. Também só vou me trocar e to descendo. Cinco minutos.

- CINCO MINUTOS?!

- Não berra na minha orelha.

- É muito pouco tempo!

- Tu disse que só ia se trocar.

- Mas… Droga, Justin! Tá, tá. Até daqui a pouco. - Ela desligou na minha cara! Mereço uma coisa dessas?

Fui até o armário e me troquei. Dei uma ajeitada no cabelo e depois peguei dinheiro que minha mãe me deu pra colocar gasolina. Desci e meu pai ainda estava puto, andando de um lado pro outro.

- Vai onde? - Ele me perguntou. Pensei em responder “não te interessa”, mas não to afim de discutir com ele de novo.

- Na casa da minha vó. - Disse saindo pela porta. Tirei o carro da garagem. Quando olhei pelo retrovisor, vi a Alice de cara emburrada vindo até o carro. - Olha só. Tá virando uma menina pontual.

- Cala a boca. Eu to o demônio! - Ri.

- Tá bonitinha. - Ela soltou um muxoxo.

- Onde a gente vai? - Perguntou.

- Então… Pensei na sua lista. Ainda não tá concluída. E chegamos na metade. Bom, não sei se vai ser pra você, mas, pra mim, minha vó tem os melhores cookies do mundo. - Ela sorriu.

She Will Be LovedOnde histórias criam vida. Descubra agora