JULIETTE
Eu entrei em trabalho de parto depois da ceninha que aquelazinha fez com o Rodolffo, claro que eu sei que ele jamais me trairia com ela, poderia ser com outra, mas com a Sarah? Sei que ela que armou tudo isso, mas não consegui dizer isso ao Rodolffo, pois meu ventre começou a doer insuportavelmente, em seguida, vejo uma água escorrer pelas minhas pernas, aí não deu mais tempo de nada. Enfim, meus filhos iam nascer!
No hospital, eu fui direto para o quarto, lá, eu fiquei esperando ter a dilatação ideal. Passadas algumas horas, horas essas infindáveis, pois cada vez mais as dores pareciam que me quebravam por dentro.
Quando já estou na sala de parto, vejo o homem da minha vida entrar na sala, ele está de olhos arregalados, grito por ele e ele vem até mim, segura minha mão e logo mais uma contração, sinto que esmago a mão dele, mas foi mais forte que eu, mas é bom pra ele ver o que nós mulheres somos capazes de passar por isso.
Até que nossa menina nasce, chorando desesperada, meus olhos começam a lacrimejar assim que a médica a levanta diante dos meus olhos, como ela é linda! Mas o momento, me é quebrado, assim que uma dor horrível volta, me lembrando que meu príncipe ainda está aqui dentro. Passados algum tempo de contração e dor, tudo se passa e consigo respirar de novo, porém, não escuto nada, só continuo escutando um pouco mais longe a minha filhinha, mas não escuto o Miguel! Olho para o Rodolffo, que está encarando a médica com nosso filho nos braços, vejo ele sobre o braço da médica todo molinho, não vejo o peito dele subindo e descendo pela respiração, me assusto! Rodolffo pergunta a médica mas ela não responde e volta a cuidar de mim, Rodolffo segura minha mão, volto a apertar a mão dele, mas dessa vez, por causa do nosso filho, meus olhos que já estão marejados, mas agora choram pelo pensamento que me vem a cabeça, perdemos nosso filho! Sinto o choro chegar a minha garganta e apertar meu peito, parece que abre um buraco nele de tão apertado que está, meu filho, meu Miguelzinho, até que escuto um outro chorinho, olho para o lado e vejo sorrisos nas enfermeiras e na pediatra, meu filho está vivo!
Olho para o Rodolffo, ele me encara de volta e sorri, vejo que ele estava branco feito um papel, agora já está voltando a sua cor, vejo que ele estava passando pelo mesmo que eu, a angústia da eminente dor de perder nosso filho, mas graças a Deus ele voltou pra nós, pra completar nossa família.
As enfermeiras nos trazem os dois até nós e nos avisa que eles não poderão ficar muito tempo conosco pois precisam ir para a incubadora, principalmente, o Miguel. Mas, cá estamos nós com eles nos braços, Giovanna está com o Rodolffo, ele está babando nela, passa a mão pelo rostinho dela, cabelinho. Já eu estou com nosso menino no colo, vejo cada detalhe do rostinho dele, ele que estava chorando descontrolado, se acalmou quando o peguei no meu colo, ele olha pra mim com atenção, com seus grandes olhos castanhos escuros, iguais ao de seu pai, olhos que eu amo quando me encaram, assim como ele está fazendo, passo minha mão por seu rostinho e lhe digo:
- Que susto você nos deu meu anjinho, não faça mais isso com a mamãe não.
- Nem com o papai! – diz Rodolffo me chamando a atenção.
- É, nem com o papai. Mas nós te amamos muito, fica bem meu filho.
Rodolffo abaixa até a minha altura e me entrega nossa menininha e pega Miguel no seu colo, minha filha me sorri de leve assim que a abraço, uma lágrima escorre pelo meu rosto, minha menininha é mais atenta e mais calminha, já não chora a algum tempo, ela parece mais comigo fisicamente, que cabeçona filha! Dou um leve sorriso com o pensamento, mas ela parece comigo também na curiosidade, ela está olhando tudo, atenta. Faço também um carinho nela, até que as enfermeiras chegam e os levam.
Não demora muito e eu já estou no quarto, vejo que Mainha está por lá também, junto com meu sogro e Rodolffo. Ele vem até mim e me beija, Mainha fala:
- Minha fia, a Rodolffo já nos contou o que aconteceu! Graças a Deus nosso Miguel está bem.
- Está sim mãe, ele deu foi um susto na gente, mas ele mostrou ser um rapazinho bem forte.
- Sim Ju... – diz o meu sogro. – ele já é um guerreiro. Parabéns minha querida, meus netos são lindos, passei lá no berçário e me disseram que vão deixar eles um tempo na incubadora pra fortalecer os pulmões deles, a menina está melhor, com os pulmões já quase 100%, já o menino, ainda está com os pulmões em fase de fortalecimento deles, por isso que ele teve uma parada respiratória, e a pediatra me falou que pode ser que ele tenha algum problema respiratório, como bronquite ou asma.
- Mas ele está bem Sr Juarez?
- Está sim minha querida, ele só precisa se recuperar na incubadora o que teria que fazer dentro de você. Mas ele vai ficar bem, você fez um bom trabalho.
- Ah que bom! Agora eu gostaria de descansar um pouco, estou muito cansada.
- Claro minha nora preferida, deixarei vocês pois tenho que resolver um problema em casa, mas saiba que estou muito feliz, meus primeiros netos nasceram, vocês hoje me deram a maior felicidade que esse velho poderia ter. Obrigado.
- Oh pai, cadê aquele cara durão de sempre?
- Ah meu filho, quando os netos nascem os avós ficam mais bobos.
- Concordo com o senhor, seu Juarez. – diz Mainha.
- Muito bem, agora vamos lá no berçário então dona Fátima, ver nossos bebês. Obrigado pai. - diz Rodolffo.
- Eu que agradeço por me deixarem participar desse momento com vocês.
Vejo eles saindo, apesar do susto, estou feliz agora, mas muito cansada, quero descansar para depois poder pedir a alguém pra me levar até meus bebês.
JUAREZ
Depois do que ouvi do meu filho, eu fiquei com muita raiva da Vera, ela não poderia fazer esse tipo de coisa com o próprio filho, tenho que falar com ela urgentemente, estou no hospital e decido ir junto com meu filho e com a sogra dele até o berçário e dar mais uma olhada nos meus netinhos, eles são lindos, Miguel é a cara do Rodolffo quando ele nasceu. Fico com lágrimas nos olhos, meus primeiros netos, na verdade, eu tive um que a própria mãe não deixou nascer.
Digo a Rodolffo que vou para casa pois a Vera já me ligou muitas vezes e eu não atendi, preciso ter uma conversa muito séria com ela, vamos resolver esses problemas.
Chego em casa e logo ela vem até mim perguntando onde eu estava? Não respondo e vou até minha filha e meu genro, os cumprimento, e digo:
- Vocês não acreditam, os gêmeos do Rodolffo nasceram! – digo olhando de lado para Vera, vejo ela ficar apática e sentar no sofá com a mão no coração, mas está bem. Olho para Izabella e ela está de boca aberta mas fala:
- Mas como papai? Ela engravidou depois de mim.
- Sim, mas ela passou por um nervoso aqui no seu chá de bebê, ela encontrou seu irmão com aquela mulher, a Sarah e ficou nervosa, aí meus netos nasceram.
- Mas como eles estão papai?
- Estão bem graças a Deus. Mas o Miguel quase morreu. – todos ficam espantados com a notícia. Olho para Vera e vejo ela com os olhos molhados.
- Mas agora filhos, preciso conversar com a Vera, nós vamos para o quarto, fiquem a vontade, seu quarto já está pronto para vocês.
Nos despedimos e eu acompanho Vera até o quarto. Chegando lá eu já vou logo falando:
- Vera, eu posso saber como que você teve coragem de fazer essas coisas com nosso filho?! – falo me exaltando com ela.
- Eu fiz para o bem dele. Essa mulher só está com ele pelo dinheiro.
- Como você pode pensar uma coisa dessa?! Ela fez foi acertar a vida dele, hoje eles tem uma família, hoje eu sinto muito orgulho do homem que ele se tornou, graças a ela! Eu não estou é te reconhecendo, está uma mulher egocêntrica, mesquinha.
- Como você pode estar falando assim de mim? Eu só quero o bem da nossa família!
- Que família? A que você sozinha, esteve prestes a destruir?!
- Claro que não, o Rodolffo não sabe o que está fazendo com essa mulherzinha, ele está cego e eu vou abrir os olhos dele.
- VOCÊ NÃO VAI FAZER NADA CONTRA ELES!
- Por que você está gritando comigo, isso tudo é para o bem da nossa família?
- Porque você está louca! Nosso filho ama a Juliette, e você só está cada vez mais se afastando do seu filho e agora, de seus netos. Você sabe por exemplo, qual foi o motivo da Sarah e do Rodolffo terem terminado?
- Porque ela recebeu essa proposta de trabalho fora do país, mas ela voltou por ele.
- Eles terminaram porque ela tirou um filho dele! Ela matou um neto nosso por causa desse trabalho ou seja lá porque ela fez isso.
- Isso é mentira sua!
- Isso foi seu próprio filho quem me falou, ele disse que não nos disse porque não tinha importância, que ele ficou mais triste por causa do filho e não por causa dela. Você tem que parar de se meter na vida dele, senão vai perdê-lo de vez, pois o que você fez hoje eu duvido muito que ele deixe sequer você chegar perto dele e da família dele de novo, ainda mais depois do que você fez hoje.
- Mas...
- Mais nada. Você errou e pronto. Seu filho e eu estamos muito chateados com você, quando ele me contou o que fez, eu não pude acreditar no que minha esposa se tornou, e pior, pelo que fez com o próprio filho, Vera, eu não estou te reconhecendo. Enquanto você não mudar com seu filho e principalmente com a sua nora eu vou dormir longe de você, se você decidir não mudar, eu te digo que eu que mudarei, mas de casa.
- Você não pode fazer isso comigo. – diz ela entre lágrimas escorrendo pelo seu rosto.
- Posso e farei. Você pode não gostar da Juliette, mas tem que respeitá-la, pelo nosso filho e agora por nossos netos.
- Mas eu estou feliz por nossos netos, não gosto da mãe deles.
- Não cabe a você gostar ou não da mãe deles, com isso você só está conseguindo é ficar longe deles, pois o Rodolffo já me disse que não deixará você nem sequer vê-los.
- Mas ele não pode fazer isso comigo, sou avó dessas crianças.
- Ele pode sim, afinal ele é o pai deles. Além do mais, a situação que você causou hoje, quase matou meu neto, por sua causa eles nasceram antes do tempo e o Miguelzinho nasceu mais fraquinho dos pulmões e nasceu sem respirar. Você está vendo onde sua maluquice chegou?
- Mas eu não tive a intenção... – a interrompo de novo.
- Não importa se com intenção ou sem, o que importa é que fez. Quero que você enxergue o que você causou só por causa do seu ódio pela Juliette, que a única coisa que fez e faz é amar seu filho. Ponha isso na sua cabeça, antes que seja tarde demais. Pois só você irá perder, não vai poder ver a cara de felicidade do seu filho com a família que ele formou e nem poderá conhecer seus netos, que por sinal, são muito lindos, eu já os vi e vi a cara que felicidade do Rodolffo, ele está encantado. Pense bem! – digo pegando meu pijama e já saindo em direção do quarto de hóspedes, pois se nada mudar, será meu quarto até que tudo se resolva, ou pra eu voltar para meu quarto ou para que eu saia de vez de minha casa.
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Contrato de Amor
RomanceRodolffo Matthaus é filho de Juarez Rios, dono de uma grande empresa de publicidade. Sr Juarez está prestes a se aposentar e decide que vai deixar um de seus filhos no comando da empresa. Rodolffo é um homem de trinta e dois anos e solteirão convict...