Capítulo 12

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Hermione não contou para Malfoy sobre seu momento com Pansy Parkinson, mas ela desconfiava que a garota tinha falado algo para o loiro. Hermione não achava que Pansy fosse uma ameaça maior que qualquer outro Comensal da Morte. Afinal, a garota de cabelos negros estava tão quebrada quanto o resto das pessoas na guerra e Hermione reconheceu isso pelo desespero da sonserina.

Três dias se passaram e Hermione ainda não tinha visto Malfoy. Ela desconfiava que o mesmo estava em uma missão e toda vez que seu pensamento se voltava para as mortes que já tinha visto, uma espécie de nó se formava entre as entranhas de Hermione. Então, como uma espécie de meditação, ela se sentava no meio do pequeno quarto e fechava os olhos tentando imaginar estar num mundo melhor. Às vezes conseguia pensar num campo aberto, outras vezes na sala comunal da Grifinória com a lareira crepitando enquanto folheava os livros de feitiço.

[...] 

15 de Dezembro de 1998 

Hermione acordou cedo e tomou o café que Gweyra tinha deixado na cômoda ao lado. Comendo em silêncio ela ouviu passos vindos do corredor e antes que pudesse se levantar Malfoy abriu a porta. Ela nem se levantou e continuou encarando o loiro que abria a gravata e a gola da camisa.

- O que você está fazendo aqui? - Hermione perguntou alarmada.

- A uns três dias atrás tivemos uma reunião com Você-Sabe-Quem.

- Aqui?

Hermione arregalou os olhos assim que o loiro assentiu.

- Segundo ordens, alguns eventos vão acontecer e você...bom você consegue juntar as entrelinhas.

O estômago de Hermione deu uma volta no mesmo momento e uma ânsia de vômito tomou conta.

- Granger?

Num salto, Hermione se levantou da cama e foi correndo até o banheiro. Todo o seu café foi por água abaixo. Quando voltou para o quarto Malfoy ainda estava parado lá, só que dessa vez um brilho de preocupação passou por seus olhos.

- Você está bem?

Hermione soltou uma risada.

- Esse não é o tipo de notícia animada que eu esperava receber.- Hermione respondeu num tom sarcástico.

Malfoy não teve nenhum argumento contra as palavras de Hermione, em vez disso ele ficou parado vendo a garota caminhar de um lado para o outro com os braços encolhidos.

- Eu só queria sair daqui.- Hermione sussurrou.

- Acho que nisso eu não posso ajudar.- Malfoy respondeu de imediato.

Hermione o analisou por um momento antes de responder:

- É, eu imaginei que não.

[...]

Naquela semana Hermione e Malfoy não foram à floresta. Ambos estavam começando a se distanciar, se vendo apenas em breves momentos dos quais Hermione se escondia dos Comensais da Morte que vagavam pela mansão.

Sábado chegou trazendo consigo a maior onda de frio que Hermione já tinha visto. Por sorte o calor da lareira sempre estava à disposição, uma cortesia do que ela achava ser limitada.

Pensar no que seria obrigada a fazer deixava os poucos momentos de conforto e calmaria de Hermione únicos. Apesar de tudo ela estava viva e era tudo o que importava. Hermione de vez em quando pensava no destino das mulheres que via na mansão quando. Casar-se com alguém conhecido, viver acorrentada por status e não por amor resumia-se a uma morte lenta.

The Darkest Of Poison - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora