Capítulo 4

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POV Cheryl

Segui em passos pesados de volta a minha suíte. Idiota, porque você foi falar aquilo Cheryl , você é uma burra. Foi fazer sua atuação ridícula com a única pessoa que poderia te entender.

Seu olhar magoado e sério quando dei a entender que ela aproveitaria da situação e a indiferença quando respondeu minha pergunta me atingiram mais do que eu gostaria. Eu poderia só ter agradecido por ela ter mentido ou xingado por não querer ser puxada de volta a varanda. Não precisava magoá-la ou irritá-la por fazer seu trabalho.

-*-

_ Me ajude a entender Cheryl . Minha mãe veio comigo de volta ao quarto e depois de um silêncio ensurdecedor, ela resolveu se pronunciar sobre o ocorrido comigo pela primeira vez. Ela estava agachada me ajudando a tirar o salto.

_ Já disse estava bêbada. Repeti a mesma história que falei para a imprensa.

_ Você não bebe. Ela nem presta atenção em mim fiquei um pouco surpresa por saber isso.

_ Agora sabemos o porque. Rebati irônica.

_ Isso tudo foi ... um pedido de socorro ? Ela ainda tem dúvida.

_ Não. Disse firme, mas era mentira, lógico que sim ela não me viu dependurada na sacada. O que aconteceu com minha mãe ? Que prova mais ela quer, para saber o quanto estou quebrada e perdida.

_ Ótimo. Porque olhe a sua volta. Abriu os braços apontando tudo no quarto. _ Você não tem nada para reclamar.

_ Eu sei. Foi idiotice. Melhor que eu deixe essa história morrer igual eu faço comigo aos poucos.

_ Você não pode se dar ao luxo de fazer idiotices ! Sua voz se alterou, até que demorou. Agora eu vejo claramente que estou sozinha, não posso contar com ninguém, todos só se interessam quando estou sendo lucrativa. _ Você acabou de dizer que foi um erro. Suavizou.

_ Foi um erro.

_ Prometa que nunca acontecerá novamente. Claro é mais fácil assim.

_ Tudo bem. Dei de ombros.

_ Eu quero ouvir você dizendo. Me fitou.

_ Eu prometo, não acontecerá novamente. Falei tão firme que até eu acreditei. Pronto agora ela vai considerar esse assunto encerrado, me levantei e segui para o banheiro deixando ela sozinha.

POV Toni

Assim que Cheryl saiu eu fui falar com meu pai, ele me deu o resto da noite e a manhã de folga. Dirigi tranquilamente para minha casa, eu tinha feito minha parte salvado a popstar descompensada depois fui ofendida pela mesma, agora só queria minha cama macia e dormi.

Eu queria saber porque ela agiu daquela maneira comigo, mas é melhor não ficar remoendo esse assunto. Provavelmente não a verei mais. Merda tinha vários paparazzi na minha porta. Estacionei minha caminhonete.

_ Essa é a garota. Ouvi um deles dizer.

_ Policial Topaz, olhe aqui.

_ Uma foto por favor ? Ignorei todos.

_ Policial Topaz ? Escutei uma voz conhecida e me virei. _ Steve Sams pela National Enquirer. Ele deu alguns passos à frente.

_ Você está invadindo. Ergueu as mãos em sinal de rendição. _ Eu já disse tudo que tinha para dizer. Tentei me esquivar.

_ Te dou vinte mil por um extra. Cinquenta por uma exclusiva. Está com sorte. Nenhuma vergonha nisso. A oferta é boa até que a verdade seja dita. Se aproximou de mim e estendeu um cartão com um sorriso convencido. _ E sempre é dita. Fiquei encarando a mão dele e peguei para me livrar desse chato logo.

_ Ei. Entrei em casa e meu rottweiler correu até mim abanando o cotoco de rabo. Me abaixei e fiz carinho nele. Tirei meu cinto e caminhei até o telefone.

_ Você tem trinta e sete mensagens. A voz robótica falou. _ Primeira mensagem: Oi, aqui é Nina Grimes- Stuart. Peguei um suco de caixinha na geladeira. _ Eu sou da Entertainment Tonight. Estou tentando contatar a Policial Topaz. Estamos fazendo uma matéria sobre o que aconteceu com a Cheryl . Pulei para a seguinte. _ Próxima mensagem. Aqui é Emery Holmes do LA Times. Apaguei todas, esse pessoal não desiste. Liguei a televisão para distrair.

_ Ela tem três hits de sucesso com o rapper MGK e um Billboard Award por melhor canção. Mas será Cheryl uma vítima de seu próprio sucesso ? Será que ela está bem ? Espero que sim. Na televisão passava imagens de um videoclipe e cenas da premiação de mais cedo. No início desta noite, testemunhas a viram pendurada na sacada de sua suíte de luxo no Hotel Sofitel em Beverly Hills. Me acomodei melhor no sofá, pensar que antes de hoje eu não fazia ideia de quem ela era. _ Após o incidente, Cheryl fez uma declaração numa conferência de imprensa no hotel.

_ Eu estava comemorando e as coisas ficaram meio loucas. Então, que isso sirva de lição para vocês. Nunca misture champanhe, varanda e salto alto. Qualquer pessoa que prestasse um pouco de atenção perceberia como ela estava mentindo, seu sorriso extremamente forçado e ela não parava de olhar para os lados. Quando passou minha declaração eu parecia constipada, não fui nenhum pouco convincente.

Desliguei a televisão, tomei um banho relaxante e me preparei para deitar. Tinha a leve sensação que amanhã meu dia seria cheio. Assim que fechei meus olhos, um par de olhos verdes pedido ajuda dominou meus pensamentos.

POV Cheryl

Estava deitada na cama à algum tempo zapeando os canais, em todos eles o único assunto era minha tentativa de suicídio ocultada. Em um dos canais passava minha declaração. Eu deveria ter contado a verdade, " sim eu tentei me matar e eu teria obtido sucesso se a policial Topaz não tivesse se intrometido me puxando para dentro da varanda. Fiz porque eu não sou mais eu e não aguento mais ser um marionete da gravadora e da minha empresária. "

Talvez estaria sendo diferente e eu poderia parar de mentir agora. Mudei de canal outra vez, nesse passava a declaração da policial Topaz. Ela estava bem séria e parecia desconfortável por estar mentindo. Realmente eu fui uma idiota com ela. Meu celular vibrou.

MGK 2:03 AM: Tá bem ?

Cheryl 2:03 AM: Sim. De que adiantaria se eu dissesse que não. Também não estou afim de conversar.

MGK 2:04 AM: O que está vestindo ?

Desliguei o celular, idiota. Ninguém percebeu que eu tentei acabar com minha vida ? Não podia cobrar muito dele, nosso relacionamento foi arranjado e já foi surpreendente ele ter perguntado sobre meu estado, quando nem minha mãe o fez. Só me arrependo de ter entregado minha virgindade para o Kelly.

Continuei assistindo a declaração da policial Topaz, eu estava tão certa do que tinha que fazer para acabar com minha dor e do nada ela chega e me faz querer voltar. Foi com esses pensamentos que caí no sono.

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