Capítulo 18

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Nota da autora no comentario ao lado.

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          BANG

          Um estrondo alto e repentino como o de portas sendo batidas com força reverberou pela casa, acordando o garoto naquela madrugada de sábado. De seu quarto no segundo andar ele podia ouvir uma voz abafada que parecia vir do andar de baixo, rouca e claramente alterada.

          "— Onde está?!"

          Oque estava acontecendo?

          Ainda um pouco desorientado por ter sido acordado tão bruscamente, Mark se colocou sentado em sua cama e olhou em volta. Seu quarto estava escuro, apenas uma fraca luz alaranjada dos postes de luz lá fora entrava pela janela permitindo ver a silhueta dos objetos daquele ambiente e uma rápida olhada para o relógio digital em sua mesinha de cabeceira lhe confirmou que ainda eram quatro horas da manhã.

          De novo, o mesmo som alto quebrou o silêncio da noite, uma comoção de portas e gavetas de armários sendo abertas e fechadas como se alguém estivesse revirando a sala de estar no andar de baixo.

          — Onde é que está? — a voz perguntou novamente, em tom mais alto, e Mark reconheceu a voz alterada como sendo de seu pai. — Cadê aquela garrafa de whisky que estava bem aqui?— Ted resmungou com voz arrastada.

          — No lixo. Vazia. Porque você já bebeu ela inteira. — Mark ouviu Annabeth responder e ele percebeu em seu tom de voz que ela estava revirando os olhos como quem fala "Lá vamos nós de novo". — Francamente, homem. Você acabou de chegar daquele antro de depravação, não acha que já bebeu o suficiente?

          — Suficiente? — Ted riu em tom de deboche. — Não, não importa o quanto eu beba, nunca é o suficiente se eu tiver que lidar com você. Mulher insuportável, sempre me enchendo o saco!

          Mark podia imaginar a cena acontecendo lá embaixo na sala com total clareza pois já tinha visto milhares de vezes: Seu pai caindo de bêbado, dando um show constrangedor (e nada novo), enquanto Annabeth observava o marido com desprezo, com os braços cruzados na frente do corpo, enrolada em seu roupão florido e com um terço na mão, exalando um ar de justa superioridade do alto de seu pedestal santificado. Os dois brigando. Os dois se odiando. Os dois dizendo coisas horríveis um para o outro e nenhum deles parando para prestar atenção no filho que ouvia tudo quieto em seu quarto (exatamente como agora) esperando que eles simplesmente calassem a boca e fossem cada um para seu canto.

          Mark ouviu então o som de vidro se estilhaçando (provavelmente o vaso de vidro no aparador da sala) seguido de um baque surdo e Ted balbuciando algo abafado demais para Mark conseguir entender o que era, mas que soava muito como um palavrão.

O Padre e a BruxaOnde histórias criam vida. Descubra agora