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˖◛⁺⑅♡ chapter fourteen

Não tenho dormido muito bem nos últimos dias, o motivo? Venho tendo sonhos vividos com minha mãe morta, algo que está me assustando bastante

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Não tenho dormido muito bem nos últimos dias, o motivo? Venho tendo sonhos vividos com minha mãe morta, algo que está me assustando bastante. Nas últimas duas noites acordei com Appolo me balançando com um olhar assustado. Sempre que desperto não consigo dormir novamente, por mais que a maioria não sejam sonhos ruins, mesmo assim me assustam bastante.

Me forço a levantar, se não vou dormir mais pelo menos farei algo produtivo, pego um dos livros que trouxe de Hogwarts e volto para a cama dando início a leitura, continua meio escuro lá fora, mas sentada ao lado da janela tenho luz o suficiente para conseguir enxergar. Me assusto com um barulho na janela, a coruja de minha tia bate o bico para que eu abra, assim que o faço ela me entrega a carta e se vai. Encaro o pedaço de papel em minhas mãos meio apreensiva, espero que Appolo entenda que estou tentando protegê-lo de tudo isso, e que não fique com raiva de mim por afastá-lo.

Como esperado, a carta vem com alguns questionamentos de minha tia, e a confirmação de que ficará com Appolo. Suspiro aliviada, ao menos conseguirei deixá-lo longe disso tudo, acho que é isto que minha mãe iria querer, a brilhante Stella Lumin, que se casou por amor, achando que poderia mudar o homem que amava. Bom, de certa forma ela o mudou, mas assim que ela não estava mais lá, ele voltou a ser o homem desprezível que é hoje. Às vezes me pego pensando sobre o casamento de meus pais, me lembro de que eram felizes, me lembro de que quando minha mãe estava viva os dias eram bons, eu ansiava pelas férias, apesar dos jantares chatos eu sabia que o restante dos dias seriam legais, tudo se tornava legal ao lado dela.

Tento voltar a me concentrar em minha leitura, mas alguns pensamentos não saem de minha cabeça.

• • • •

Perto das onze saio do meu quarto a procura de meu pai ou do elfo, qualquer um serve, só preciso avisar que levarei Appolo até minha tia.

Bato na porta a minha frente torcendo muito para não ter uma resposta, mas como aparentemente o universo me odeia, escuto a voz profunda de meu pai dizendo para que eu entre. Ele está lendo algo que me parece um documento, mas assim que entro ele levanta seu olhar para mim confuso.

— Só queria avisar que levarei Appolo para tia Celeste hoje, ele quer ficar alguns dias lá — antes que ele possa protestar, eu continuo. — Só estou indo lá levá-lo, sei de minhas obrigações, e também sei que não há motivo para que Appolo não possa ficar um pouco lá.

Meu pai me encara com um olhar que não sei ler muito bem, então balança a cabeça e diz: — Tudo bem, quero que você esteja de volta às seis — e então volta sua atenção para o documento que estava lendo antes.

Me retiro de seu escritório andando apressadamente para meu quarto, Appolo continua babando em meus travesseiros, enquanto eu arrumo uma mala para levarmos, antes de terminar decido acordá-lo, algo que o deixa de mau-humor. Resmungando, o garotinho se levanta e caminha até o banheiro. Assim que retorna olha curioso para mala em minhas mãe e abre um sorriso.

— Estamos indo para tia Celeste? — questiona ele

— Sim, você vai ficar alguns dias lá — respondo enquanto olho ao redor tentando recordar se esquecia algo.

— Por que você também não vai ficar? O papai não deixou? — ele parece tristonho enquanto me encara.

— Tenho algumas obrigações esse ano — o olho tristonha também — mas prometo que assim que terminar tentarei passar uns dias lá com vocês.

Ele acena para mim enquanto se retira para ir ao seu quarto. Assim que volta me entrega um monte de coisas que quer levar. Termino a mala e partimos rumo a casa de tia Celeste.

Tudo aqui continua igual, a casa pequena, mas muito aconchegante e cheia de bugigangas loucas e a cara de minha amada tia, que nos recebe com um sorriso enorme. Appolo corre para abraçá-la.

— Meu pequenino, senti tanta saudade de você! — exclama ela feliz, Appolo murmura um "eu também" abafado pelas roupas dela em resposta. — senti muitas saudades de você também, querida — ela faz um gesto para que eu entre no abraço, e o que faço, me sentindo instantaneamente mais leve.

Após mandar Appolo arrumar suas coisas no quarto, eu e minha tia nós sentamos nas poltronas roxas de sua casa. Ela se vira para mim com pesar no olhar.

— Tem certeza de que vai mesmo fazer isto? — instantaneamente sei do que ela está falando — você sabe que podemos dar um jeito, não sabe? Podemos fugir, nos esconder. Sinto que sua mãe não iria querer isso. — ela abaixa a cabeça com tristeza.

— Bom, a minha mãe está morta — respondo rispidamente sem querer, me forçando a tornar meu tom mais doce para continuar — e eu tenho que proteger Appolo de tudo isso, ele não merece passar por isso.

— E nem você, Alya! — responde ela rapidamente.

— Talvez eu mereça sim — fito a parede a minha esquerda — mas isto não importa, se quiser manter appolo seguro preciso fazer isso, a maioria das coisas boas precisam de um sacrifício, não é mesmo? — volto a fitá-la.

A mulher a minha frente abaixa a cabeça e murmura baixinho: — não concordo, mas também sei que não posso te fazer mudar de ideia — ela volta a me encarar — por que você teve que ficar teimosa igual a mim? — Questiona ela com humor, oque me faz sorrir — De qualquer forma, você sabe que se precisar de ajuda em qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, pode me chamar, certo?

— Sim, eu sei tia. Obrigada por isto — ela me puxa para um abraço apertado que me deixa sem ar. E só me solta quando Appolo aparece na sala.

— Tia celeste, nos podemos tomar chocolate quente? — questiona o garoto com olhos pidões.

• • • •

A volta para casa é tranquila, quando chego, no entanto, percebo que me atrasei. Adhara está na sala, me olhando em reprovação, sem ao menos a cumprimentar, sigo para cozinha em busca de um copo d'água e um relógio. Seis e vinte três, merda, eu provavelmente levarei um sermão que durará mais do que os vinte três minutos que me atrasei. Engulo a água e volto para sala.

Meu pai se juntou a Adhara e parece ansioso, como se não conseguisse ficar quieto. Assim que percebe minha presença, dirigi seu olhar para mim com reprovação: — Está atrasada, Alya! — exclama ele. — Vá se trocar, temos um jantar.

Aceno para eles subindo para meu quarto depressa. Temo para onde terei que ir esta noite.

ᴄʀᴜᴇʟ sᴜᴍᴍᴇʀ | ʀᴇɢᴜʟᴜs ʙʟᴀᴄᴋ Where stories live. Discover now