capítulo 7

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Palavras de um Cúpido.

Capítulo 7 - sobre os deuses...

Eu poderia mover
Céus e Mares
Apenas para pode segurar
Sua mão mais uma vez.

08. Dezembro. 2021 08:35 A.M

Pequim - China.

— alô? XiChen-ge... Onde você está, por quê a lanchonete ainda não está aberta... Já perdemos diversos clientes de hoje que vieram aqui e foram embora.

XiChen havia atendido ao telefonema, mas nenhuma palavra saiu de sua boca ainda, escutou a voz que passava através daquela ligação de celular e não tinha face para pronunciar um "a" à pessoa do outro lado.

Sentado a beira da cama daquele quarto de hotel ainda bagunçado, seus olhos escorriam as lágrimas que não sabiam se era de arrependimento, culpa ou tristeza.

Suspirou pesado quando em sua mão aquela pena tão bela ainda estava viva e brilhante como nunca, mesmo que já estivesse passado uma hora que ele a tinha em mãos, ainda queria entender a situação.

Onde foi WanYin?

E por que há uma pena tão bela dessa sobre sua carta? Não existe ave no mundo com uma pena como aquela, então onde conseguiu e por que?

Eram perguntas que não podiam ser respondidas, pois aquele que podia também parecia não existir, buscou na internet redes sociais e até mesmo registros de cartório, mas nada... Era como se WanYin nunca tivesse existido nesse mundo e ele realmente era um deus.

Mas essa informação não conseguia ser processada na mente de XiChen, talvez isso explicaria seu sumiço repentino e sua aparição também, poderia explicar suas falas estranha as vezes e o seu rosto tão belo que Realmente parecia um deus.

Ou explicar como que ele estava naquele corredor de hospital, naquele exato momento em que ele tanto precisava.

— Sr. Lan?

— sim, eu.

— eu sinto muito... Dessa vez a reação foi muito forte, o pulmão dela não aguentou e... Sua mãe não registiu.

Parecia que o Lan havia perdido seu chão, sua cabeça rodou brevemente enquanto se escorada contra a parede se sentindo tonto.

Inevitavelmente as lágrima começaram a molhar seu rosto rapidamente, os soluços silenciosos deixavam mais explícito sua tristeza amarga, estava devastado.

Sua mãe a mais de três anos sofria de câncer de pulmão, quando descobriram era tarde demais e a única opção foi a internar num hospital de recuperação, nos primeiros meses surtiu um efeito e ela parecia até mais saudável, ambos tinham esperanças de sua recuperação e cura.

Mas não foi bem assim, um ano depois de tratamento ela decaiu fortemente em seu progresso, necessitou de seu internamento e um de seus pulmões já havia parado de funcionar, podendo agora apenas respirar por máquinas.

O tempo passou e com ele a pouca saúde de sua mãe que já nem aguentava mais, XiChen havia aberto sua mais nova lanchonete e estava pronto para contar a novidade a sua mãe, mas quando chegou no Hospital a surpresa nada agradável foi para ele... Nem pode dizer "adeus, eu te amo".

Se  virou de frente a parede e começou a socar fortemente ali, queria descontar sua frustação e sua perda em algo, a medida que se passava sua mão doía a cada soco direcionado a parede sólida do hospital, mas mesmo assim não parava, nada doía mais do que perder a mulher que o trousse para esse mundo.

Então sua mão foi rapidamente segurada por alguém, estava pronto para arrancar sua mão das mãos do intruso quando encarou o belo rosto do rapaz que a segurava, a cabeça baixa encarando as feridas ensaguentadas de suas porradas, seus cabelos longos e escuros caiam sobre seus ombros e chegavam a roça no braço de XiChen.

Ele ficou calado por um breve momento, sentindo e assistindo aquele homem um pouco mais baixo que si e extremamente lindo assopar as feridas de sua mão e as limpar com um lenço. Só depois de alguns segundos foi que o homem elevou seu rosto e sorrindo encarou seus olhos.

— eu não sei como é a dor de perder alguém, mas não deve fazer isso consigo mesmo, você tem mãos bonitas, ela deu a você... Não se machuque assim.

— vo-

— sou WanYin, Jiang WanYin... Muito prazer, eu tava sentado ali quando vi você.

Quando XiChen foi tentar falar de novo ambos ouviram um alvoroço e aos seus lados no corredor uma maca sendo arrastada por pelo menos cinco enfermeiros levava uma criança de pelo menos sete anos sobre ela.

— pobre criança... Tão jovem, mas tão abraçada a morte... Ele nasceu com problema cardiovascular, precisa de um transplante de coração... Mas quem doaria seu coração pra outro alguém?

— seus pais?

XiChen enfim conseguiu formular uma frase, ainda sentia o tal WanYin mecher em sua mão fortemente como se eles tivessem intimidade a muitos anos.

— o garoto foi abandonado pelo pai antes mesmo de nascer, sua mãe morreu no parto e nenhuma parte da família o quer... Que deprimente. Venha, vou o levar para beber água... Não vamos mais falar de coisas tão triste.


— MengYao, preciso que venha até mim... Tenho algo pra contar.

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Uhm... E essa criança uh? Alguém palpite??? Só acho que...

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