RODOLFFO
Pô, estou muito feliz, não consigo explicar o sentimento que estou tendo aqui, vendo meus filhos. Miguel está na incubadora, cheio de fios, fios esses que monitoram seus batimentos cardíacos e um respirador pequenininho em seu nariz, a Gio, já está no berçário toda agitada e sorridente. Meus olhos ficam encantados e lacrimejantes por tanta fofura. Bato no vidro de lá quando uma enfermeira entra e pergunto se posso entrar para poder pelo menos tocar neles de novo, sentir o cheirinho deles. Ela vem até mim e diz que irá levá-los para Juliette, pra ela alimentá-los, fico muito feliz que saio correndo até o quarto onde ela está e contar a novidade a ela.
Entro no quarto e ela já está acordada.
- Oi Bastiana, conseguiu descansar?
- Um pouco. – ela me responde.
- Fiquei sabendo lá no berçário que a enfermeira vai trazê-los aqui pra você amamentar. - Vejo os olhos dela enxerem de lágrima, vou até ela, lhe abraço e beijo sua cabeça. – você vai conseguir, mais uma vez, você vai conseguir.
- Eu espero que consiga, Mainha disse que é difícil.
- Deixe de bobagem, você tem total capacidade e melhor, muito amor pra dar a nossos filhos. Confie em você, assim como eu confiei em você pra me dar esses presentes, que naquele dia eu lhe fiz uma proposta de um contrato, mas que por fim, foi o melhor contrato já firmado por mim a minha vida toda, pois com ele eu ganhei a minha própria vida de volta.
Ela já está com o rosto todo molhado de lágrimas que escorrem por ele, passo a mão para secar e levanto seu rosto para que ela me encare.
- Eu te amo Bastiana, você me devolveu a vida, você confia nesse meu amor por você?
- Claro meu Bastião... – responde ela com um sorriso encantador. – eu confio em você, o que aconteceu lá no seu pai não me fez desacreditar de você, mas me deu foi raiva daquela lá, por isso aconteceu isso, só que eu não consegui te dizer isso, nem consegui dizer umas boas verdades na cara dela. – Agora eu que fiquei emocionado com essa declaração dela. Nesse momento eu a beijei, beijei tão apaixonadamente minha esposa, fazendo carinho em seu rosto, quando íamos aprofundar o beijo, uma enfermeira entra com nossa filha nos braços e nos interrompe.
- Com licença papais, mas tem uma menina aqui desesperada com fome e chamando pela mamãe.
Nos separamos, levantei e deixei que a enfermeira a entregasse a Ju. Essa minha filha tem uma garganta em, como ela consegue chorar tão forte, fico feliz que isso é um bom sinal, e sorrio com a cena que estou presenciando. Minha esposa acalentando nossa filha, colocando um dos seios para fora do roupão do hospital, nossa filha desesperada já se atracou com o seio a seu dispor. Vejo uma feição de felicidade se formando no rosto da Ju, depois de uma careta quando nossa filha começou a sugar, agora a cena ficou linda, mãe e filha se encarando, sinto uma lágrima me descer pelo rosto. Só deixo de encarar essa cena linda para perguntar sobre meu filho.
- E o nosso filho? Não vai vir?
- Ele não pode sair de lá agora, levarei sua esposa até lá depois para vê-lo e acalenta-lo, aí lá ela faz o que tem que fazer. Ela está ótima, foi de primeira.
Volto a encará-las, elas continuam fascinadas uma com a outra. Vou em direção do outro lado da cama, minha filha quando me percebe perto, solta o bico do seio, me observa atentamente, igual a mãe, me abaixo, faço um carinho em seu cabelinho e digo:
- Oi meu amorzinho, papai está aqui. – meu coração se apaixonou mais ainda, como se isso fosse possível, quando ela me dá um sorriso quando eu falo e logo volta a sua tarefa. Juliette me encara também com lágrimas nos olhos. Como estamos chorões!
Quando nossa filha termina ela já está dormindo, enfermeira a leva e a Ju me pergunta:
- E Mainha, onde está?
- Ela foi pra casa, depois ela volta junto com seu pai. Ela ficou muito emocionada quando os viu Ju, ficou encantada, já queria levar a Gio com ela, disse que ela é igualzinha a você quando nasceu, até na cabeça.
- Meu Deus, Mainha me difamando!
- O que importa é que ela está com saúde. – sinto meu braço arder com o tapa que levei. – É brincadeira meu amor! Você sabe que te amo independentemente do tamanho da sua cabeça né?
- Não sei não, você fica falando mal da minha cabeça.
- Ah Bastiana, eu acho um charme. – vou distribuindo beijinhos em sua cabeça e pelo seu rosto.
Ela acaba rindo da minha frase, mas é verdade, não me importa nada disso, só em ganhar o seu amor.
Não demorou muito tempo, a enfermeira voltou para ajudar a Ju, pois agora ela irá até nosso filho, irá conhecê-lo, quero estar presente para presenciar mais essa emoção com minha família. Vou apoiando ela até o final do corredor, lá eu coloco o roupão, a máscara e a touca, e por fim, entramos. Nos olhamos emocionados e também com uma certa preocupação com nosso bebezinho. Eu já o vi assim, mas sempre que o vejo assim, me dá uma agonia, é fio pra cá e pra lá, mas por outro lado fico feliz, pois ele está vivo.
Nós chegamos perto dele já muito emocionados, a Ju abraça a incubadora, a enfermeira diz que ela pode acaricia-lo e prontamente ela o faz. Passa a não por sua cabecinha, ele olha pra ela. Ela já chorava e conversava com ele.
- Meu pequeno, a mamãe está aqui com você, fica fortinho logo pra gente ir pra casa. A mamãe te ama.
- A senhora pode segurar ele. – diz que enfermeira pra ela. – o calor do seu corpo irá ajudá-lo.
- Claro. – responde ela de imediato.
A enfermeira a coloca numa cadeira confortável, vai até a incubadora e o tira de lá, enrolado num lençol, quando chega perto da Ju com ele, ela abre o lençol e o coloca diretamente no peito de Juliette, nos emocionamos. A Ju vai passando a mão pelo corpinho dele, explorando cada centímetro dele, eu puxo uma cadeira, sento do lado deles e faço o mesmo, eu dou um cheiro e um beijo na cabecinha dele, ao mesmo tempo que a Ju, nos olhamos e nos beijamos, envoltos no mesmo sentimento de pura felicidade, nos beijamos mais uma vez e sorrimos um para o outro, a abraço, ela encosta sua cabeça em meu ombro. Quando olho para o outro lado do vidro, eu não consigo acreditar em quem está lá nos observando.
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Contrato de Amor
RomanceRodolffo Matthaus é filho de Juarez Rios, dono de uma grande empresa de publicidade. Sr Juarez está prestes a se aposentar e decide que vai deixar um de seus filhos no comando da empresa. Rodolffo é um homem de trinta e dois anos e solteirão convict...