Capítulo 6.

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Isabel continuava andando pelo jardim e não via sinal da irmã. Ela pensava no que poderia ter acontecido e começou a se preocupar, pois Leopoldina não ficaria tanto tempo escondida. Ou ficaria, se o propósito em lhe dar um susto fosse maior.
Após dar mais alguns passos, Isabel começou a ouvir algumas vozes. Vozes que seus ouvidos pareciam estar familiarizados.

Pedro: Luísa, tenha um pouco mais de paciência! Eu já lhe disse que tentarei resolver esta situação com Teresa. -ele segurava a mulher pelos braços e grudava seus corpos.

Luísa: Acho bom você resolver isso logo! Não aguento mais tanta perseguição, não aguento mais a distância que impõem entre nós dois. -falou enquanto depositava alguns beijos no pescoço do homem.

Não tão distante dali, Dina finalmente aparecia.

Dina: Buh!!! -disse a princesinha ao surgir de dentro de um dos arbustos, fazendo a irmã mais velha arfar pelo susto.

Isabel: Dina!! Quer me matar do coração? -deu um leve empurrãozinho não irmã. -Te procurei por toda parte!

Dina: Eu sabia que você não ia me achar! -riu.

Elas continuaram conversando e Isabel acabou esquecendo, momentaneamente, que havia escutado vozes ali. Até que ouvem o barulho de um galho sendo quebrado, como se alguém tivesse pisado nele.

Dina: Você ouviu isso? -disse enquanto agarrava a irmã mais velha rapidamente.

Isabel: Sim... mas também ouvi algumas vozes antes de você aparecer! -disse desconfiada.

Dina: Vozes? Virgem Santa! Devemos retornar ao salão! -ela tentava puxar a irmã para saírem dali, mas Isabel parecia querer ir em busca do responsável pelo barulho.

Mesmo contrariada, Leopoldina seguiu Isabel em direção às tais "vozes" e logo avistaram duas pessoas que estavam mais à frente. Elas estavam numa distância considerável e, por conta da escuridão que tomava o local, não conseguiam enxergar com exatidão quem eram. Mas, apesar disso, a silhueta de ambos parecia familiar às princesas.
As duas se abaixaram atrás de um grande arbusto e ficaram bem quietas, apenas os observando. O homem parecia abraçar a mulher que, por sua vez, lançava-se sobre ele.

Dina: Eles estão... -puxou forte o ar pela boca, fazendo com que um som fosse transmitido pelo ato.

Isabel: Xiii, fique quieta! Eles vão acabar nos ouvindo desse jeito. -tapou a boca da irmã e a fez ficar quieta.

A dupla que estava mais adiante começou a trocar carícias mais intensas, eles se beijavam, se tocavam e até pareciam não recordar que estavam no meio de um arboreto escuro. As meninas ficaram chocadas com a cena, elas nunca tinham presenciado duas pessoas num momento tão... "íntimo". As falas de ambos estavam abafadas, um ficava a todo momento sussurrando próximo ao ouvido do outro. Até que a mulher deu uma gargalhada...

Luísa: Pare, Pedro! Sabes que sinto cócegas quando você roça a barba em minha pele. -ela dizia em um tom mais alto e o homem ria de sua fala.

E então as meninas finalmente puderam reconhecer quem eram àqueles. Tudo estava claro como água, ao mesmo tempo que parecia confuso demais para as duas crianças.

Isabel: Não, eu... não posso acreditar! Dina, você está vendo o mesmo que eu? -ela se virava para olhar a irmã mais nova que parecia ter entrado em choque.

Dina: Isabel, é o papai... o papai e a condessa! -disse num tom quase inaudível.

Isabel: Venha, vamos embora daqui! -puxou a irmã e elas logo se afastaram sem que suas presenças fossem notadas.

Sinestesia - Pedresa Onde histórias criam vida. Descubra agora