TRACK 04

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— Alô... Terra para Kyungsoo...

Jongin já estava há vários minutos tentando reanimar Kyungsoo, mas nada parecia ter efeito. Por um momento pensou na possibilidade do outro estar morto, mas felizmente conseguiu sentir a leve respiração do outro. Tentou em pensar algo que acordasse o cantor, colocou todo seu cérebro para trabalhar, mas não teve jeito, no fim teve que apelar:

— KYUNGSOO, RISCARAM SEU CARRO!

Tinha arriscado na possibilidade mais tosca e não estava com muita fé, mas quando Kyungsoo arregalou os olhos e se ergueu em supetão, Jongin quase não acreditou.

— QUEM FOI O FILHO DA PUTA?!

Ainda meio zonzo, o moreno até tentou raciocinar onde estava, mas a única coisa que conseguiu enxergar foi a silhueta de um homem loiro.

— Eu estou no céu, bicho? Você é um anjo?

Jongin revirou os olhos com a situação humilhante que o outro se encontrava.

— Mas é um drogado, mesmo...

Ajudou Kyungsoo a se levantar, pois mesmo acordado ele ainda parecia mal, cambaleando a cada passo.

— Cadê meu carro?

Kyungsoo, mesmo que ainda não estivesse totalmente sã, olhou em volta à procura do seu precioso Impala. Tinha dado muito suor para cuidar daquele carro, não poderia deixar que alguém o estragasse.

— Sério, mano? Você desmaia do nada e a primeira coisa que você pergunta é sobre o carro? — olhou indignado para o cantor, que tinha tanta coisa para se preocupar, mas dava mais atenção para um risco na lataria.

Depois de muito esforço, Jongin finalmente conseguiu colocar Kyungsoo sentado no banquinho da praça. Esperou calmamente ao lado dele, atento a qualquer reação do outro sobre seu desmaio repentino, mas Kyungsoo realmente estava mais preocupado com a porcaria do seu carro.

— É o meu carro, bicho! E como assim eu desmaiei do nada? — o cantor perguntou ainda se acostumando com a claridade, mas sua cabeça doía muito.

— Você desmaiou depois que eu zoei você falando que a gente estava em 1975.

— Mas nós estamos... Ou pelo menos, eu estava...

Jongin riu do comentário, estava mais tranquilo, Kyungsoo já estava melhor, até suas loucuras tinham voltado.

— Você de novo com essa história. Supera!

— Mas é verdade, bicho. Espera.

Kyungsoo procurou sua carteira, que sempre deixava no bolso surrado do casaco, pegou seu documento de identidade e estendeu para o loiro.

— Olha!

— O que é isso? — Jongin olhou com desdém, suas mãos ainda estavam apoiadas no banquinho que estavam.

— Minha identidade. Olha para você ver que eu não estou louco.

Com a pulga atrás da orelha, Jongin pegou o documento e começou a ler as informações.

Nome: DO KYUNGSOO

Data de Nascimento: 12/01/1951          Data de Expedição: 01/02/1969

Sexo: MASCULINO                                          Phoenix, AZ. USA.

— Cara, eu não sei com quem você anda, mas essa falsificação é de qualidade.

O universitário colocou o documento contra luz, enxergando o carimbo oficial dos Estados Unidos, se surpreendendo. Até mesmo o selo holográfico que mostrava a autenticação do cartório era de alta qualidade, quase verdadeiro. Quase, justamente por estar ao lado do tal Kyungsoo, que de acordo com aquele documento e suas contas teria 70 anos, mas que na realidade não devia nem ter 30.

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