𝘢𝘧𝘵𝘦𝘳 𝘢𝘭𝘭, 𝘻𝘦𝘳𝘰

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Eu realmente não sei como começar esse texto. Já se passaram dois anos desde que fomos separados e eu não consigo tirar sua imagem da minha cabeça.

Eu precisava do seu sorriso que na época era minha nicotina e lidar com tudo sem ele no início, havia sido difícil.

Todas suas ligações às três da manhã que eu rejeitei durante 4 dias seguidos com a maior vontade de atendê-las.

Quando eu me mudei para o outro lado da cidade eu me distanciei de todo mundo, menos de Yuzuha que depois de um ano me explicou o que havia realmente acontecido naquele vídeo. Eu fui tola o suficiente para acreditar naquilo, eu não conseguia pensar de alguém havia realmente me amado, Baji.
Você havia sido apenas uma vítima daquilo e eu, uma idiota.

Eu sinto sua falta, mas você nunca saberá disso, já que esse texto nunca será enviado. Sinto muito por tudo que te fiz passar, eu não mereço nada que você teve a oferecer, sou imprestável e insuficiente, você merecia alguém que te ame, como eu te amei, mas essa pessoa não precisará ser eu.

Espero que um dia nós possamos jogar Street Fighter juntos mais uma vez, ou dançar aquela música que eu queria que tivesse sido infinita.

bloco de notas do celular de [Nome]
3:37 A.M. 28/09/2019.

his point of view.

A única coisa que Baji se lembrava daquela noite, era das chamas do carro preto fosco que em horas foi carbonizado. De Chifuyu o levando até o hospital para que cuidasse de seus ferimentos nos braços e nos joelhos. Levou dezenas de pontos, mas ele não ligou muito. Ninguém havia te avisado sobre aquilo a pedido dele, não queria te preocupar com as asneiras que ele fazia, então naquela manhã ele foi para casa sozinho.

Quando abriu a porta a mãe dele o esperava sentada no sofá da sala, a mais velha havia dormido de tanto espera-lo. Pegou um cobertor que tinha no armário dele e desceu as escadas com dificuldade, já que seus joelhos ainda doíam. A enrolou e subiu outta vez. Pegou uma roupa no guarda-roupa e foi tomar um banho.

- Maninho, por que você tá todo machucado? – ouviu a voz da mais noca soar atrás dele, quando virou, Mika estava em pé usando. um pijama enquanto coçava o olho de sono, provavelmente havia acabado de acordar.

- São 6:00 da manhã, por que você tá acordada? – ela bocejou e o encarou.

- Mamãe e papai ficaram brigando a madrugada inteira, e eu não consegui mais dormir. – ele deixou as roupas em cima da pia e segurou na mão pequena de Mika a levando de volta pro quarto. Ele colocou no celular alguma música de dormir e ela deitou na cama. Ele fez carinho no cabelo dela até que ela pegasse no sono.

Ele não tinha ideia de como havia conseguido isso, era sempre você que cuidava de Mika na hora de dormir. Baji tinha medo de como a garotinha iria reagir assim que soubesse que a “melhor amiga” dela não iria mais frequentar a casa deles.

Quando ele tomou banho se jogou na cama, encarando aa fotografias de vocês que tinham pela parede, virou o rosto para a outra parede vazia e se enrolou no lençol pegando o celular.

A foto de papel de parede. Assim que a viu, voltou a chorar mais ainda. Ele se xingou mentalmente e soltou o celular.

Dois anos haviam se passado depois daquilo. Baji conseguiu entrar na faculdade de veterinária e estava no segundo ano de curso. Ele tinha um apartamento perto da antiga casa dele, onde morava seus pais e Mika. Kei quase não conseguiu se mudar, tinha medo de deixar a garota sozinha, mas sua mãe insistiu e ele cedeu.

“Que colar bonito, está meio velho, deveria comprar um novo, sabia gatinho?” Uma das suas colegas de turma havia dito isso uma vez. Mas não ligou, usaria o colar até quebrar de uma vez. Não ligava se a ficha estava desgastada ou se o dourado estava ficando velho. Ele não tiraria aquele colar. Era como se fosse uma lembrança de alguém importante, nunca o tiraria.

Marcas que estavam eternizadas nos braços de Baji, as cicatrizes que ficavam a mostra toda vez que ele arregaçava suas mangas dava para vê-las. Havia sido muitas, mas a médica disse que a pela dele era absurdamente resistente, então só tinha algumas cicatrizes grandes e outras bem menores e menos visíveis.

Em uma aula qualquer, ele jogava a ficha de arcade para cima como se fosse cara ou coroa, como fazia em todas as aulas. Era uma forma de matar o tédio. Mas naquele instante, era como se um flashback do seu rosto tivesse aparecido nos olhos de Baji, o fazendo segurar a moeda e colocar de voltar em seu colar.

Ele ainda não tinha esquecido daquilo. Só de ver os próprios braços dava um aperto em seu peito, tudo fazia lembrar de você.

Keisuke havia parado de jogar qualquer tipo de arcade ou jogo de celular, computador e console. Não era a mesma coisa. Ele precisava de você. Mesmo em um relacionamento, ele lembrava de você, era inevitável.

Ele sentia sua falta.

Ele queria te reencontrar, mas era como se aquela tela de game over não sumisse, não só para Baji, mas para você também.

𝐋𝐎𝐒𝐈𝐍𝐆 𝐆𝐀𝐌𝐄, baji keisukeOnde histórias criam vida. Descubra agora