Horas e horas, e nada.
Kyungsoo já não aguentava mais dirigir sem rumo.
Estacionou de qualquer jeito no acostamento da pista, e frustrado, sem ter o que fazer, pegou seu violão. Estava no meio nada, sem ninguém, tocar era a única coisa que restava fazer antes que perdesse a cabeça.
Apreciando o movimento das árvores com as brisas do vento, começou a dedilhar uma melodia qualquer, estava se sentindo perdido novamente.
Perdido era algo que ultimamente o definia o todo momento, sem saber a que tempo realmente pertencia o deixava sem esperanças. Encostou a cabeça no banco do carro e suspirou cansado.
Deveria voltar?
Jongin provavelmente não queria mais olhar na sua cara nem pintada de ouro.
— Puta merda, Do Kyungsoo, o que você foi inventar de fazer? Agora você perdeu a única pessoa que acreditou e tentou te ajudar. — resmungou para a noite vazia, batendo a cabeça no volante.
Suspirou mais uma vez, agora se sentindo um grande idiota, e ainda encostado ao volante com os olhos fechados, fez um pedido silencioso para as estrelas daquela noite escura:
— Se existe alguma coisa aí em cima, por favor, preciso de ajuda. Algum sinal, qualquer coisa...
Silêncio.
Nada de extraterrestres ou anjos, nenhum trovão e muito menos chuva. Kyungsoo deveria aceitar que estava sem ninguém, e aquela estrada infinita que tinha virado sua vida, teria que seguir sozinho. Para não acabar chorando de novo, o moreno resolveu ligar o carro e voltar para sua incansável busca. Não tinha nada a perder ou alguém para quem pudesse voltar, só lhe restava seguir seu caminho, e torcer que no meio do percurso não perdesse a única coisa que restou: sua vida.
Quando se preparava para dirigir novamente, algo chamou sua atenção.
No horizonte, enxergou algumas luzes trêmulas, não sabia identificar o que elas eram ou da onde vinham, mas desconfiava que fossem de um hotel de beira de estrada qualquer. Movido pela curiosidade, dirigiu rumo ao lugar luminoso, e se aproximando, percebeu que realmente se tratava de um hotel, que levava um irônico nome.
Com suas grandes e chamativas letras de azul neon, o nome Hotel California brilhava na densa noite.
"Isso só pode ser uma brincadeira com a minha cara", pensou, desacreditado, enquanto estacionava o Impala em frente ao local.
Quando desceu, olhou em volta e notou bastantes carros, já tinha uma boa impressão, ao menos não era um lugar abandonado. Andou até a entrada, e que entrada, por estar longe quando avistou o local, não notou seu tamanho, e principalmente sua beleza. O lugar gritava dinheiro de todas as maneiras possíveis, detalhes, que desconfiava ser ouro puro, brilhavam no meio do concreto das paredes, e pelas portas de vidro viu uma enorme fonte no meio hall de entrada também bastante luxuosa.
Até pensou em desistir de entrar com sua humilde presença, porque em um lugares como aquele era como se o neon do letreiro refletisse a palavra "POBRE" em sua testa. No entanto, este foi apenas um pensamento, porque logo foi entrando, e como aparentava desde o lado de fora, seu interior era totalmente luxuoso. Depois de observar tudo ao seu redor, se dirigiu ao balcão de check-in, onde não encontrou ninguém, mas quando se virou para trás notou a presença de uma mulher, que provavelmente trabalhava ali, julgando pelo uniforme de camareira.
— Bem-vindo ao Hotel Califórnia, um lugar encantador. Com muitos quartos no Hotel Califórnia, em qualquer época do ano, você pode se encontrar aqui.
A camareira falou repentinamente, parecia até mesmo que tinha decorado aquele discurso. Kyungsoo não podia negar, ficou assustado.
— Falou, bicho... Mas assim, gostaria de um quarto por uma noite. Tem como? — perguntou um pouco desconfiado.

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Hotel California
Fiksi Penggemar[ EM REVISÃO ] Do Kyungsoo, um simples cara de 1975, que curtia uma boa música, carros e odiava o movimento hippie. Kim Jongin, um jovem de 2021, que por incrível que pareça, só gostava de músicas antigas, e que para ele, a banda Eagles, é um marco...