Capítulo 4

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JULIETTE

A última pessoa que eu precisava encontrar era o meu chefe quando estou saindo da empresa, ele não sabe que fico até mais tarde estudando, com certeza ele não me autorizaria, mas o pai dele é um amor e me deixou assistir minhas aulas aqui na empresa.

O senhor Rodolffo é um homem muito bonito, não posso negar, mas é tão arrogante, pelo menos comigo, com um olhar superior, na verdade ele nem me encara, só fala o que tem que falar e pronto, me despacha.

Chego em casa muito cansada e vou direto tomar banho e dormir, pois acordo cedo para estar lá as 8 horas da manhã.

Acordo, faço minhas higienes, tomo café e saio. Como pego duas conduções para chegar ao trabalho. Chego na empresa, faço o café do chefe, senão recebo uma bronca daquelas, me dá uma vontade de responder na lata, mas lembro que eu preciso muito desse trabalho.

Quando saio da cozinha da empresa o senhor Rodolffo já está parado na minha mesa, o que me faz levar um susto, pois ele nunca chega antes das 8 horas. Ajeito meus óculos no rosto e pergunto:

- Bom dia Senhor Rodolffo. Já chegou? O senhor deseja algo? Ainda estou fazendo seu café, o senhor chegou mais cedo. – ele olha no relógio e constata que ainda é antes de 8 horas e me fala:

- Muito bem, pontual. Na minha sala Juliette, com meu café. – meu Deus, acabei de falar que o café não está pronto. Espero sair um pouco de café e coloco na xícara, passo na minha mesa, pego minha agenda e caneta e vou até a sala dele.

- Você demorou, senhorita.

- Como eu falei para o senhor, o café não estava pronto.

- Muito bem então, sente-se. – estranho porque ele nunca me pede para sentar.

- Tudo bem senhor.

- Já falei para sentar. – sinto que ele já está sem paciência comigo, então eu sento na  cadeira a sua frente, abro minha agenda e  espero a próxima ordem.

- Bom senhorita Juliette, tenho uma proposta para fazer a senhorita.

- Como assim? – pergunto surpresa com a atitude dele.

- Pois bem, meu pai vai se aposentar em pouco tempo e estipulou umas regras para que eu e minha irmã seguissemos para que possamos ocupar seu lugar na empresa...

- E o que eu tenho a ver com isso?!

- É aí que entra a minha proposta, a senhorita aceitaria se casar comigo?

- É o quê? Claro que não!

- Olha só Juliette, você só sairia ganhando, lhe darei uma boa grana pelas exigências que farei e ainda lhe darei uma pensão bem gorda depois que nos separarmos, afinal, você terá um filho para criar.

- Por dinheiro nenhum eu me venderia.

- Vamos lá Juliette, seja menos cabeça dura, eu já vi que você precisa de dinheiro, que mora com seus pais e numa favela, você não gostaria de sair de um lugar perigoso como esse?

- Claro que sim, mas pelo meu trabalho, não me vendendo.

- Vamos encarar por outro lado, eu não estou te comprando, pois você não faria nada de mais, eu nem tocaria em você, só em encontros de família e essa baboseira toda, mas não faríamos mais nada.

- O senhor acabou de dizer que ao final dessa maluquice eu teria um filho pra criar?

- Sim, pois é uma das exigências, porém tenho dinheiro para pagar uma fertilização in vitro, seria assim, você morará na minha casa por dois anos, você terá o seu próprio quarto. Ao final do contrato, te comprarei uma casa grande e te darei cinquenta mil por mês para suas despesas e da criança.

- Mas por que eu senhor Rodolffo?

- Porque a senhorita demonstra ser uma pessoa de  família, se eu fizesse essa mesma proposta para qualquer uma na rua, já tinham aceitado pelo dinheiro, mas meu pai jamais aceitaria que eu tivesse um filho com alguém irresponsável.

- E como seria tudo isso? Eu não quero parar de trabalhar e quero continuar fazendo minha faculdade e quero poder sempre estar perto dos meus pais e irmãos.

- Eu aceito suas condições, posso ampara-los também nesse período. Arcarei com suas despesas enquanto estiver comigo...

- Não quero nada demais, continuarei trabalhando e continuarei cuidando dos meus pais.

- Isso veremos depois, então você aceita?

- Preciso pensar muito. Afinal, isso mudaria toda minha vida e no final ainda seria responsável por uma vida sozinha.

- Tudo bem, te dou até amanhã de manhã. E olha só Juliette, isso não pode sair daqui, ninguém pode saber, nem a sua família.  – afirmo com a cabeça e saio atordoada com tudo que ouvi.

Óbvio que preciso de dinheiro, mas será vale a pena?

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