004

288 43 2
                                    

˖◛⁺⑅♡ chapter four

— Por que, dentre todas essas pessoas, você resolveu me atormentar? — digo meio grogue ao garoto de olhos verdes que me encara com curiosidade — Por que de repente está minimamente sociável comigo? — a cabeça do garoto ao meu lado se inclina um po...

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

— Por que, dentre todas essas pessoas, você resolveu me atormentar? — digo meio grogue ao garoto de olhos verdes que me encara com curiosidade — Por que de repente está minimamente sociável comigo? — a cabeça do garoto ao meu lado se inclina um pouco em confusão.

— Não estou te atormentando, Aponi. Estava apenas notando seu estado. — ele me encara da cabeça ao pés e depois olha para o meu copo.

— Meu estado? — questiono, confusa e irritada

— Sim — ele assentiu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo — você está claramente alterada. E isso não é nada bom, na verdade pode ser até perigoso.

Isso é algum tipo de preocupação ou eu estou alucinando? Pisco várias vezes tentando entender até que ele tira o copo de minha mão:

— Me devolva! — o encaro com raiva enquanto ele balança a cabeça em negação. Me movo meio desajeitadamente indo atrás de outro copo quando um puxão em meu pulso quase me faz cair.

— Acho que é melhor voltarmos ao dormitório, Alya. Você não acha que já bebeu demais? — Não sei se estou alucinando mesmo, mas seu olhar me parece preocupado.

Meu cérebro me diz para contrariá-lo mais meu corpo está tão exausto que eu apenas o deixo me puxar pelos corredores.

Sua mandíbula está tão travada e impassível fazendo contraste com seu toque suave em meu pulso, esse silêncio está me aborrecendo e eu estou louca para saber por que do nada ele estava sendo amigável comigo.

— Sabe Regulus, eu sempre quis ser sua amiga. Sempre vi que você precisa de alguém, mas você nunca me deixou entrar... — eu disse, claramente alterada devido a bebida, mas não me importava e queria que ele soubesse.

Ele olhou em minha direção, mas o corredor estava escuro demais para que eu pudesse ver suas feições. As únicas coisas que a minha visão turva conseguia se concentrar era em seus olhos. Me arrependi instantaneamente, aparentemente além de sociável eu também fico filosófica e intrometida quando estou bêbada, o que é cômico.

Este pensamento faz com que uma gargalhada escape.

Regulus vira o rosto em minha direção novamente e em meio a escuridão dos corredores posso jurar que vejo a sombra de um sorriso em seus lábios.

— Por que você nunca quis brincar comigo quando éramos crianças? — perguntei, eu precisava desesperadamente de alguma resposta para aquele comportamento, qualquer que fosse.

Ele abaixou a cabeça e deu um longo suspiro.

—Minha mãe nunca me permitiu brincar, tudo o que ela queria que eu fizesse era treinar minha magia.

Ele continua cabisbaixo, então respondo: — Mas você era uma criança, brincar era a coisa mais normal a se fazer.

— Minha mãe discordaria— Ele diz em uma risada amarga.

— Isso quer dizer que você nunca me ignorou de propósito? — Minha voz saiu em um tom de esperança, o que me fez ter vontade de me estapear ali mesmo. Ele balançou a cabeça.

— A única pessoa que eu deixei entrar foi Sirius... — seu tom estava triste — e ele me abandonou. — e então ela estava de volta, a carranca impassível que para mim já era uma marca registrada dele.

O resto do caminho foi um completo silêncio. Me senti mal por falar sobre aquilo, eu realmente não queria entrar no assunto Sirius.

• • • •

Regulus me ajudou a ir até meus aposentos, ainda estávamos naquele silêncio desconfortável que fazia minha cabeça doer ainda mais. Assim que destranquei a porta me virei para ele antes de abri-la.

— Me desculpe, acho que fico um pouco inconveniente quando bebo — olhei para os meus pés — Enfim, obrigada por me trazer até aqui.

E com a mesma carranca de antes ele balançou a cabeça e seguiu pelo corredor, e quando estava no final dele se virou para mim e murmurou:

— Boa noite Aponi!

ᴄʀᴜᴇʟ sᴜᴍᴍᴇʀ | ʀᴇɢᴜʟᴜs ʙʟᴀᴄᴋ Where stories live. Discover now