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Harry Edward Styles...
1 de Julho
Desde quando voltamos de Holmes Louis age como se eu fosse feito de cristal e tivesse uma rachadura prestes a se abrir em mim, não era isso que eu queria, que ele também começasse a me tratar como se estivesse doente, a maneira como meu namorado sempre olhou para mim me encantou completamente, em suas íris de um azul tão belo eu via admiração toda vez que me enxergavam, por seu ponto de vista eu parecia ser imbatível, admirável, corajoso, ninguém jamais realmente me enxergou, me valorizou, como Louis fez desde o primeiro dia em que nos conhecemos.

Meu passado é vergonhoso, o que fiz torna-me fraco e agora Louis também vê isso.

-Nós passamos meses juntos e eu nunca me machuquei por querer, paixão, eu era só uma criança.

-Exato, era uma criança, apavorado o bastante para tentar o que tentou, e a forma como aquela cidade mexeu contigo, não pude fazer nada enquanto via seu rosto apavorado, eu...por que não me contou que tinha feito isso?

-Suicídio, Louis, tentei suicídio algumas vezes e aquela mancha é a marca de uma delas, fui internado mais duas vezes além daquela por ingerir comprimidos com a intenção de sofrer uma intoxicação, mas tem anos que nem mesmo penso nisso. -tecnicamente uma mentira, já que a poucos meses, quando os dados de Louis foram vazados, eu simplesmente não tive forças para me levantar e agir, mas ele não precisa saber disso, não quando seus olhos azuis transparecem medo -Não vejo porque se preocupar com isso se nós podemos apenas aproveitar o fato de eu estar bem agora, de nós dois estarmos bem juntos, estamos felizes, não estamos?

-Mio bello, sei que estamos felizes, mas...

-Não me chame dessa forma tão singelamente, já li e assisti romances o suficiente para saber que apenas deve me chamar de Mio bello quando se sentir completamente, pura e cegamente apaixonado por mim.

-Como em Orgulho e Preconceito, Mrs. Darcy?

-Afinal, namoro mesmo alguém que talvez possa me fazer o personagem doce de um livro de romance.

-Talvez eu possa, se prometer ser emocionalmente aberto comigo a partir de hoje. -murmuro um "bobagem" enquanto me levanto e caminho até a cozinha, enchendo a chaleira com água e buscando biscoitinhos de gengibre na dispensa abarrotada por porcarias com açúcar graças a estadia rápida do meu namorado com o paladar completamente infantil -Não precisa me contar coisa alguma sobre seu passado se não se sentir confortável com isso, em contrapartida não posso permitir que lide com isso sozinho durante sua vida toda.

-A questão aqui, paixão, é que não há nada além do que já o contei. -checo nossa filha por meio da babá eletrônica em minhas mãos, a pequena está dormindo no ninho no centro do sofá da sala e nossas palavras, mesmo que duras, não passam de sussurros graças a ela -Tudo que fiz por toda minha vida foi tentar lidar com isso, conversei com psicólogos, psiquiatras, familiares, padres, deuses de diversas crenças, confessei meus pecados ao álcool, mesmo sem ter idade para isso, e os únicos quem pareciam me acolher eram medicamentos ou qualquer outra maneira de punir meu corpo, quando era menor minha inocência fazia-me imaginar amigos para cada uma das vozes dizendo bobagens, falava para Gemma que nenhum deles era generozo comigo, mas não acho que minha irmã deveria se preocupar com a bondade de amigos imaginários.

-O que diziam, as vozes, seus amigos?

-O que sempre foi nítido, tudo aquilo que não se encaixa ao padrão deve ser eliminado. -procurei pelas porcelanas delicadas no fundo do armário e esperei até que Louis decidisse entre lavanda ou chá inglês-Meu pai faleceu alguns meses antes do meu primeiro papel, sinto que consegui o personagem porque Patrick não passava de um garoto apavorado com olhos verdes mareados, e pode apostar que Hollywood me viu vazio tantas vezes que é de se entender todo esse fascínio por nós dois, somos como uma brisa de ar fresco, a ensolarada e quente Amalfi ilumina a sempre nublada e chuvosa Londres.

Italian summer (larry stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora