— Pequeno Ray POV —
— EH?! Quem é você? — pergunto com uma voz rouca por conta do choro.
— Me chamo Norman, enfim, está chorando por quê? — o garoto estranho se aproximou, sentou na minha frente e colocou minha franja que cobria metade do meu rosto para trás, mostrando a minha ferida na testa.
Eu sinto uma queimação no rosto, era uma sensação estranha.
— Eu... — Não conseguia dizer uma palavra, aqueles olhos azuis me hipnotizaram por completo. — Meu pai, ele...
Por um tempo, tudo ficou em silêncio. Depois de alguns segundos, escutei sua voz doce surgir novamente.
— Se não quiser falar, não precisa. — ele disse analisando a ferida em meu rosto. Ele se levantou pegou as coisas necessárias para limpar e cuidar da ferida...
Não era de hoje que meu pai me machucava, mamãe até deixou um kit de primeiros-socorros no meu quarto. Ele voltou e sentou a minha frente.
— Avise se doer, pode ser?
Eu concordei, ele limpou o sangue, passou um remédio e por fim, colocou uma faixa para tampar a ferida e ajudar a cicatrizar mais rápido.
— Fico surpreso que você nem reclamou de dor. — o garoto sorriu gentilmente e eu senti novamente a queimação no rosto.
— Obrigado... — dou um sorriso de canto enquanto pego o livro que está do meu lado fazendo faço um gesto para o outro sentar e ler comigo.
Ele se senta, encosta a cabeça no meu ombro e começamos a ler silenciosamente, era como se ele soubesse exatamente o que eu estava sentindo. Foi uma sensação boa ter alguém assim ao meu lado.
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— Pequeno Norman POV —
— Anda logo garoto, quero saber se está tudo bem! — o moreno que estava na minha frente mantinha o olhar fixado em mim.
— Eu não sei.. — minha voz estava bem rouca e eu quase não conseguia falar.
— Hm — Eu desviei o olhar quando terminei minha frase e o garoto moreno deu de ombros. - Pelo jeito você precisa de companhia...
— Eh? — Eu levantei o olhar rapidamente e ele estava olhando para o teto. — Eu vou ficar aqui contigo. — Ele se jogou de costas na minha cama colocando um braço sobre os olhos.
Por um instante, pensei ver o garoto sorrindo.
— E então... qual é o seu nome? — ele me perguntou ainda com o braço no rosto.
— Norman... e o seu?
— Ray.
— Sabe... você parece um emo com essa franja no rosto. — ele tirou o braço do rosto e me olhou confuso, aproveitei a chance e coloquei a franja dele para trás.
— E-EH! Não te dei permissão para mexer no meu cabelo! — ele desviou o olhar e eu dei uma risada que estava precisando.
Enfim, nós ficamos conversando por horas, até que eu fiquei com sono e acabei dormindo abraçado a Ray. Foi uma tarde boa... senti que estava em alguém que podia confiar.
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𝐌𝐞𝐮 𝐚𝐦𝐢𝐠𝐨 𝐢𝐦𝐚𝐠𝐢𝐧𝐚𝐫𝐢𝐨
FanficNorman e Ray não tiveram o que poderia se dizer a "melhor infância" do mundo. Óbvio, a maioria das crianças aprendem a lidar com suas frustrações nessa idade, entendendo como compartilhar, não chorar por tudo e até entender que não é dono do mundo...