As Fases da Lua - Lua Cheia [Livro 1]

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ஓீ፝͜͜͡͡As lágrimas pareciam não cessar.

A dor parecia se expandir dentro do peito dela, pressionando tudo, quase prestes a explodir. Parecia que um buraco negro se formava, sugando tudo o que ainda havia de bom dentro do seu coração. Era quase como sentir as trevas dentro do seu ser, ofuscando cada rastro de felicidade que um dia já habitou dentro dela. As mãos tremiam sobre o volante, enquanto seus pés vacilavam no acelerador.

Darla que estava no banco ao lado, colocara a mão sobre o ombro da amiga com certa cautela e pediu num tom brando para que ela estacionasse por um momento com cuidado. Sarah fez o que a amiga pediu, parando um pouco fora da estrada de areia, puxando o freio de mão para não correr o risco do carro acabar saindo do lugar.

Sarah levou as mãos em direção ao rosto, chorando cada vez mais. As amigas logo lançaram palavras de conforto, mas que não diminuíram o peso que o seu peito carregava, afinal o mundo todo da garota estava se desfazendo. Todas as pessoas que ela amavam estavam partindo. Os planos futuros feitos, estavam sendo soprados para longe, dissolvendo-se e se espalhando pelo horizonte.

― Isso amiga, desabafa! ― disse Darla passando a mão para cima e para baixo em movimentos constantes. ― Desabafa tudo!

― Se não estiver bem o suficiente, podemos ir à casa da Cassandra um outro dia! ― emitiu Ava com certa compreensão pelo momento da amiga.

― Não! ― bradou Sarah automaticamente olhando na direção do banco de trás com os olhos ainda tomados por lágrimas. ― Eu quero ir com vocês. Eu preciso distrair minha mente um pouco. Não quero ficar o resto da tarde chorando.

Ava encrespou o cenho e mordeu a parte interior de sua bochecha, assentindo com a cabeça para Sarah por fim, que respirou fundo, passando as costas de suas mãos em seus olhos, limpando as lágrimas. Não queria ter desmoronado na frente das suas amigas, mas não conseguiu reprimir aquele sentimento pesaroso que se expandia como uma explosão.

― Se quiser, eu posso dirigir! ― dispôs-se Nora prestativa. ― Estou aprendendo a dirigir com o meu pai e se você não conseguir eu posso conduzir.

― Muito obrigada Nora! ― agradeceu Sarah a gentileza da amiga. ― É muito gentil da sua parte, mas eu consigo!

Nora apenas assentiu com a cabeça, contraindo os lábios e voltando a se encostar no banco traseiro, olhando pelo vidro da janela de um modo distraído. Não havia muito o que ver ali, além de quilômetros de vegetações, formando uma parede esverdeada perante o campo de visão e a estrada de barro fazendo um belo contraste amarronzado dentre tanto verde. 

Aos poucos Sarah foi conseguindo voltar a se recompor. Fora apenas uma explosão momentânea de sentimentos à flor da pele, mas agora já estava começando a se sentir um pouco melhor, devolvendo a segurança de pegar no volante para seguir em frente até a casa de Cassandra, assim como havia combinado com as suas amigas.

Sem mais se prolongar Sarah girou a chave na ignição, trazendo à tona o ronco do motor. Ela levou sua mão até o freio de mão, abaixando-o para que o carro pudesse se mover e em seguida pressionou o pé contra a embreagem, passando a primeira marcha, tirando o pé aos poucos para que o carro fosse saindo, então apertou novamente a embreagem e passou a segunda marcha, acelerando um pouco e voltando a entrar na estrada, finalmente seguindo o seu destino.

☪☪☪

Assim que chegaram à casa de Cassandra, Sarah e as amigas desceram do veículo após o estacionamento. Ava seguiu na frente até a varanda da casa da tia, pressionando o dedo contra a campainha, tendo como resposta um grito breve e abafado dela. As garotas seguiram esperando a porta se abrir e não demorou muito para que a porta se abrisse, revelando uma expressão contente estampada no rosto da mulher.