[CONCLUÍDA]
Minha vida nunca foi grande coisa, muita merda, pouca paz, e bom, foi vivida sobre o clichê de: garoto errado, no lugar errado, tem até quem diria que filho das pessoas erradas. Não é tão emocionante quanto parece, acredite, é uma droga...
Oi clã. Como vocês estão? Espero que todo mundo bem. O que vocês estão achando na estória? Não deixem de comentar ou votar, isso é muito importante.
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[Heaven Knows — The Pretty Reckless.mp3]
Kim Taehyung
Nada de me meter em uma briga de bar, ser flagrado transando em um lugar público e definitivamente não ser pego em um racha nas interestaduais. Essas eram três, das inúmeras, regras que meus irmãos gritaram antes que eu embarcasse no avião que me trouxe para Londres, basicamente para não eu não repetir nenhum dos problemas em que me meti em Seul.
Depois que nossos pais morreram, Namjoon e Seokjin se sentiram no dever de assumir as rédeas da minha criação e continuarem me mantendo bem preso a suas próprias convicções. Ser uma cópia do meu pai e deles mesmo, me formar em administração, fazer mestrado e doutorado, então assumir uma das cadeiras de CEO'S da empreiteira. Tudo isso antes dos vinte e seis. Me casar aos trinta, com uma bela, recatada e sul-coreana legítima. Ter três filhos, que seguiriam os meus passos, como eu supostamente deveria seguir os dos meu pai, que seguiu o do meu avô. Perpetuar o legado. O negócio da família.
E aqui estava eu, com os dedos flexionados no couro do volante do Mclaren Speed Tail, sentindo a vibração do motor ressonar no tecido da minha camiseta e observando os ponteiros do acelerador alcançarem facilmente os 300 km/h. Eu sorri. Eu era muito bom em ser um merda, e o pior era que eu nem continha um passado trágico e traumático que justificasse meu atual comportamento. Eu tinha uma família amorosa, unida e rica, que apesar de criticar todos os meus atos, me amava incondicionalmente.
Eu apenas adorava aquela sensação, a adrenalina fluindo rápido por dentro do meu sangue, levando meu coração bater enlouquecidamente, o frio gélido na boca do meu estômago, as pupilas dilatadas. Muito melhor que qualquer droga. E indo rápido, cada vez mais rápido, as árvores escuras na beirada do asfalto passando por mim como fantasmas que logo ficavam para trás. Eu podia ver a Lamborghini de Lisa através do reflexo, alguns metros para trás do meu carro. Jisoo estava com a namorada. Elas eram tipo Bonnie e Clyde versão lésbica. Bom, seriam, se a Bonnie parasse de trair a Clyde.
Eu girei as mãos, fazendo o volante rodar todo de uma vez, o Mclaren Speed Tail rodopiou na curvatura da rua, os pneus rosnaram contra o asfalto e uma poeira se levantou, porém, ficou para trás rápido, eu disparei, a lataria do meu carro passou a centímetros do Lamborghini de Lalisa quando dirigi na direção contrária à sua, devido às janelas abertas eu pude ver a senhorita Manoban, ela estava com a cabeça atirada para trás, com as elegantes linhas do pescoço esticadas, e sua boca se abria com a passagem do riso. A Kim se inclinou sobre seu banco para poder me lançar um olhar, também rindo. Durou apenas um segundo e eu estava metros à frente.
Eu nunca fui bom em seguir regras e obedecer prontamente, não era apenas por rebeldia juvenil. Qualquer tipo de amarra me limitava, me deixava confuso e frustrado. Eu nunca aprendi a me comportar diante de imposições, e cobranças não me impulsionam a dar o melhor de mim, pelo contrário, me subjugam. Por isso o ambiente escolar nunca me fez bem, sempre levou minha ansiedade aos níveis mais altos. Seokjin dizia que eu era apenas um garoto mimado, que deveria levar o esporro da vida para tomar consciência. Talvez meu irmão estivesse correto.
