capítulo 1

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Era inverno, e nevava em Busan, sendo uma raridade pelo ambiente em que vivo, mas isso não estragou a viagem em família para Seul, consequentemente me deixava com um pequeno mau humor, já que não suportava o frio, eu desgosto pelo simples motivo de não conseguir me manter aquecido de jeito nenhum, dando um exemplo a nossa querida frase " jovem porém alma de velho" , dou tirado de meus pensamentos rabugentos por um cutuco em minha cintura.

– O que tanto pensa cabeção? - Yuna, minha irmã mais velha perguntou segurando um ticket em minha direção, peguei antes de responder.

– Eu queria ter ficado em casa noona - murmuro baixo só para ela escutar, sinto uma ardência na testa e o olho desacreditado - Por que me bateu?

– Para ver se esse seu humor do cão some, a vovó está organizando esse passeio a tempos - ela diz séria.

O arrependimento bate e assinto de cabeça baixa.

– Tudo bem, me desculpe - ela acena minimamente e me puxa para embarcar junto de nossa avó no trem

Depois de acomodados, pego meu fone e livros escolares, antes mesmo de começar minhas tarefas, Yuna me cutuca novamente.

– O que foi dessa vez? - digo a olhando.

– Você vai estudar agora?

– Sim, eu preciso de uma boa nota se quiser  manter a bolsa de estudos - ela revira os olhos em tédio.

– Você é inteligente o bastante, para de neura - finjo que não escutei e volto atenção nos livros.

Depois de um tempo, sinto a necessidade de ir ao banheiro, largo as apostilas em cima do banco e levanto com cautela para não acordar ninguém, essas sendo minha noona e minha vó, caminho por entre os assentos a procura do lugar tão desejado para eu me aliviar, estranho ao ver perceber uma porta no final do vagão, fico confuso pois essa deveria ser a penúltima entrada para o últimos vagões, tento abrir mas não obtenho sucesso.

– Hey, garoto? O que pensa que está fazendo? – alguém com voz mansa diz, olho para o lado vendo uma mulher fardada de estatura baixa.

– Estava à procura do banheiro senhora - Ela franze o cenho e suspirando diz com certo pesar na voz.

– Querido, o banheiro agora só pode ser utilizado pelos passageiros Vips - a surpresa em meu rosto foi inevitável.

– Mas eu preciso usar muito o banheiro, não tem como eu entrar rapidinho? - a mulher fica em silêncio por um instante considerando minha proposta.

– Eu passo você, mas qualquer coisa você confirma com que eu falar.

– Obrigado - digo aliviado.

Ela passa em minha frente e abre a porta com facilidade, percebi que o vagão estava em silêncio, ela entra na frente e eu entro logo atrás dela, a mesma estende uma máscara descartável e pego colocando no rosto, caminhando para o fundo no do vagão, descubro de onde vinha aquele silêncio todo, da maioria das pessoas dormindo, passo na frente dela ao vê-la dar passagem para eu entrar na porta escrito "toilette", depois de aliviado saí do minúsculo cômodo chacoalhando as mãos, a mulher ainda me esperava do lado de fora.

Dessa vez ando em sua frente, e não percebo alguém colocando o pé no meio do estreito corredor, e antes mesmo do incidente acontecer sou parado por uma mão gelada segurando meu pulso, olho para a minha direita e fico sem reação ao ver o adolescente que tinha me segurado, junto dele estavam mais cinco adolescentes no cubículo.

O espanto em meu olhar não tinha como esconder, dou passos para trás, me soltando de seu agarre, e observo o mesmo menino se levantar e ficar em minha frente, encarando a pessoa mau intencionada disposta a tentar me fazer me fazer pagar mico ou pior, ter tentado me machucar.

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