O sol e a lua sempre foram apaixonados um pelo outro.
A lua era gélida e sombria
O sol era ardente e radiante.
Verdadeiros opostos complementares.
Costumavam se encontrar no horizonte
Predestinados a nunca ficarem juntos.
Mas seu amor era tão grande...
Você chegou sem aviso e tirou meu mundo do eixo. Como eu queria não ter saído de casa naquele dia chuvoso.
•••
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O dia estava frio e tudo não podia estar mais deprimente para Camélia. De todos os lugares nos quais morou com seus pais, aquele parecia ser o pior. Da janela do carro, tudo parecia ser muito úmido e velho. O tempo nublado pareceu melhorar um pouco, mas logo nuvens tomaram o céu novamente. Era como se a cidade toda fosse envolvida por uma constante camada de chuva.
Os fones de ouvido da garota estavam no volume máximo, o que foi o suficiente para abafar qualquer ruído vindo de fora de seu mundinho particular. Ela via árvores e mais árvores, ate que algumas pessoas também começaram a fazer parte da paisagem. O carro estacionou em frente a uma casa de madeira de dois andares que parecia ser grande, não era a mais bonita em que eles moraram, mas com certeza era melhor que os seis meses que passou morando em uma barraca improvisada no México.
- Chegamos. - Pietro, o irmão mais novo da garota retirou um dos fones do ouvido dela. Ecom um sorriso estampado no rosto, ele saiu do carro em disparada.
Camélia já estava acostumada há morar um pouco em cada lugar. Sua mãe era uma socióloga bem sucedida, e seu pai um médico que acompanhava sempre as ideias da esposa. Alexandra, sua mãe tinha se dado a missão de estudar culturas de diferentes países. A garota se sentia um pouco cansada por nunca ficar tempo o suficiente em um lugar para fazer amigos verdadeiros, mas eles haviam prometido que essa seria a última mudança ate ela se formar. Camélia jamais admitiria isso para si mesma, mas ela não estava muito confiante.
Viver em tantos países tinha suas vantagens, ela já era bem madura para sua idade, e sabia um pouco de cada língua dos países em que passaram Além é claro de ter o costume, muitas vezes considerado irritante pela sua mãe, de colecionar coisas. Ela realmente gostava de carregar um pedacinho de cada lugar pelos quais passavam, mas ela tinha uma falta de organização horrível, seu quarto era quase um depósito de museu.
Ela tirou seus fones e guardou nos bolsos do grosso casaco de lã. Camélia segurou a maçaneta e soltou um suspiro. Essa é a última mudança, pensou, e assim finalmente pode abrir a porta.
- Não seja tão dramática. - o garoto disse entrelaçando seu braço no da irmã assim que ela pisou os pés na grama molhada.
- Você herdou isso de mim pirralho. - ela disse bagunçando os cabelos castanhos do mais novo.
- E esses são nossos filhos. - seu pai disse apontando para os dois com um sorriso para o homem assim que os dois se aproximaram da varanda. - Camélia e Pietro.
- Olá. - a garota disse estendendo a mão para o homem que retribuiu o gesto, enquanto o mais novo se escondia atrás da irmã.
- É um prazer conhecê-la. - ele olhou para o pai da garota novamente. - Eles vão estudar na escola da reserva?
