11 de Dezembro de 1998
Cinco dias se passaram, Hermione agora estava um pouco mais próxima de Malfoy e ambos combinaram que terça e sexta eles iriam para a floresta.
O diálogo entre os dois era pequeno, mas bastava para expressar o que ambos estavam sentindo. Malfoy evitava falar as coisas que era incumbido de realizar, ele acreditava que poderia assustar Hermione. Ela, por outro lado, acrescentava uma luz ao pequeno fio de amizade que estava se formando. Sempre comentando algo ou até mesmo fazendo comentários sarcásticos o suficiente para Malfoy sorrir por dentro.
Naquela manhã teriam a honra de receber Voldemort na mansão Malfoy. O loiro caminhava ansioso pelos corredores que insistiam em parecer mais frios com a notícia inesperada. Ele não via Hermione a dois dias e estava cada vez mais difícil penetrar na mente dela.
Draco não via isso como algo ruim e sim uma chance de salvação da garota. No começo ele achava difícil que ela sobrevivesse mais que uma semana na mansão, mas depois de todo esse tempo e da resistência dela depois de tudo, ele acreditava profundamente que ela era uma sobrevivente. E merecia ter uma vida tranquila mesmo que o lado errado da guerra ganhasse.
E ele faria com que ela vivesse bem se o seu lado da guerra prevalecesse.
Os corredores se tornaram a enorme sala de reunião minutos depois. Draco suava frio, mas sua expressão estava fechada, assim como sua mente. A muralha que ele mantinha constantemente erguida dessa vez estava mais reforçada do que nunca.
Ele temia que Voldemort entrasse na sua cabeça e conseguisse ver as coisas que fez com Hermione. As coisas que fez por ela. No começo não foi fácil decidir se ia ajudá-la ou deixar que matassem ela.
Os livros de mitologia que viu nas estantes da mansão contavam história de diferentes deuses e deusas. Contavam que eles salvaram e amaldiçoaram milhares. O amor e o ódio. As emoções e sentimentos que moviam os poderes místicos que cada um possuía. Draco sabia que perante tudo o que ele fez, não poderia ter algum tipo de salvação. Nunca foi digno de andar pelo mundo mágico e se sobrevivesse a guerra...
Ele nem sabia se iria sobreviver.
No começo, esperar a morte foi fácil. Até agradável. Mas ele tinha sua mãe, foi por isso que não desistiu. Ele tinha Blásio, Pansy e Theo. A amizade deles sempre foi conturbada, mas Draco sentia que deveria manter todos bem e a salvo. E por último, veio Hermione. A garota caiu no seu campo de visão como a neve que estava para cair lá fora.
No começo, Draco achava que era mais fácil assustar Hermione para que ela ficasse longe. Não para proteger e sim para não ter que matá-la como parte de uma missão. Ele estava ciente que todas as mortes e todo sangue que estavam em suas mãos não o fariam melhor. E sabia que Hermione também brigava internamente com seus próprios demônios.
A luz que a garota emanava foi diminuindo com cada trauma e cada morte que assombrava a sua vida. Draco nunca teve essa luz. Ele via que Hermione se esforçava para continuar sempre alerta. Para que sobrevivesse. Mas, igualmente, via que ela estava cansada. Sendo os únicos momentos do retorno dessa luz a diversão e o relaxamento.
E agora à sua frente, uma enorme mesa de reuniões com Voldemort na ponta deixava Draco alerta. Ele forçou para que sua respiração ficasse normal e para que passasse um ar despreocupado.
- Veja quem chegou cedo.- Voldemort esbanjou um sorriso falso.
Draco fez uma leve reverência para seu mestre e se sentou na segunda cadeira do lado direito. Na primeira cadeira se sentava Lúcio e na terceira Narcissa. O loiro sabia que no momento em que pôs os pés naquela sala, sua vida se resumia a seguir ordens.
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The Darkest Of Poison - Dramione
FanficA guerra não acabou com a batalha de Hogwarts. Todo o mundo bruxo ainda está em guerra. No meio disso, Hermione escolhe, entre todos da ordem, matar Draco e sua família. Mas como ela faria isso perdida em seus próprios medos e demônios? Ou pior, sen...