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˖◛⁺⑅♡ chapter twelve

Depois da morte de minha mãe eu passei a odiar as férias, até mesmo temê-las

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Depois da morte de minha mãe eu passei a odiar as férias, até mesmo temê-las. Os dias passados na casa da minha família são sombrios, o único ponto de luz, por mais que não esteja muito forte quando está lá é Appolo. Sempre tento sair com ele para lugares trouxas e passar o menor tempo possível em casa, esperando ansiosamente pelas visitas escondidas da tia Celeste, ou até mesmo os dias que passamos na casa dela. Chegando à estação, somos recebidos por Aranwe, o fiel elfo doméstico dos Aponi. Não suporto sua submissão ao meu pai nem mesmo a minha família, me sinto mal sempre que sou tratada como uma autoridade por ele. Já Appolo, tem medo dele desde criança, ele sempre se prende a mim quando o elfo aparece, o que ele faz agora ao agarrar meu braço com força. O elfo nos leva até a casa, que continua na mesma escuridão de que me lembrava, têm sido pior desde de a morte de minha mãe, ela nunca gostou desta casa, sempre tentou torná-la mais alegre para que se parecesse com um lar e não com uma casa mal assombrada, mas ela nunca teve sucesso nisso, parecia uma tarefa impossível. Meu quarto e o de Appolo ficavam mais ao centro do vasto corredor do andar superior, enquanto no final da ponta esquerda ficava o quarto de meu pai e um pouco afastado o de Adhara. Ajudo Appolo a se acomodar do melhor jeito que conseguimos, mesmo sabendo que no final da noite ele acabará na porta do meu quarto dizendo que não consegue dormir sozinho nesta casa assustadora. Quando saio do quarto de Appolo em busca de algo para beber, Aranwe me para no meio do caminho:

— Senhorita Aponi, seu pai a espera em seu escritório — diz o elfo doméstico.

— Diga a ele que vou terminar de ajudar Appolo e já o encontro — quando tento sair o elfo me impede novamente.

— Minhas ordens são para levá-la para lá assim que a encontrasse, senhorita — o elfo parece meio tenso, aceno com a cabeça para ele e o sigo até o escritório de meu pai. Assim que abro a porta e encaro o homem à minha frente, que nem se dá ao trabalho de me olhar, concentrado demais em seja lá oque esteja escrevendo.

— Por que me chamou aqui? — digo meio sem paciência. Prefiro evitar meu pai o máximo que consigo.

Ele enfim levanta seu olhar para mim com reprovação em seu rosto:
— Avise sua tia que não conseguirá passar alguns dias com ela, você terá tarefas para fazer nessas férias! — diz e seu olhar retorna novamente ao que estava fazendo antes.

— E que tarefas seriam essas?

— Ora Alya, não se faça de desentendida, você sabe muito bem do que estou falando! Já está na hora de você ser iniciada nos comensais, Lord Voldemort acha que você seria uma adição valiosa para nosso propósito. Por isso nem pense em fugir de suas obrigações, como uma Aponi, isto é seu dever, não ouse envergonhar nossa família!

Aceno para ele, nada surpresa com o que acabei de ouvir.
— Certo, mais alguma coisa?

— Depois de amanhã jantaremos na casa dos Black, por favor avise Appolo e o mande se comportar! — aceno para ele, fazendo menção de me virar para sair — Mais uma coisa?— digo em um tom agudo. — Sua iniciação será logo, quero que se prepare e que impressione a todos, então se esforce para isto, Alya!

Sem dizer mais nada me viro e saio do cômodo, pisando duro o caminho todo até parar em frente à porta de Appolo novamente.

— Se precisar de ajuda em algo me chame, estarei no meu quarto ajeitando as coisas. Aparentemente depois de amanhã jantaremos nos Black.

— Alya espere! — diz Appolo em um tom alto, acenando para que eu entre em seu quarto. Assim que o faço ele corre para trancar a porta. — Está tudo bem? O que ele queria com você? Você está encrencada? — o garotinho de cachinhos loiros a minha frente parece aflito.

— Não se preocupe, Appolo. Está tudo bem, eu juro! — tento não transparecer nada em minhas feições, mas o garoto a minha frente parece determinado a me estudar minimamente até descobrir.

— Papai vai fazer você virar comensal igual a Adhara? — aceno para ele, quando abro a boca ele logo dispara outra pergunta — Eu também terei que fazer isto?

— Não. Se depender de mim você nunca terá nada haver com isto! Confie em mim, vai ficar tudo bem, ok? — acaricio seu rosto assustado enquanto o garoto acena para mim.

— Posso dormir com você? — pergunta ele baixinho

— Você não acha que já está grandinho demais para isso não? — balanço a cabeça de um jeito brincalhão

— Alya esta casa é medonha, não é possível que você queira dormir sozinha, eu só estou tentando te proteger e sei que você é orgulhosa demais para me pedir isto. — aceno para ele em meio a risadas sendo seguida por ele e os três travesseiros que ele carrega embaixo do braço, até meu quarto.

• • • •

Desço com Appolo até o salão de jantar, já ocupado por meu pai, que está parecendo entediado enquanto lê o jornal a sua frente. Adhara, minha irmã, me lança seu olhar de desprezo de sempre. Eu e Appolo nos sentamos lado a lado em frente a ela. Rapidamente os criados começam a nos servir. O jantar é composto por silêncio a maior parte do tempo, até meu pai resolver dizer algo.

— Adhara, eu quero que explique tudo a sua irmã e a ajude a se preparar. — ele encara Appolo e lhe dá um sorriso confiante — Logo chegará sua vez, meu filho.

— Só por cima do meu cadáver — murmuro enquanto mexo na comida em meu prato.

— O que disse, Alya? — questiona meu pai.

— Nada não — digo sem mover meus olhos do prato a minha frente.

— Então quer dizer que a doce Alya cumprirá seu papel na família? — diz Adhara em um tom zombeteiro — Me impressiona ela não ter reclamado até agora.

Respiro fundo, tentando ao máximo apenas ficar quieta, aprendi que é assim que consigo sobreviver nesta casa, posso sempre estar pensando ou tramando algo, mas nunca posso demonstrar isso. E demonstrar raiva aqui não é algo bom quando vem de mim.

— Espero que a ajude, filha.

Adhara não diz nada e todos nós continuamos neste silêncio até que o jantar termine.

ᴄʀᴜᴇʟ sᴜᴍᴍᴇʀ | ʀᴇɢᴜʟᴜs ʙʟᴀᴄᴋ Where stories live. Discover now