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"quando estou com você estou em utopia" - euphoria, bts.

JEONGGUK

Comida de hospital é um horror, como podem dar um negócio desses para os pacientes comerem? Eca. Porém, se eu não comer, é perigoso me deixarem aqui por mais tempo do que planejado. O Dr Choi me ameaçou. Bem, pode não ter sido uma ameaça, mas me obrigar a comer essa coisa e não me deixar sair daqui até eu o fazer, é equivalente a uma.

— Não vai comer? — meu pai perguntou, parado ao lado da cama. Olhei-o com uma carranca.

— Isso é comestível?

Ele riu, apoiando seu braço no travesseiro atrás da minha cabeça.

— Deve ser.

— Mas não é.

— Você tem que comer, ouviu o que o Dr Choi disse.

— Comi duas colheradas, já é uma coisa.

Ele me olhou com reprovação, mas acabou sorrindo. Depois, assumiu um sorriso triste. Droga.

— Não está sentindo nada? — ele perguntou — Dor... tontura?

— Não. — menti. Ainda sentia minha cabeça meio zonza, mas ele não precisava saber — Estou melhor.

Não sei se o convenci, ele apenas sacudiu a cabeça enquanto franzia a testa.

— Para onde foi Jimin? Saiu correndo já faz quase uma hora. — ele perguntou, me fazendo desviar o olhar.

— Ele foi... — murmurei suspirando baixo — Buscar o Tae.

— Oh... seu encontro com ele...

— Eu não disse que era um encontro, pai. — falei, me ajeitando na cama. Ele riu, cruzando os braços e me encarando com um sorrisinho.

— Não precisa mentir, eu conheço o filho que tenho.

Mantive o olhar abaixado, enrolando o tecido do cobertor que me cobria nos dedos, enquanto sentia o coração palpitar no meu peito.

— Não contou a ele ainda, filho? — sua voz baixa e suave me fez olhá-lo.

Engoli em seco, sentindo meu peito se apertar um pouquinho.

— Não...

Meu pai suspirou, olhando-me com pesar.

— Eu não consigo dizer isso a ele, pai... não consigo.

Seus braços grandes rodearam-me pelo meu ombro, e me puxaram para perto, fazendo meu rosto se afundar no seu peito. Me senti como uma criança de novo, sendo acalentada pelos braços protetores e quentinhos do meu pai.

— Meu pai costumava me dizer... — ouvi sua voz baixa e suave depois de um momento em silêncio — que só porque uma coisa tem que ser dita, não quer dizer que ela tem que ser ouvida. Mas... nesse caso, ela tem que ser ouvida, filho. Ele não merece saber no último momento.

Apertei seu abraço ao ouvi-lo, meus olhos começaram a arder no mesmo instante.

— Eu gosto de vê-lo sorrir... de ser o motivo do sorriso dele... — falei, mesmo com a garganta ardendo ao fazê-lo — Mas eu odiaria ser o motivo do sorriso dele sumir aos poucos, conforme ouve as minhas palavras. Por isso pedi ao Jimin para contar a ele... por mim.

— Filho...

— Eu sei, ele não devia ficar sabendo por outra pessoa. Mas, pai... eu não consigo fazer isso com ele...

até o último suspiroOnde histórias criam vida. Descubra agora