Romance/Misterio/Suspense.
Quando Ethan O'Connel, um jovem padre católico, foi designado pela Igreja para ser o novo padre de uma comunidade no interior do Maine, ele não fazia ideia de que sua vida nunca mais seria a mesma.
Ele logo descobre que a...
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Ethan O'Connel nascera na Irlanda em mil novecentos e noventa, num bairro pobre de uma cidade pequena na Irlanda. Tinha um pai forte e uma mãe amorosa, e tinha dois irmãos mais velhos, os quais amava. A vida naquela época era simples más muito boa, pois acima de tudo em sua casa havia amor e paz de um modo que poucas famílias podiam dizer que desfrutavam.
O pequeno Ethan ia crescendo a olhos vistos e sua beleza só era ultrapassada por sua bondade, mesmo quando criança. Com seus cabelos negros, olhos de um verde profundo e a pele tão branca quanto seda, ele parecia um anjinho de alguma pintura renascentista, e quem convivesse com ele e visse seus modos, sua calma, sua delicadeza e cuidado com as coisas pequenas, não duvidaria de que realmente ele era.
Naquela época, ele não imaginava que se tornaria um padre. Havia uma igreja católica, uma pequena capela não mais do que três quadras de distância de sua casa, mas que ele nunca havia visitado.
Entendam bem, aquela era a Irlanda no começo doa anos noventa, com os conflitos entre católicos e protestantes em pleno vapor. Seus pais sendo de formação protestante (mesmo que não praticantes) não quiseram impor religião aos filhos, não com jeito que o país estava, preferindo ficar de fora de tamanho disparate. Eles acreditavam em Deus, é claro, mas não seguiam dogmas. Para eles bastava que os filhos soubessem a diferença entre o certo e errado. Por isso, aos dez anos de idade Ethan não era batizado, nem crismado, nem tinha feito a primeira comunhão, e ser um padre (católico, ainda por cima) era até então uma ideia meio distante, para dizer o mínimo.
Tudo mudou, no entanto, numa certa tarde quando Ethan e sua mãe estavam em um ônibus, voltando do centro da cidade para seu bairro depois de terem passado por uma consulta médica. Era vinte de junho de dois mil e um, ele sempre se lembraria dessa data, foi o dia em que tudo mudou para ele, foi o gatilho que o fez se tornar o que viria a ser.
Havia pelo menos vinte pessoas dentro do ônibus e ele e sua mãe estavam na parte traseira. Ele saboreava um sorvete de limão pois sua mãe prometera que se ele se comportasse durante a consulta ela lhe daria uma recompensa. Chantagem? Pode ser, mas nunca ninguém vira criança mais comportada naquele consultório médico.
O ônibus parou em uma das paradas e o pequeno olhou para frente por um momento, observando que um homem entrava no coletivo. Este homem lhe chamou a atenção pois ele usava uma roupa preta que o cobria por completo, o que era estranho pois era verão, aquele era um dia muito quente e aquela roupa era um tanto inapropriada para o clima. Mas o que mais lhe chamou a atenção foi a tarja branca no colarinho.
─ Que roupa estranha. ─ o menino comentou, com o olhar fixo no homem que já se sentava três bancos á frente deles.
─ O que foi? ─ sua mãe perguntou, distraída olhando pela janela.