"𝘔𝘰𝘭𝘦𝘲𝘶𝘦 𝘔𝘪𝘮𝘢𝘥𝘰?"

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— Pequeno Ray POV —

Mamãe e papai estão brigando de novo. Eu estou no meu quarto com a cabeça em baixo do travesseiro tentando não me concentrar nos gritos e nos barulhos de coisas quebrando. 

Toda vez é assim! Papai chega do "serviço" com uma garrafa verde na mão e quando mamãe tenta ajudar ele começa a brigar com ela. 

Mamãe já está cheia de cicatrizes por conta disso, por mais que ela diga que papai era seu 'amor de infância' não tenho certeza se ela fez a escolha certa. Eu sempre penso em como seria bom papai ir embora!

— Por que? — sinto lágrimas caindo do meu rosto. Estou obviamente chorando, quem não faria isso em uma hora dessas? Escuto passos apressados até meu quarto com a porta trancada.

ABRA ESSA PORTA, PIRRALHO! — meu pai grita em um tom mais alto que o normal. Eu vou fingir que estou dormindo, como sempre. — ESTOU AVISANDO, É MELHOR ABRIR ESSA PORTA SEU MOLEQUE MIMADO!

Moleque mimado? Agora a culpa é minha? Eu não entendo. Mais lágrimas querem sair, eu quero gritar, eu quero berrar para toda a rua escutar. Eu não consigo. Decidi encarar a situação e abrir a porta.

— Até que enfim. Agora, vem cá!— meu pai me chamou para a sala para olhar para minha mãe desacordada e toda machucada. Me segurei para não vomitar. — Meu filho. O que acha disso?

... — sófiquei em silêncio, qualquer resposta eu me ferraria.

Vamos, DIGA! — ele continuou me pressionando.

E-eu... Eu não sei. — sussurrei com lágrimas nos olhos. 

Isso meu filho, se chama PUNIÇÃO. É o que a pessoa recebe quando faz algo errado. Se você contar ou fazer alguma coisa contra mim, você receberá uma punição. — Ele me olhou de cima á baixo. Antes que eu pudesse abrir minha boca, ele jogou em mim a garrafa que segurava. — ENTENDEU PIRRALHO?!

E-entendi — Eu estava com o rosto machucado agora. Eu corri para meu o banheiro e tentei limpar todo o sangue que caia de meu rosto, além de tirar os pedaços de vidro da minha cara.

Quando eu terminei, ainda caia sangue de meu rosto, mas eu não podia fazer muita coisa. Eu fui até meu quarto, virei e tranquei a porta. Assim que escutei o barulho da tranca sendo fechada, meus olhos se encheram de lágrimas. 

Eu comecei a chorar um pouco alto, mas não o suficiente para pessoas fora do quarto escutarem. 

Você está bem? — escuto uma voz vindo de trás de mim e obviamente me assusto. — Por que está chorando?

𝐌𝐞𝐮 𝐚𝐦𝐢𝐠𝐨 𝐢𝐦𝐚𝐠𝐢𝐧𝐚𝐫𝐢𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora