TRACK 20

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Kyungsoo sentiu os primeiros raios de sol do dia em seu rosto. Odiava quando Jongin esquecia de fechar as cortinas, mas depois da noite maravilhosa ao lado do seu futuro namorado, ou quase, nada poderia estragar o seu dia.

Mesmo com a luz incomodando, ficou de olhos fechados, aproveitando o momento de paz. Claro, mas não por muito tempo, estava animado demais com os últimos acontecimentos, então resolveu acordar Jongin para o fazer companhia antes de ir para o trabalho:

— Bom dia, meu am...— Kyungsoo nem ao menos tinha terminado a frase quando foi parar de cara no chão.

O que achou muito estranho, já que jurava que a cama de Jongin era maior que aquilo. Mas quando levantou o rosto e olhou à sua volta, ainda perdido, sentiu seu coração parar quando reconheceu o lugar que estava.

— O quê? Não, não pode ser... NÃO PODE SER!

Kyungsoo nunca sentiu tanto ódio por ver seu velho quarto de solteiro de novo, e muito menos por notar estar usando suas antigas roupas, que tinha certeza de não ter colocado na noite passada. Desesperado, andou por todo seu apartamento tentando fazer com que aquele pesadelo acabasse e ele acordasse ao lado de Jongin. Mas, quanto mais andava para um lado e para outro e revirava seus pertences, que não via há quase seis meses, se dava conta que aquilo era tudo menos um simples sonho ruim.

Seu peito era uma mistura de desespero, medo e ódio. Não sabendo lidar com aquilo, jogou tudo que estava em umas das penteadeiras da sala no chão.

— NÃO! NÃO PODE SER! EU NÃO POSSO FICAR AQUI!

Kyungsoo sabia que só estava gritando com as paredes, mas queria descontar todo seu ódio de alguma forma. Quanto mais realidade batia, mais o moreno chorava e destruía tudo à sua volta. Mas, em um pequeno instante de consciência, se lembrou da única pessoa que poderia explicar tudo aquilo: Chanyeol.

— CHANYEOL, SEU FILHO DA PUTA, APAREÇA! EU SEI QUE TEM DEDO SEU NISSO, SEU DESGRAÇADO! EU QUERO VOLTAR AGORA! SEU ARROMB...

— A criatura não vai parar de dar piti? Já estou aqui. — a figura do platinado apareceu no meio da pequena sala de estar, assustando Kyungsoo — O que foi?

— Como assim o que foi, seu desgraçado? — Kyungsoo foi até Chanyeol e o segurou pela gola da roupa — Por que caralhos eu estou aqui? Eu desisti daquela missão idiota! Me leve para casa do Jongin agora!

— Primeiro, me solta porque em teoria eu nem deveria estar aqui. — o platinado desamassou suas roupas, enquanto observava Kyungsoo andar em círculos desesperado — E segundo, se você voltou é porque cumpriu sua missão. A regra é clara.

— EU NÃO FIZ PORRA NENHUMA! — o cantor gritou irritado, mas quando viu o olhar cínico de Chanyeol, abaixou o tom — Eu não fiz nada! Ontem era o meu aniversário, a última coisa que eu faria era ir atrás de cumprir aquela missão idiota. Porra, ontem foi o melhor dia da minha vida e agora eu estou aqui nessa merda...

— Sinceramente, eu gosto da história de você e Jongin, mesmo que às vezes você seja um pouco desagradável. Por isso vim aqui ajudar, então, me fala precisamente o que fez ontem para eu descobrir o que causou a sua volta para 1975. — Chanyeol se sentou no simples sofá — Sempre reclamo da burocracia dessas viagens no tempo, mas não posso negar que as regras são explícitas, se não cumprir a missão, não volta. Elas são impossíveis de falhar.

— Como assim impossíveis de falharem, bicho?

— Digamos que elas funcionam como a gravidade, é algo irrefutável. As coisas são puxadas para o chão pela gravidade, mas só acontece isso quando são empurradas, por exemplo. A gravidade sempre esteve ali, mas só agiu quando o objeto teve algum tipo de gatilho. Ou seja, você voltar para 1975 era algo irrefutável, a força que te traria de volta sempre esteve ali, mas só iria agir se você cumprisse a missão. Esse sendo o gatilho da viagem de volta, entendeu? — Chanyeol falava calmamente toda sua analogia como se estivesse explicando que dois mais dois são quatro.

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