— Narradora POV —
Norman havia cochilado enquanto assistia vídeos em seu celular que, agora, estava totalmente descarregado. Ele só acordou quando ouviu a campainha de seu quarto tocou repetidamente.
— Normaan! Abra a porta! — Anna gritava do lado de fora do quarto do colega.
O garoto abriu os olhos e tapou os ouvidos com o travesseiro de penas. Coitado, pensou que ficaria surdo.
"A pior parte de ter uma audição acima da média é ter que escutar essa voz esganiçada." pensou Norman.
Ele logo se levantou, colocou seu celular no bolso, destrancou a porta e a abriu. Ele pode ver Anna vestindo um vestido branco, um casaco bege, sapatos marrons de marca que ela havia comprado no dia anterior e claro que seu penteado era suas clássicas tranças, uma de cada lado.
— Finalmente! Eu te liguei mais de um zilhão de vezes! Por que não respondeu?! — Ela bateu os pés no chão e Norman rolou os olhos disfarçadamente.
— Eu estava dormindo e meu celular descarregou, gomenasai! — Ele se curvou um pouco e Anna bufou.
— Você dorme demais, Norman! Enfim, eu queria te chamar pra fazer compras comigo.
— Ah, desculpe Anna, eu não vou poder ir porque... — Norman tentou arrumar uma desculpa, mas não conseguiu.
— Já que não tem compromissos se arrume e vamos ao shopping! — Anna sorriu e foi até o elevador. — TE ESPERO NA RECEPÇÃO!
Norman fechou a porta e suspirou. Ele foi até sua cômoda e pegou seu frasco de remédios.
— Depois vou te que comprar mais, mas antes tenho que pegar outra receita... Ai Deus, porque eu não fiz isso antes de vir PRO OUTRO LADO DO MUNDO?! — ele bateu a mão na testa e suspirou. Colocou seu celular para carregar e engoliu 3 comprimidos de uma só vez.
"Se eu demorar muito aquela chata vai ficar me mandando um turbilhão de mensagens e não vai me deixar em paz, é melhor eu só trocar de roupa e passar perfume, está frio de qualquer forma." Ele pensou.
Norman pegou qualquer coisa que encontrou em sua mala, ele vestiu uma camiseta branca e azul-claro listrada, uma calça preta que ia a té sua cintura e um tênis branco, aparentemente novo. Colocou também um boné branco e seus óculos.
Ao se olhar no espelho, ficou surpreso que, mesmo com sono, vestiu algo decente.
— Norman, você é um gostoso. — disse e piscou pro espelho antes de pegar seu celular carregado pela metade e sair do apartamento.
——
Anna estava sentada em uma das poltronas da recepção mexendo freneticamente em seu celular. Norman apareceu no elevador e ela se levantou num pulo.
— Finalmente! Você demorou muito! — ela bateu o pé no chão e cruzou os braços.
— Gomen! — o garoto colocou uma das mãos na nuca e com a outra abanou o ar. — Estava decidindo o que vestir...
— Ai, ai. Bobinho, isso é problema de garota, ninguém se importa com o que você veste! — Anna disse com um sorriso mais parecendo que jorrava veneno da boca.
— Verdade, haha. Enfim, vamos? — a garota acenou com a cabeça.
Os garotos andaram até o shopping que ficava a duas quadras do hotel onde estavam. Assim que entraram, sentiram uma sensação estranhamente familiar, uma nostalgia estranha, mas não ligaram muito.
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𝐌𝐞𝐮 𝐚𝐦𝐢𝐠𝐨 𝐢𝐦𝐚𝐠𝐢𝐧𝐚𝐫𝐢𝐨
Fiksi PenggemarNorman e Ray não tiveram o que poderia se dizer a "melhor infância" do mundo. Óbvio, a maioria das crianças aprendem a lidar com suas frustrações nessa idade, entendendo como compartilhar, não chorar por tudo e até entender que não é dono do mundo...