::::Ninth::::

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O sol irradiava lindamente, porém Jungkook estava odiando que ele queimasse sua pele sensível enquanto ele tinha que carregar as malas para dentro da casa de praia. Certo, ele havia sido muito gentil em carregar as malas de Jimin, mas em contrapartida, não se arrependia se isso fazia que ele lhe achasse diferente, um diferente bom, claro.
De longe, Taehyung ria incrédulo de toda a situação, e Hoseok ao seu lado, também compartilhava do mesmo pensamento.

Jungkook queria impressionar Jimin a qualquer custo.

Haviam sido longas quatro horas de viagem até a praia. Jungkook havia insistido em dirigir, quando Jimin sugeriu que deveriam ir em seu carro. Jungkook odiava a idéia de não poder passar aquelas horas com Jimin ao seu lado no carro, porém, quando o seu primo e namorado de Taehyung, Hoseok, se sentou no banco de passageiro que devia ser de Jimin, ele realmente quis matá-lo. Seus olhares cheiros de ódio deixaram isso claro para quem quisesse ver.
No entanto, Jimin sequer havia percebido, concentrado demais em olhar pela janela, ou distrair Jungmin, para que ele não ficasse incomodado na cadeirinha infantil e quisesse seu colo. Naquela altura, Jimin já havia tirado a tala do braço, e suas lesões chegavam perto de estarem cem por cento curadas. Às vezes surgia uma dor ou outra, porém os medicamentos passados pelo médico lhe ajudavam naquilo, assim como Taehyung também lhe ajudava com bastante coisa dentro do seu apartamento ou quando ele tinha que ir nas consultas periódicas.

E então, foi um alívio quando o ex marido levou suas malas, as próprias e as do bebê para dentro da casa.

— Obrigado Jungkook-ah — agradeceu, sorrindo singelamente para o homem, este que ficou estranhamente tímido em sua frente.

— Não foi nada — seu sorriso sem graça fora uma surpresa pra Jimin.

Estavam no quarto, enquanto Hoseok e Taehyung brincavam com Jungmin no andar de baixo, o que Jungkook se lembraria de agradecer grandemente mais tarde.

— Escuta, tem uma coisa que — foi imediatamente interrompido assim que um homem altamente bonito parou na porta e Jimin simplesmente saíra apressado para abraça-lo.

— Oi amor... Senti sua falta — as bochechas de Jimin estavam sendo apertadas pelas mãozonas de Yugeom, e para o horror de Jungkook, Jimin ria todo tímidozinho.

— Também senti a sua bebê — respondeu, ganhando um sorriso deveras apaixonado e um selinho demorado.

Aquilo era a gota d'água. Jungkook quis bater os pés e jogar Yugeom pela janela. Sentia inveja de tudo aquilo, principalmente quando ele tinha livre arbítrio para beijar sua boca e ele não.
Limpou a garganta, tentando fazer com que eles parassem, não gostava nem um pouco de como Jimin e Yugeom pareciam apaixonados um pelo outro.

— Ah, como vai Jungkook? — estendeu a mão, que Jungkook apertou com força extra.

— Vou bem... — sorriu falso enquanto trincava os dentes, louco para arrebentar o rostinho bonito do namorado do seu Jimin.

— Que bom. Jimin e eu ficamos muito felizes com a sua decisão de passar alguns dias em família — sorriu, abraçando Jimin pela cintura.

A verdade era que Jungkook queria sair sim em família, mas na sua cabeça, isso envolvia apenas ele, Jungmin e Jimin. Taehyung e Hoseok foram uma estratégia para que Jimin não desistisse do passeio. E, bom, Yugeom era extremamente dispensável.

— Ah, que bom? Vamos descer, eu já encomendei o almoço — sorriu, não deixando de se sentir ainda melhor quando Jimin sorriu, olhando-o fixamente nos olhos.

Ele estava no caminho certo.

[...]

— Me perdoe pelo Yug... Ele não quis aceitar que eu viesse sozinho. — disse antes de se sentar ao lado de Jungkook na areia morna, enquanto lhe entregava uma garrafa de cerveja igual a sua.

Era por volta das seis horas da noite quando Taehyung deu idéia de fazerem um churrasco na praia. Passaram o dia todo separados, às vezes, se juntavam ocasionalmente na cozinha, mas não era costumeiro que engatassem uma conversa longa, Yugeom não fazia parte daquele círculo e mesmo que tentasse bastante, não se encaixava alí, e todos sabiam disso. Suas piadas eram sempre cheias de sarcasmo e ironia, o que fazia com que todos se retirassem de sua presença aos poucos.

— Eu entendo ele. Também não te deixaria sozinho com alguém do passado. — riu amargo, na verdade ele havia deixado Jimin sozinho por tempo demais e não tinha como voltar atrás, não quando ele se virava muito melhor sem ele.

— Isso é bem babaca. Eu sou adulto, eu sei o que quero e como quero... — o tom irritadiço fez com que Jungkook o olhasse com mais atenção, geralmente Jimin não lhe dizia o que o incomodava.

Havia sido assim desde que ele se lembrava, até mesmo quando seus pais haviam cometido o erro de fazê-los se casarem a força, visto que agradava ambas as famílias.

— Você ama ele? — perguntou instintivamente. Sentia-se ainda mais protetor agora que Jimin tinha resolvido se abrir consigo, por livre e espontânea vontade.

— O que?! Ah, hum... É muito cedo. Mesmo para nós. — resmungou, cutucando a areia com um galho seco que tinha achado alí por acaso.

— Estão juntos a quanto tempo? — perguntou enquanto levava a garrafa de cerveja para a boca, aparentemente desinteressado, porém ele estava muito interessado.

— Cinco meses.

— É bastante tempo

— É — sorriu triste, levando seus olhos para a fogueira acesa na areia, e consequentemente, Jungkook fizera o mesmo, assistindo exatamente quando Hoseok ninava Jungmin no colo, como o padrinho meloso que era. — Acho que vou por o bebê na cama.

Jungkook riu em conjunto, ajudando ele a se levantar. Seu coração estava mais leve, mas ainda assim, não era o suficiente para se acalmar. Queria sua família de volta, mesmo que isso significasse destruir um relacionamento que tinha tudo pra dar certo

Em nome do amor - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora