capítulo 13

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Havia se passado cinco meses desde a minha visita rápida a Coreia, e nesse meio tempo, vim juntando dinheiro e indo atrás de papeladas importantes como o passaporte da minha filha, em dois meses se mudariamos, mais especificamente no meio de fevereiro, eu prometi ao meu avô, ela me ajudou quando eu precisei e agora seria minha vez de cumprir minha promessa.

Disse aos meus chefes minha decisão, o dono do restaurante que eu trabalhava de manhã não ficou muito satisfeito, por isso sua única solução foi começar a procurar um substituto para por na minha função já o senhorzinho dono da loja de conveniência sabia que uma hora ou outra isso aconteceria e super entendeu minha decisão me desejando boa sorte no final.

Eu havia dito sobre a mudança para Eunji logo após eu chegar, fui o caminho da casa da Aiko até a nossa em um diálogo para que ela pudesse entender melhor e preparar a pequena cabeça dela para um lugar diferente do que ela estava habituada, eu só não imaginava que ali começaria os pequenos conflitos com as perguntas da mais nova, foi a primeira vez de muitas em que ela me questionou sobre seus outros genitores, a última vez ocorreu cerca de três semanas atrás enquanto eu tirava roupas dela e algumas minhas para doação a mais nova me enchia de perguntas nesse momento.

- Então eu tenho mais de um papai? Então como eu nasci se não tenho mamãe?

- Eunji...eu já expliquei que você nasceu da minha barriga porque Deus quis, ele me abençoou me dando você de presente - dobrava a pilha de roupas que voltariam para nossa cômoda.

- Mas porque?

- Deus me deu você para que eu não ficasse sozinho, ela quis me dar o anjinho mais bonzinho dele, e então você nasceu - a menina se sentou ao meu lado enquanto puxava seus lápis de cor para desenhar, porém isso não bastou para calá-la.

- E onde estão meus outros pais? Porque você não é casado igual aos pais da tia Aiko? - abaixo a peça de tecido que tinha minha atenção no momento e a olho recebendo sua dúvida percorrendo seus olhos de jabuticaba, suspirei mordendo meu lábio inferior levemente.

- Nós nos separamos, por isso eles não moram com a gente - voltei a minha função , contudo não durou muito para ser interrompido novamente.

- Eles não me amam? É por isso que eles nunca quiseram me ver? Por isso você nunca fala deles para mim papai?

A dor que eu senti no peito não se compara com nenhuma outra já sentida por mim antes quando levantei meu olhar para o rosto da criança, sua feição trazia o sentimento de tristeza e seus pequenos olhos lacrimejando me confirmou isso, larguei as peças de tecido e a puxando para ficar entre minhas pernas, a segurei com firmeza e dando um selar em sua testa antes de segurar seu rosto delicado para a mesma me encarar.

- Minha filha, como alguém não poderia amar você? Você é perfeita meu amor, eu te amo muito, e seus outros pais também a amam okay?

- E porque eu não os conheço? Eu fiz algo errado para eles? - Disse sincero e firme para ela entender.

- Não..nunca mais diga uma coisa dessa okay? Você não fez nada de errado, vocês não se conhecem porque eles moram na Coreia, a vida deles é muito agitada, por esse motivo eles não podem vir para cá.

- Eu quero ver eles - a menina fungou com a voz fanha pelo choro contido.

Suspirei me levantando com ela, procurei na minha primeira gaveta meu diario velho e abri no meio, onde eu guardava algumas fotos minhas, procurei nas poucas fotografias até achar uma em formato de polaroid que eu havia editado, segurei entre os dedos me dirigindo a cama junto com ela, me acomodei e arrumei o pequeno corpo para ficar entre minhas pernas, entreguei a foto na mãos miúdas ainda escutando a menina fungar.

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