- Acho que tá pronto. - Disse depois de um pouco mais de três horas que eu e a Alice montávamos a peça.
- Eles morrem. Não tem outro final.
- Imagina que coisa horrorosa ver a pessoa que você ama morta.
- Vou embora. - Olhei pra ela.
- A peça tá no seu caderno. Posso ficar pra passar pro computador? - Ela deixou o caderno em cima da minha cama e fechou a bolsa. Levei ela até o andar de baixo e abri a porta. Mal fechei a porta e ouço a voz do meu pai:
- Tá dormindo com a filha da vizinha?
- Enlouqueceu? Ela veio fazer um trabalho.
- Trabalho de que?
- Tá querendo virar o pai do ano agora? - Ele não respondeu. Subi pro meu quarto e peguei o caderno pra passar a peça pro computador e depois imprimir. Quando fui abrir o caderno, caiu uma folha. Peguei e fui colocar de volta dentro, mas quando li “desejos", minha curiosidade foi maior.
"DESEJOS
1.Estar em dois lugares aos mesmo tempo;
2.Ter um urso de pelúcia gigante;"
Ri. Alice não tinha cara de quem gostava de ursinho de pelúcia.
"3. Passar, no mínimo, um fim de semana viajando sem rumo;
4. Conseguir jogar tudo que me lembra o Will fora;"
Mas quem é Will?
"5. Passar a tarde comendo os melhores cookies do mundo;"
Ri de novo. Achei fofo. Assim como o desejo número 2.
"6. Ter uma casa na árvore;
7. A Emily voltar a falar comigo;"
Who?
"8. Conseguir escutar Thinking Of You de novo;"
Seria da Katy Perry?
"9. Ir num orfanato;
10. Ter o Will de volta."
Mas gente… Quem é Will? To parecendo um idiota de tanta curiosidade. Pelo jeito, é um ex namorado. Mas ela vai se lamentar a vida inteira por UM namorado da adolescência?
Tirei xerox da lista. Nem eu sei pra que. Comecei a passar a peça pro computador.
(…)
- Seu caderno. - Disse pra Alice na escola. Parei ela nos corredores antes das aulas.
- Terminou, então?
- Terminei. Deixei dentro do caderno as folhas.
- Valeu. É só pra daqui a um mês, certo?
- Sim. - Ela não falou mais nada. Nem um “tchau". Só virou e entrou na sala.
- Você tá afim dela que eu sei. - Peter disse brotando do meu lado.
- Se você não escutou semana passada, ela é minha dupla.
- Pensa que me engana, Justin?
- Cala a boca.
- Até que ela é bonitinha. Pelo menos teu bom gosto não decaiu tanto.
- Para de falar merda. - Disse rindo porque aquele babaca ria da minha cara, me fazendo rir junto.
- Mas agora falando sério, vocês só fizeram o trabalho? - Encarei Peter enquanto ele sentava na cadeira como minha dupla na aula.
- Queria que a gente fizesse o que?
- Tem tanta coisa pra um casal fazer numa casa.
- Cala a boca. - Dei um soco fraco no braço dele e ele riu. - Não rolou beijo.
- Tu queria?
- Já disse pra tu parar de falar merda.
- Eu to falando sério pela primeira vez na vida, babaca. Me responde.
- Não. Pra que eu ia querer beijar a Alice? Apesar que minha irmã agora inventou que ela é minha namorada. Toda vez que vê a Mendler, chama-a de “namorada do Justin". - Ele riu.
- Até tua irmã viu que você é afim dela.
- Sai daqui, Peter! - Disse empurrando ele pro lado, enquanto ele ainda ria.
(…)
- Porque eu não to afim de ir. - Disse pela terceira vez pra Natalie no telefone. Ela e o resto do grupo iam não sei onde e ela me ligou pra me chamar.
- Vai fazer o que a tarde toda? Dormir?
- E se for? Eu não quero ir.
- Peter tá te chamando de idiota.
- Manda ele se fuder.
- E… VOCÊ VAI VER A MENDLER?! - Ela berrou no meu ouvido. Tive que tirar o celular da orelha. Sem exageros.
- Obrigado por me deixar surdo de um ouvido. E que história é essa de eu ver a Mendler?
- Foi o Peter que falou.
- Não viaja. - Liguei o computador e me senti na cadeira.
- Até que faz sentido, porque você sempre defende ela. E a gente não saiu mais.
- Já disse. Não viaja.
- Ela é sua vizinha.
- Vai me encher com isso, Natalie?
- Não to te enchendo. To… Pensando… Já que você não vai, tchau. - Ela desligou na minha cara. Natalie tá um nojo.
Levantei a tampa da impressora pra pegar papeis de sulfite e vi a cópia da lista da Alice. Imprimi as falas da peça pra mim e guardei a lista na impressora de novo. Desliguei o computador, desci e vi a Jazzy esparramada no sofá de barriga pra baixo.
- Tá dormindo? - Perguntei cutucando ela.
- Não.
- Posso levar os filmes?
- Onde você vai? Mamãe não tá em casa. E papai também não. - Legal é que ninguém me avisa que eu to sozinho com a menina em casa.
- Vem comigo.
- Vai ter doce?
- Mas você só pensa em comer! - Disse rindo.
- Mamãe disse que eu to em fase de crescimento.
- Não sei se vai ter doce. - Peguei os filmes e saímos. Toquei a campainha da casa da Mendler. Uma mulher loira nos atendeu.
- Pois não?
- A Alice está aí? - Perguntei.
- Alice, visita pra você! - Ela falou alto. - Entrem. Sou a senhora Mendler. - Ela disse sorrindo.
- Sou Justin e essa é a Jazzy. - Alice apareceu no corredor que dava pro hall com a cara amassada.
- Tá fazendo o que aqui? - Ela perguntou.
- Nossa, que amor. Jazzy queria te ver. - Acho que só aí ela percebeu o ser pequeno se escondendo atrás das minhas pernas.
- Eu disse que queria doce. - Por que crianças não mentem pelo menos uma vez?
- Sim, e que queria ver a Alice também.
- Vamos pra sala. - Ela nos guiou. Jazzy mal entrou e já se esparramou no sofá.
- Ô, menina. Sua mãe não te deu educação não? - Perguntei e ela sorriu, sentando em seguida. - Trouxe filmes pra gente ver.
- Pode escolher. Vou pegar alguma coisa pra gente comer e doce pra sua irmã. - Não muito tempo depois ela voltou ela voltou com uma tigela de salgadinhos e uma caixa de bombons.
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She Will Be Loved
Fanfiction"Bom, ela sempre andava de preto como se tivesse de luto por alguma coisa. O cabelo sempre estava do mesmo jeito, e a maquiagem muito forte nos olhos me lembrava a Taylor Momsen. Ainda mais por ela ser loira. Não que eu reparasse, claro." - Justin B...