Capítulo 31

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JULIETTE

Hoje graças a Deus é a cirurgia de Mainha. Ela já está sendo preparada pelos médicos para entrar na cirurgia,  quando terminam e ela ainda está acordada, então, eu falo com ela.

- Mainha, que a senhora saia bem dessa cirurgia,  que Deus lhe acompanhe e te guarde, para que possamos ficar muito mais tempo juntas, pra senhora ver a Giovanna e o Miguel correndo pela sua casa.

- Oh fia, será meu sonho ver meus netinhos brincando e me perturbando o juízo.

- Hahaha isso mesmo Mainha, a senhora ainda tem muito o que fazer por aqui em, siga firme que estaremos todos te esperando.

- Que assim seja minha fia. Ainda quero ver meus netinhos. Você não fique nervosa pra não deixar eles agitados que eu prometo que volto logo.

- Vá com Deus Mainha.

Logo chegam dois homens e a levam para a sala de cirurgia,  como Rodolffo pagou as despesas,  ele exigiu que minha mãe ficasse no melhor quarto do hospital, com isso, posso ficar aqui nesse quarto esperando e pedindo a Deus que Mainha volte sã e salva.

Sinto que meus bebês estão mais agitados, sei que é porque eu estou nervosa, então descido conversar com eles, até mesmo pra eu tentar me acalmar, já que eu fiz com que Rodolffo fosse para a empresa trabalhar.

- Oh meus amores... – falo olhando para a minha barriga, passo as minhas mãos por ela e continuo falando. – a mamãe está nervosa por conta da vovó Fátima que está sendo operada, isso tem deixado a mamãe nervosa a muito tempo com isso, mas se tudo der certo, a vovó estará perto de vocês durante muito tempo, brincando e lhes dando muito amor, assim como me deu e também aos seus tios. Quero que vocês saibam que vai ficar tudo bem com a vovó,  vamos confiar. Vamos rezar por ela, meus amores?

Começo a rezar, sinto que meus bebês se acalmaram, me emociono com isso, pela forma que é, sinto que tem duas pessoinhas que estarão comigo para o que der e vier, meus filhos, eles estão conseguindo me acalmar.

Não demora muito e Rodolffo chega. Vem até mim, que estou deitada na cama, pois eles se agitaram um pouco mais, pois eu estou ficando nervosa porque a cirurgia está muito demorada. Rodolffo passou a mão na minha cabeça e me deu um beijo.

- Oh Ju, ela ainda não saiu da cirurgia? -Levanto e sento na cama e lhe abraço na cintura.

- Ainda não, nenhuma notícia,  não fui nem perguntar,  pois os bebês estavam um pouco agitados aqui, aí deitei um pouco.

- Isso, se quiser deitar mais um pouco. Eu vou lá na recepção ver se tem alguma notícia da cirurgia.

- Vá mesmo amor. Obrigada.

Ele sai do quarto, como esses bebês são um xodó com esse pai, só foi ele chegar que começaram a me chutar. Antes eles estavam agitados, agora estão chutando a minha bexiga, corro para o banheiro.

Saio do banheiro e Rodolffo já está no quarto, com uma cara não muito boa.

- O que aconteceu com minha mãe? – meus olhos já se enchem de lágrimas.

- Calma amor. – ele vem até mim e me abraça, choro mais ainda. – ela agora está bem, mas ela teve uma parada cardiorrespiratória, mas conseguiram reanimá-la, agora ela está no CTI, vão ficar monitorando ela pelas próximas quarentena e oito horas, se ela reagir bem a cirurgia, eles a trarão para o quarto.

- Mainha é uma guerreira, ela vai lutar até o fim, tenho certeza. Me abraça?

Ele me abraça forte, me beija.

- Ela vai sair dessa amor, vai dar tudo certo. Estamos aqui com você.

- Sim, nossos filhos me ajudaram bastante. Eles me acalmaram.

Ele leva sua mão até minha barriga e fala:

- Muito bem filhotes, a mamãe precisava de vocês. – Como ele é meloso com essas crianças,  mas não posso falar muito. Ele se deita na cama e me puxa pra junto dele, beija minha cabeça e ali adormeço,  escutando seu coração bater sob meu ouvido.

Passaram-se as quarenta e oito horas e Mainha veio para o quarto, o médico explicou que acabaram de tirar a sedação dela e que ela pode acordar assim que o efeito passar. Beijo minha mãe,  sinto uma lágrima descer por meu rosto, não sei o que seria de mim se ela não aguentasse essa cirurgia. Ela sempre esteve comigo em todos os meus momentos, ainda não estou preparada pra perdê-la.

Passaram-se algumas horas, até que sinto um aperto em minha mão que estava segurando a mão de Mainha. Levanto rápido,  me sinto um pouco tonta pela rapidez na qual levantei. Vejo Mainha abrir os olhos, já eu, abro um sorriso.

- Mainha mulher, que bom que você acordou!

- Não falei que voltava fia? – eu lhe dou um abraço, até que escuto um “aí” vindo dela. A bixinha está recém operada. Logo Rodolffo entra com um suco e um sanduíche pra mim.

- Amor, Mainha acordou!

- Que felicidade sogrinha, seja bem vinda novamente. Que susto a senhora nos deu em.

- Ah meu fio, essa velha aqui ainda tem muito pra viver. Quero ver meus netos se formarem ainda.

- Haha, se Deus quiser sogra. Irei cobrar a senhora.

Como fico feliz em ver como Rodolffo trata minha mãe,  ele gosta muito dela, ela também gosta muito dele, diz que ganhou mais um filho, e se eu não tomar cuidado, ele toma meu lugar.

Ele vem e me abraça,  pede que eu sente na cadeira para comer.

- Rodolffo fio, você sabe me dizer quanto tempo tenho que ficar aqui nesse lugar? Não gosto muito de hospital.

- Eles disseram que ainda te querem aqui pra observar sua evolução,  se tudo estiver funcionando bem, em dois dias você estará em nossa casa.

- Ainda tenho que aguentar esses troços aqui por dois dias? – diz minha mãe se referindo aos fios que a monitoram.

- Infelizmente sim mãe, você teve uma parada cardíaca, você quase me matou do coração em dona Fátima.

- Ah minha fia, Deus quis me pegar, mas eu não te prometi que iria ficar por aqui até meus netos nascerem e levar eles pra bagunça muito lá em casa? – afirmo com a cabeça.  – pois então,  aqui estou eu.

Sorrio com a minha mãe,  ela sempre foi minha fortaleza,  até num momento preocupante ela sorri.

- Isso mesmo dona Fátima, eu e a Ju fazemos questão de que sua promessa se cumpra.

Como estou feliz! Minha família está crescendo e se fortificado a cada dia, nossos laços. Rodolffo se adaptou muito bem, e meus filhos parecem que também estão contentes com isso,  pois começam novamente a me chutar.

- Pois é Mainha, seus netos estão confirmando. – levanto, vou até ela, pego sua mão e encosto em minha barriga. – olha mãe,  como eles estão felizes por ter a vovó aqui.

- Oh fia! Eles são tão agitados, igual a você. Rodolffo,  essa menina me chutava que só quando eu estava grávida, vejo que essas crianças vão ser iguais a mãe.

- Não tem problema sogra, contanto que nasçam com saúde está bom.

Dou um tapinha no braço dele, mas acabamos todos rindo, minha mãe mais contida, mas vejo a felicidade estampada em seu rosto, na verdade, todos estamos, tem horas que até sinto medo disso.

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