capítulo 8

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Me apoio na bancada tentando entender se era realmente aquilo que escutei, indago com a voz dez oitavas mais baixa do que eu costumava usar.

– Vocês estão dizendo sério? - Levanto o olhar sem reação a eles - Querem terminar isso que temos?

– Não ... .o Jin falou de um jeito que você possa ter entendido errado, o que queremos é mais privatividade - Jimin explicou me relaxando sem que eu percebesse.

– Reformula sua frase Jin hyung, para ele entender melhor - Namjoon diz sério.

– Queremos mais privacidade nas nossas ficadas, nossos pais assistiram só seu vídeo e consequentemente associaram quem postou estava junto com nós na festa, e bem, nossos pais odiaram as "más" companhias.

– Então…vocês não querem um fim? Apenas que fique entre a gente? - acenos com as cabeças concordam com meu possível entendimento - Por um momento achei que vocês iriam terminar comigo.

– Não, e mesmo se fosse, não teria nada de mais, já que todos concordaram em não haver sentimentos envolvidos, certo? - o Jung olhou fixamente para mim, nesse momento eu tive a confirmação de que ele desconfiava de mim, e na minha visão, ele estava correto em sua constatação, eu havia me apaixonado, e como minha mãe sempre dizia "você pode trair seu parceiro de várias formas diferentes, porém a mentira é a forma mais sádicas delas, por que não o estará o protegendo, e sim sendo egoísta", e olhando nos olhos do bronzeado eu escolho ser o mais egoísta daquela casa.

– Não, não tenho sentimentos por vocês - o suspiro de alívio lançado ao vento por eles, havia me machucado mais do que minha mentira.

… Após nossa pequena conversa, eles me fizeram companhia por mais alguns minutos antes de irem embora, encostado na sacada, observava os motores caros roncar enquanto se distanciava cada vez mais, para um mundo totalmente longe do que eu estava acostumado,  um mundo de facilidade ao meu ver, sou tirado do transe quando escuto o molho de chaves balançar fortemente do lado oposto da porta, e logo a entrada da Ryujin no apartamento é revelada, ela carregava duas caixas de pizza e um refrigerante na outra mão, e entre os dentes brancos havia a chave, nós encaramos em um silêncio estranho, a mais velha cospe o objeto de metal no sofá e me pergunta após arranhar a garganta.

– E aí garoto, Yuna ainda não chegou? - Nego e observo ela caminhar rapidamente até a cozinha deixando as coisas longe de minha visão - Ela falou que horas chegava? Ela me pediu algo diferente pro jantar, e só deu tempo de pensar nisso.

– Uhum, eu não tenho falado com ela desde a hora do almoço…. Desde quando você tem a chave de casa? - ela coça a nuca envergonhada.

– Sua irmã me deu esses dias, depois de eu ter ficado esperando ela por duas horas do lado de fora - balancei a cabeça entendendo - Você está bem? Soube do que ocorreu, vacilo daquela gente babaca.

Não aguentei e comecei a rir, seu rosto poderia ser confundido com um ponto de interrogação enorme.

– Por que está rindo? Falei algo errado? - mexi as mãos em sinal negativo, recuperei o fôlego antes de dizer.

– É que eu nunca escutei você falar desse jeito, sabe, informal demais.

– Ora, só porque trabalho na escola?

– Sim, e por namorar minha irmã - ignoro sua cara de espanto caindo no riso de novo.

A sala é novamente invadida, só que pela outra Jeon, intercalando o olhar entre mim e sua cônjuge ela adentra mais.

– Qual é a graça?

– Seu irmão está com uma visão completamente errada de mim querida - as deixo falando sozinhas enquanto me retiro ainda abrindo um pouco.

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