RODOLFFO
Eu estou procurando ser sincero com a Ju, não quero que depois de tudo eu possa perdê-la. Sei que ela ficou chateada quando falei que eu estava usando ela pra atingir meu pai, então, vou deixar que ela vá para o quarto pensar. Eu errei? Sim, mas, me arrependi e hoje estou fazendo de tudo para estar bem com ela.
Tenho uma ideia, entro no meu celular e procuro o número de uma floricultura aqui perto, acho uma que está aberta num domingo, encomendo vários buquês de vários tipos. Ligo para o restaurante japa que tem aqui do lado e encomendo nosso almoço de domingo, sei que ela gosta. Farei um almoço romântico pra que ela veja que quero ser sincero e leal a ela, vou pedir desculpa por tudo, realmente, estou arrependido por usá-la dessa forma, mas que com nossa convivência pude ver a mulher incrível que ela é.
A campainha toca, é o cara da floricultura, ele vai me entregando as flores, até cactos eu encomendei, eles eu colocarei em nossa mesa romântica. Coloco as rosas, os girassóis e margaridas.
Não demorou muito e nossa comida chegou, paguei o rapaz e coloquei a barca no centro da mesa. Pronto, está tudo pronto, agora vou lá chamar a fera. Bato na porta de seu quarto e chamo.
- O que é?! – grita ela.
- O almoço está pronto, vem!
- Estou sem fome!
- Vem logo que você não pode ficar sem comer, por cauda dos bebês. – tento apelar para a emoção dela nos bebês, pois se ela não quer vir por minha causa, com certeza, ela virá por causa deles. Só quero poder ter a chance pra que ela veja a surpresa que fiz e que assim, me perdoe.
Não demorou muito e escuto os passos dela dentro do quarto, ela abre a porta e dá de cara comigo, se assusta, mas passa por mim correndo. Apresso meus passos para acompanhá-la. Ela parou no pé da escada e olhou por todos os cantos da nossa sala, coloquei algumas flores nos vasos e fiz um caminho, desde o pé da escada, até a cozinha. Ela olha pra trás e me pergunta:
- Mas que marmota é essa?
- Ah Bastiana, é só porque eu quero te pedir perdão pelo que fiz, sei que não deveria fazer nada disso com você, nem com ninguém, mas eu estava com tanta raiva que não pensei direito nas coisas que fiz, me perdoa, juro que daqui pra frente eu serei o homem que você quiser, se quiser que eu seja seu cachorrinho, eu serei, só não me trate com desprezo.
- Olha só Rodolffo, eu te devo uma desculpa por te questionar mais cedo, pois eu entendo que só estamos aqui devido a esse contrato que você me propôs e eu aceitei todas as condições, eu com certeza, já sabia desde o princípio que essa sua proposta de casamento pra mim não foi pela minha beleza e já deveria saber que ao me escolher você não queria trazer nada de felicidade pra seu pai...
- Ju, eu sei que errei até agora com você, mas quero te fazer entender que eu mudei, mudei por você, pela mulher incrível que eu escolhi, mesmo que por linhas tortas, pra construir uma família. Uma coisa que sempre te falei desde o princípio foi que você foi a minha melhor escolha pra isso, só que agora, esse contrato já não está mais valendo, pois quero estar com você por livre e espontânea vontade, quero te dizer que já liguei ontem para o meu advogado e pedir pra ele fazer todos os trâmites para que eu pague pela quebra desse contrato.
- Mas e minha mãe.
- Juliette, me escuta, não quero estar junto de você por contrato nenhum, quero estar com você de fato, como um marido de verdade, com tudo que tem direito, já a cirurgia de minha sogrinha está mantida, não por um contrato, mas como o genro generoso e gostoso que ela tem.
Vejo que ela está com os olhos marejados, vou na direção dela e lhe abraço. Pego em seu rosto, faço com que ela me encare e digo:
- Bastiana, quero te mostrar que estou disposto a fazer com que nosso casamento, que começou torto se acerte e seja do jeito que tiver que ser, seremos uma família de verdade, quero ser um pai pra essas crianças, um pai presente, que meu pai não foi, quero ser um marido presente pra você também, quero que me fale se estiver fazendo algo que não concorde, pois não sei fazer muito bem essas coisas não, você vai ter que me ensinar. – eu termino de falar e estou prestes a beijá-la, quando ela se solta dos meus braços e sai em direção da cozinha falando.
- Eu estou morrendo de fome. – e aqui fico eu com cara de bobo, vendo ela passar pela porta. Que mulher!
Vou na mesma direção dela e já entro falando.
- Vem cá, Bastiana. Quero um beijo, pois você me deixou no vácuo. – seguro seu braço, a viro de frente pra mim e lhe dou um selinho demorado. – Já que você não gosta de palavras bonitas, eu vou tentar a versão rude.
- Não é que eu goste ou desgoste, já te disse que não quero me machucar e você ainda não me provou que merece minha confiança, gostei do que falou, mas também gosto de homens de atitude.
- Muito bem, faremos assim, como já estamos na última etapa, que é o casamento, vamos voltar na parte do namoro... – ela me interrompe.
- Namoro não, estamos nos conhecendo, continuo não sabendo muita coisa de você. Quero que você se abra comigo, compartilhe sua vida comigo, quero que mostre que me quer perto, que confia em mim, não quero que faça todas as minha vontades nem que viva a minha disposição, eu quero um parceiro, não um empregado.
- Muito bem então. Farei isso, vamos lá então. Prazer senhora, pois vejo que é casada, meu nome é Rodolffo Matthaus da Silva Rios, qual o seu nome?
- Mas que presepada é essa?
- Então retornaremos do início, vamos nos conhecer.
- Juliette.
- Nome todo.
- Juliette Freire Feitosa. – vejo ela virar o olho enquanto responde. – não vejo necessidade nisso tudo. Até já estou grávida de você.
- Tudo bem então, o que você quer de mim mulher?
- Eu só quero que você seja sincero, fiel e meu companheiro de vida, alguém que eu possa confiar e isso, eu ainda não tenho.
- Muito bem, serei o que quer, você vai ver, não dou muito tempo e você estará implorando por mim.
- Mas que convencido.
- Tá, sente-se. – peço já segurando a cadeira que ela sentará. Que mulher difícil em. Eu acho que estou enferrujado, pois eu nem precisava fazer nada disso que as mulheres já faziam tufo que eu queria. – Hoje o menu é comida japonesa, que sei que você adora. Você quer o quê?
- Deixa que eu me sirvo...
- Ah mulher, para de me afastar de você, diga logo o que quer. – ela me olha com uma cara assustada.
- Depois ainda diz que quer ficar comigo.
- Eu não digo, eu quero. Mas você é muito difícil, mas eu me chamo Rodolffo e não desisto nunca. – pego o prato e coloco um pouco de tudo pra ela, faço meu prato e sento para comer. Decido deixar de mexer com ela, isso no fundo, me mostra que eu não estou com raiva dela, só estou com mais vontade de estar com ela, ela me dá vida, não me sinto sozinho.
- Rodolffo...
- Hm?
- Por que você fica me chamando de Bastiana?
- É um apelido.
- Mas por que logo de Bastiana? Meu nome não tem nada parecido com isso.
- Pois meus amigos me chamam de Bastião, então você é a Bastiana.
- Mas de onde surgiu esse seu apelido?
- Bom, minha mãe é do estado de Goiás, do interior, então eu ia muito para lá até meus 17 anos, tenho amigos lá até hoje, e eles me chamam assim pois sou muito parecido com meus avô, ele se chamava Sebastião, então meus primos e meus amigos começaram a me chamar de Bastião. Como o apelido pegou, ficou até hoje. Atualmente não vou muito lá, mas quando vou visitar minha vó, sempre os vejo. Não esqueci do apelido.
- Entendi, mas sinceramente, não é muito bonito não esse apelido.
- Ah, eu gosto.
- E você, não tem um apelido então?
- Não que eu queira compartilhar.
- Ah vai Ju, conta?
- Nem pensar. – ela sorri.
- Conta, eu te contei o meu.
- Você promete não rir. Senão você nunca terá uma chance comigo mesmo.
- Prometo.
- Chupa peda. – ela falou muito baixo, não deu pra ouvi, por isso, pergunto de novo.
- Não ouvi?
- CHUPA PEDA! – Agora ela gritou. Nós ficamos nos encarando, eu estou com uma vontade enorme de rir, fico prendendo o riso, até mesmo mordo meus lábios, quando vejo que ela ri primeiro, eu solto a minha gargalhada.
- Mas que raios de apelido é esse?
- Ah, esse apelido meus irmãos que me deram, por causa dessa minha pequena grande boca.
- Ah mas ela é linda. – vejo ela corar com meu elogio.
- Eles me deram pois disseram que tem um peixe da boca grande com esse nome, por isso me apelidaram.
- Isso é muito injusto, ela é muito bonita e sinceramente, prefiro ela chutando outra coisa...
Vejo ela corar mais ainda, gosto de ver que ela não é indiferente a mim como quer parecer. Gostaria de continuar deixando ela envergonhada, mas meu celular toca. Eu atendo e é meu pai.
- Oi filho.
- Oi pai, o que foi?
- Vamos fazer um jantar hoje aqui em casa, sua irmã quer falar com todos.
- Você pode me adiantar o assunto?
- Eu não sei o que é, ela só pediu que fizéssemos um jantar pra família.
- Tudo bem pai, estaremos aí as 7 horas.
E desliguei o telefone e fiquei pensativo.Me perdoem a demora novamente, mas já sabem. Continuarei postando, fiquem calmas. Logo voltarei! 😘😘
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Contrato de Amor
RomanceRodolffo Matthaus é filho de Juarez Rios, dono de uma grande empresa de publicidade. Sr Juarez está prestes a se aposentar e decide que vai deixar um de seus filhos no comando da empresa. Rodolffo é um homem de trinta e dois anos e solteirão convict...