Capítulo 8

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18 de Setembro de 1998

Hermione tentou abrir os olhos, mas suas pálpebras não queriam abrir. Tentou mover algum músculo, mas estavam doloridos demais. Por mais que seu corpo estivesse cansado demais para colaborar, Hermione conseguiu sentir a presença de alguém perto. Então, em vez de tentar se mexer, focou-se em analisar tudo o que estava à sua volta. 

A primeira coisa que conseguiu distinguir foi que o manto não estava mais em seu corpo, pois o peso havia sumido. A segunda coisa que notou foi a superfície na qual estava deitada. Hermione rapidamente se deu conta de que estava de volta ao quarto da mansão, deitada no colchão fino e duro do qual dormira nas últimas semanas, e o mais importante...

Ela estava viva.

Com dificuldade, Hermione tentou abrir as pálpebras e a primeira coisa que viu foi o teto do quarto.

Vamos, Hermione. Vire o rosto.

Mas, tentar se mexer era uma mistura de dor e frustração. Ela tentou virar a cabeça, porém tudo o que conseguiu foi ouvir uma voz baixinha e doce.

- Oh não. Não se mexa senhorita.- Gweyra falou num tom desesperado.- Isso pode lhe causar dores.

Hermione com dificuldade tentou falar.

- O que aconteceu? Como eu vim parar aqui? Espere, a quantos dias eu estou apagada?

A pequena elfa fez uma careta como se soubesse de algo.

- Não tenho permissão para falar o que aconteceu, senhorita. Só que está dormindo a quase uma semana.

- Uma semana!?- Hermione engoliu em seco. Fazendo a elfa se encolher.

- Não posso responder mais nada, senhorita. Agora tenho que ir. Minha senhora me chama.

Dito isso, Gweyra desapareceu. E Hermione não teve outra alternativa a não ser esperar ficar deitada e rezar para que a dor passasse. 

[...]

22 de Setembro de 1998

Quatro dias depois, raios de Sol entraram através do vidro do pequeno quarto e Hermione deu um sorriso com o rosto aquecido. O corpo ainda doía e ela não entendia o porquê. Depois que comeu o café que Gweyra deixou em uma bandeja aos pés da cama, Hermione quis tentar se aventurar até a biblioteca.

Para si, não fazia diferença se ela lia livros e mais livros que tentavam ajudar seus amigos. Dentro da sua mente ela ainda podia ouvir a voz de Voldemort.

"Sua mente foi vasculhada algumas vezes enquanto estava inconsciente. Acha mesmo que poderá me deter? "

Hermione ouvia a voz rouca em sua cabeça. Sim, seria inútil procurar informações se sua mente não estava a salvo. A menos que aprendesse algo de oclumência e praticasse.

Vislumbres de lembranças iam e vinham na mente de Hermione. Tudo o que viu na guerra e as pessoas mortas nos corredores do castelo. Até que uma lembrança em particular chamou a atenção de Hermione.

O sonho do anjo. O sonho que Hermione estava morta.

Não entendia como estava, mas sabia que estava. A corrente fria da água. Os pulmões sem ar. O anjo parecia a luz no fim do túnel. Sonhos podem significar coisas abstratas sobre a consciência humana. E de acordo com o que Hermione leu, geralmente sonhamos perto de acordar, por isso que muitos sonhos são incompletos e ficam na nossa mente por dias. A luz dourada tinha um espaço nítido nas lembranças de Hermione. Ela ainda podia sentir a energia e o calor que a tocha emanava. Um pingo de vida em meio a morte.

The Darkest Of Poison - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora